domingo, 25 de abril de 2010

Quarto Domingo da Páscoa – Ano C

Este é o domingo tradicionalmente chamado do Bom Pastor. É o culminar da semana de oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Acrescento as vocações laicais.

No Evangelho Jesus afirma-se como O Pastor, Ele conhece-nos e nós O seguimos. Sendo Ele o nosso pastor, nós somos todos iguais, entre nós. Se somos iguais, Nele formamos um organismo vivo. Deus vive connosco. Onde está a nossa alegria por causa disso?

Este organismo está bem retratado na segunda leitura, do livro do Apocalipse. Somos um grupo de um número incalculável. Este número engloba todos os que já estão com Deus, os aqui ainda não estão, por viverem no tempo, e todos aqueles que ainda não nasceram.

Na primeira leitura vemos a Igreja na sua acção missionária e as dificuldades que enfrentou. Numa primeira leitura, talvez a tradicional, é-nos dito que Jesus é o Pastor de todos e não só do Povo Escolhido.

Numa leitura mais ao sabor das espuma dos dias percebemos que desde sempre que a Igreja sofreu perseguições. Talvez o problema tenha sido não ter sido perseguida durante muito e muito tempo. O que se passa nos nossos dias é uma reparar nas misérias próprias. A Igreja é Santa porque a sua cabeça e a sua alma é Santa, é Deus, mas a santidade é uma tarefa de eterna conversão. Os diversos membros deste corpo têm que estar em constante conversão. Como Jesus caiu ao longo do caminho da cruz, também a Igreja, na pessoa de cada seu membro está sujeita a quedas. E cai. E por causa dessas quedas é perseguida, mas é ainda mais perseguida por continuar a incomodar os que não querem ver a luz, que não querem saber a verdade, que estão instalados.

Por mais sofrimento que as notícias dos últimos tempos nos têm causado, devemos dar graças a Deus por elas, tal como os Apóstolos na semana passada ao saírem do Sinédrio depois de serem castigados por causa de Jesus. Devemos dar graças porque neste Ano Sacerdotal é uma oportunidade a aproveitar para reflectir onde se errou, onde podemos melhorar.

Ser Igreja vai além das instituições. É ser rebanho. E Jesus é o nosso Bom Pastor.

sábado, 24 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais IX

Francisco Louçã



É um economista respeitado. É um excelente comunicador. Tem boa imagem. Num grau menor que o Jerónimo de Sousa, tem uma aura de moralidade que lhe dá respeito. Tem sentido de humor.

A desvantagem é ser radical. Pior, é um radical sedutor com o seu discurso moralista. Apela à correcção e à moral laica, mas por baixo da retórica estão ideais radicais que vão para caminhos que a maioria das pessoas não deseja. Acabar com os benefícios fiscais dos PPRs e a dedução das despesas de educação e saúde (que curiosamente o nosso PEC abre portas e que é rejeitado pelo Bloco) são medidas que a classe média não deseja, mas o Bloco defende. A lógica até aceitável. O Estado deve prover educação e saúde gratuitas e universais, por isso não é necessário deduzir despesas que acabarão por não existir. Este tipo de ideias roça o lirismo.

Francisco Louçã e o Bloco defendem uma revolução e desejam comandá-la. Isto é bonito na adolescência, mas depois é insensato.

Outra desvantagem é o jacobinismo militante do Bloco. Por baixo da capa da democracia e da igualdade, vive um quase ateísmo militante. São os porta-bandeiras do aborto, da liberalização das drogas leves (para já), do casamento gay, da eutanásia e de todas as causas fracturantes.

Quando o Francisco Louçã sair da liderança do Bloco tenho dúvidas se ele não se desagregará. Há uma segunda linha bastante interventiva, talvez daí um ou uma líder.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais VIII

Jerónimo de Sousa




Tem uma imagem simpática. É um comunista à moda antiga. Representa a imagem romântica do comunista operário que teve a oportunidade de ser dirigente. Quando fala há uma carga, uma autoridade moral que dão-lhe credibilidade. É um comunista que sorri, a quem falha a voz, que dança.

A desvantagem é ser comunista. Representa uma ideologia definida, imutável, granítica. Tem boas intenções e ideais, mas na prática a política comunista acabaria por se auto-destruir levando a sociedade consigo.

O valor do partido comunista está nessa característica de combate e de imutabilidade. São importantes para lutar os governos que se esticam para fora do Estado Social. É um candidato melhor do que o Bloco de Esquerda para uma coligação com o PS, mas há muitos anti-corpos.

Conheço pouco os dirigente comunistas, mas um possível dirigente futuro será o Bernardino Soares, apesar da péssima imagem que tem, resultante das afirmações que proferiu sobre o regime da Coreia do Norte.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Conhece o Papa?

