domingo, 12 de setembro de 2010

Vigésimo Quarto Domingo do Tempo Comum – Ano C

As leituras de hoje falam-nos da Misericórdia de Deus, de como Ele nos vê e nos quer. Logo na primeira leitura vê-se Deus magoado com o povo que acabara de tirar do Egipto. Rapidamente este esquecera aquele prodígio e procurava deuses mais imediatos. Moisés intercede pelo povo e admiravelmente abdica de ser o fundador de uma nação. Deus sempre perdoará a humanidade por causa do Amor que sente por ela.

Qual deverá ser a nossa atitude perante semelhante Amor? Como São Paulo diz na segunda leitura, deverá ser com humildade. Devemos tomar consciência que Deus ama-nos por nós próprios e não por qualquer qualidade especial ou mérito. Nada merecemos, pois continuamos como o povo da primeira leitura, procuramos sempre um deus mais fácil, mais rápido, mais à nossa semelhança.

No Evangelho Jesus atrai a si a escória da sociedade. É criticado pelos cidadãos honrados do tempo. Pela classe média e classe alta da época. Eles os cumpridores da Lei não compreendiam como é que Jesus, reconhecidamente um Homem de Deus, podia macular-se com os impuros. Como resposta a isso Jesus narra as três parábolas da Misericordia.

Não há justos e pecadores. Só há pecadores e quem se achar mais justo, mais santo, então é o mais pecador. Ilude-se. Jesus conta que Deus está sempre pronto para perdoar, que está sempre à nossa procura, numa busca sem fim por uma maior e mais profunda comunhão, união. A alegria do encontro faz esquecer a ofensa, a mágoa, o pecado.

Na parte final da parábola dos dois irmãos, é indicada a forma de nos comportarmos com os nossos irmãos que mais recentemente se juntaram a nós. Quem se esforça por aumentar a comunhão com Deus deve partilhar o sentimento de alegria pela conversão de uma irmão perdido. Mais. Deverá estar como Deus à procura da ovelha e da dracma perdidas. Porque ser o filho fiel é ser parte de Deus, é ser o Pai para todos os outros seres humanos.

É isso que fazemos?
Como reagimos perante os irmãos afastados de nós, de Deus?
Procuramos por ovelhas perdidas?
Varremos a nossas casas para descobrir a dracma perdida na nossa família, circulo de amigos, conhecidos?
E como reagimos perante os excluidos da sociedade?
Criminosos, mendigos, dependentes de vícios, todos os que nos incomodam?

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