Neste link que aqui deixo está um vídeo muito interessante (de conteúdo e de estática) sobre o Papa Bento XIV.

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais VII

Paulo Portas




É um político hábil. Tem muita experiência. Já esteve no poder, já esteve fora da política. Sabe estar nos vários papéis. Parece ser competente no que faz. É um excelente comunicador.

As qualidades como político também são desvantajosas. Ele iniciou no jornal O Independente um estilo de jornalismo que vive muito da exposição dos podres dos detentores de poder. Isso levou ao ponto actual em que o bom nome de quem quer que seja está na corda bamba.

Ele é um camaleão. Já foi o Paulinho das feiras, o defensor dos agricultores e reformados. Já foi o homem de estado quando esteve no Governo. Comparar os dois registos dão uma ideia de como ele se ajusta à situação. Isso pode despertar no espírito do eleitor uma desconfiança: será que ele defende esta proposta e mais aquela porque acredita ou por que é eleitoralmente vantajoso?

O sucesso eleitoral das últimas eleições deveu-se a uma estratégia simples: massacrar a campanha com dois ou três temas. Foram eles o subsídio de reinserção, a agricultura e (acho eu) a educação.

Sendo o CDS-PP o partido mais conservador, tem conseguido comandar alguns dos assuntos da actualidade política. Pelo menos durante o mandado da Manuela Ferreira Leite no PSD.

Duvido que o Paulo Portas chegue alguma vez a Primeiro Ministro, nem a Presidente, mas a Ministro em coligação com o PSD, ou mesmo com o PS, não me admirava.

No CDS-PP há outra figura que está em crescimento. É o Nuno Melo. Fala bem. Tem boa imagem. E beneficiou muito com a comissão de inquérito ao caso BPN. Ele poderá vir a ser líder o partido quando o Paulo Portas deixar a política.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais VI

Outras figuras do PSD

Paulo Rangel





A mudança geracional no partido está em curso. A geração fundadora está a dar lugar à seguinte (ou seguintes). Juntamente com Pedro Passos Coelho temos como provável líder Paulo Rangel e mais uma série figuras que circulam muito pela blogosfera.

Paulo Rangel, como já disse, deverá ser presidente do partido no futuro, se se mantiver neste rumo actual. Vem da área do CDS e por isso representa a direita assumida do PSD. Não parece ser liberal, mas sim de uma direita conservadora de costumes e liberal de economia. Poderá ser cada um por si, mas com instituições fortes. Talvez represente o que de mais próximo do Salazarismo pode estar um democrata.

A favor dele está a sua coragem e audácia. Genuinamente o actual governo teria uma oposição muito mais enérgica, mas desconfio que uma parte deste massacre sobre o Primeiro Ministro tenha origem nesta área que onde Paulo Rangel se insere.

Rui Rio


Conseguiu criar um imagem de seriedade e competência nestes anos que esteve à frente da Câmara do Porto. Não sei se conseguirá chegar a Primeiro Ministro, apesar de estar distante do Futebol Clube do Porto, não deixa de estar conotado com o regionalismo nortenho. Que para mim não tem mal nenhum, mas muitos poderão não gostar. Para ultrapassar isso ele teria que passar uma temporada em Lisboa.

Vejo-o como um candidato forte à Presidência da República depois do segundo mandato de Cavaco Silva.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais V

Pedro Passos Coelho


Recém eleito presidente do PSD, neste momento tem uma boa imagem. Representa uma esperança de mudança, uma alternativa. É lutador e persistente. Sabe o que quer e tem paciência.

Por outro lado, é fruto da juventude partidária, conhece e tem do seu lado a máquina partidária. Tanto pode ser bom como mau, mas a experiência diz-nos que deverá ser mais mau do que bom.

Tem a fama de ser liberal. Ser liberal tem má fama num país maioritariamente de esquerda, que sonha com um líder/governante forte, um Pai, que decida tudo e encha a barriga de pão. Ser liberal, neste contexto, é o pior que pode acontecer. Pedro Passos Coelho quer o Estado com um peso muito menor do actual. Diminuindo o Estado, a responsabilidade individual aumenta, por um lado, por outro os mais desprotegidos, impreparados e inadaptados ficarão à mercê dos poderosos e aproveitadores. O país terá que crescer em maturidade para viver num regime liberal. Portugal como nação quer ser liberal de costumes e conservadora de economia.

Outra desvantagem do líder do PSD é a sua semelhança com o Sócrates. Ambos quando começaram tinham boa imagem. Ambos trabalharam para chegar ao poder. Ambos entram para o leme dos seus partidos num contexto de crise e má imprensa dos Governos da altura. Todas estas semelhanças, juntando a teimosia, o que parece, dão má imagem ao Pedro Passos Coelho.

Para piorar, não há garantias que o partido se mantenha unido muito tempo, a não ser que lhe cheire a poder.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais IV

Sucessores de José Sócrates

Para mim é difícil apontar sucessores pois não ando atento às notícias. Dos nomes que conheço posso apontar o do Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.


É um político aparentemente mais consistente que o José Sócrates, mas não tem tão boa imagem. Tem um ar musculado, tanto física como politicamente. Aparente ser mais de esquerda do que o secretário geral do partido. Isso pode ser uma vantagem e uma desvantagem.



Outro sucessor possível é o António Vitorino, mas ele já teve a oportunidade para se candidatar à liderança do partido e não o fez. Acho que agora já é tarde. A sua prestação como comentador político não o ajudou em nada, ajudando a mostrar que ele é um homem dos bastidores e não da ribalta.



Não se quase nada do António José Seguro, mas parece-me, é um palpite, que por ele passará o futuro do partido.

domingo, 18 de abril de 2010

St. Vincent (Annie Clark)

Descobri esta banda, que é um trabalho a solo da música Annie Clark, no blog Sound + Vision. Apareceu lá um post sobre um projecto bastante interessante do Beck. E foi na página desse projecto que descobri a Annie.







Record Club: INXS "Need You Tonight" from Beck Hansen on Vimeo.

Tive que investigar um pouco na página até descobrir o nome dela e a sua história. Fiquei fascinado com a imagem dela a cantar e a tocar.






Record Club: INXS "New Sensation" from Beck Hansen on Vimeo.

Estou a descobri um certo fascínio meu pelas mulheres de cabelos encaracolados e com ar de quem precisa de carinho, mas é só o aspecto, pois ao vê-la a cantar e a tocar noto uma força, que me fascina ainda mais. Já conhecia a foto do disco mais recente dela, mas nunca despertou-me curiosidade. Curioso, não é?


Por outro lado é raro ver cantoras tão boas que tocam guitarra fazendo solos.

Aqui fica um programa de rádio com uma entrevista e actuação ao vivo. Vale pena ver (desconfio que os 42 minutos do vídeo desencorajem os meus visitantes, mas aqui fica na mesma) por ela e pelo interessante que é ver os músicos a tocar com pedais, loops e efeitos.




Terceiro Domingo da Páscoa - ano C

Neste domingo as leituras aprofundam a presença de Jesus Ressuscitado na Sua Igreja. Todas as três leituras narram acontecimentos em comunidade. Na primeira a comunidade cristã anuncia Jesus aos judeus. Na segunda são as cortes celestiais, ou seja a Igreja ao longo dos tempos que dá glórias a Deus.

No Evangelho várias perspectivas são apresentadas. Numa primeira conclui-se que o homem não pode ou faz sem a ajuda de Deus. Os apóstulos tinham passado a noite a pescar, mas sem suscesso. A nível da Igreja, tudo o que ela tentar sem o Espírito Santo nada conseguirá. A noite de pesca simboloza as épocas de maior afastamento da Igreja de Deus, ou a nível pessoal. Jesus vem, vem sempre, basta estarmos abertos à Sua orientação. No fundo é Ele que faz, por nosso intermédio.

Ao reconhecermos o nosso Senhor na nossa vida tudo muda. No Evangelho depois desse reconhecimento vem a Eucaristía. É aí que vivemos Jesus com mais profundidade. Com mais plenitude.

O Evangelho de hoje tem duas partes. Na segunda vê-mos a reabilitação de Pedro. Ele negara Jesus três vezes, agora fez três declarações de amor. Declarações do amor possível. Jesus pergunta três vezes se Pedro O ama. Na primeira pergunta se ele O ama acima de tudo e de todos. Pede um amor total, absoluto. De seguida faz a mesma pergunta, mas sem comparações. Pede uma resposta de amor já sem ser absoluto. Por fim pergunta se Pedro é Seu amigo. Jesus faz um percurso desde o amor absoluto até ao amor possível e humano. A resposta de Pedro sempre foi a mesma, ele sempre disse o máximo que podia. Ele sabe das suas limitações. Estou certo que a sua resposta representava o máximo que no momento ele conseguia e deve ser bem mais do que muitos de nós conseguimos. Deus espera de nós uma retribuição total ao Seu Amor, mas aceita e vive intensamente o pouco que nós Lhe podemos dar.

Ao fim de cada resposta de Pedro, Jesus pede para ele apascentar o Seu rebanho. A leitura de hoje termina com mais um pedido destes. Penso que o Evangelho de São João foi escrito para uma comunidade que estava ainda um pouco afastada da comunhão com a cátedra de Pedro. Em todo Evangelho vê-se o “confronto” entre os ensinamentos e influência de João Baptista e os que Jesus pregou. Penso que a comunidade onde nasceu este Evangelho era muito influenciada pelo espírito do Baptista, provavelmente estava sob influência do partido judaizante do cristianismo. O mesmo com o qual Paulo se confrontou. Por isso esta relevância para o primado de Pedro.

sábado, 17 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais III

José Sócrates


Tem a seu favor o cuidado com a imagem. É um bom orador, provavelmente um dos melhores do últimos anos. É determinado, não cede facilmente. Tem vontade e ambição.

O discurso é bonito, mas falta-lhe substrato. O que a sua governação tem feito tem si à custa de muito esforço da sua vontade. O mesmo se aplica à história de vida. A imagem actual é de alguém que não gostava das condições em que nasceu, não gostava de ser como era e lutou, lutou e continua a lutar para mudar, mas luta para mostrar que mudou, não mudando.

Ele tentou repetir o tempo do cavaquismo e conseguiu somente igualar (talvez superar) o lado negativo. No fundo, por baixo do fato Armani, continua ser aquele José de fato com ténis, que tem circulado na net (mesmo que aquela fotografia seja falsa, neste caso diz a verdade, ou parte dela pelo menos).

Vejo como mais negativo o autoritarismo, a teimosia, o primado da imagem sobre o conteúdo.

No entanto acabo por ter pena dele. Tenha feito por merecer ou não, parece que existe uma entidade qualquer que o quer derrubar a todo o custo. Começou por ter uma boa imprensa. Nos primeiros tempos de governo houve episódios de trapalhadas, que no tempo do Santana Lopes levaram-no à queda do Governo, mas não saiu beliscado deles. Foi depois. Não me lembro porquê, talvez por a imprensa ter necessitado de um novo alvo, a boa imprensa acabou e tem sido desde então um massacre.

O povo português tem um gosto especial pelo trágico, pelo desgraçadinho, mas não me parece que ele vá ter outro mandato como Primeiro Ministro. Está demasiado desgastado.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais II

Candidatos presidenciais

Manuel Alegre



Tem como ponto positivo o seu passado e ser escritor. Não é um tecnocrata, nem um político de máquina partidária. Apela à tradição portuguesa, ao sonho, ao nosso lado lírico. É independente, excepto das suas convicções.

Por outro lado, não é positiva a sua colagem à esquerda mais radical. Apesar de Portugal ser um país de esquerda, ainda traumatizado com a ditadura de Salazar, para chegar a Presidente da República é preciso ser mais abrangente e conquistar o centro. A idade também não ajuda.

Sente-se no ar uma necessidade de novos políticos. Manuel Alegre é um histórico.

Fernando Nobre



Tem a seu favor não vir da política. Tem um passado meritório. De todos os políticos no activo ele, que não é político, é único que tem realmente trabalhado para o bem comum, não só nacional, mas mundial. É conhecido e respeitado internacionalmente. Traz uma lufada de ar fresco. É o reflexo da saturação das elites que não estão no poder e nem querem ir para lá, mas querem mudança.

O lado positivo acaba por ser também negativo. O que é que um homem com este currículo vai fazer para a política? Nos dias de hoje a política não é uma nobre arte, não há nobreza nestes meios. Se alguém de fora que lá entrar ou é porque é ingénuo, e não deve ir, ou porque procura sair beneficiado, o que não abona a seu favor. Há uma certa errância nos apoios que tem dado ao longo dos anos, pode ser sinal de inconsistência política.

Seria bom tem um Presidente com este perfil, mas os portugueses só apostam no que conhecem ou em messianismos irresponsáveis.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

New Light Pictures


Por mero acaso descobri uma produtora de filmes portuguesa independente. Quem lá trabalha fá-lo por amor ao que fazem, de graça e de uma forma sedutoramente romântica. Chama-se New Light Pictures, está sediada no Algarve e todos são muito jovens e empenhados.




Do que vi no youtube há filmes para vários gostos, acho muito positivo que existem pessoas que sigam os seus sonhos desta forma. Ficam aqui as últimas produções de muito baixo orçamento.






Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais I

Agora que a vida política parece ter acalmado, vou dar a minha opinião falível sobre os protagonistas que temos.

Cavaco Silva





O nosso presidente da República tem a seu favor o respeito pela sua competência técnica e política. Foi um Primeiro Ministro eficaz na economia, embora tenha beneficiado com a entrada de fundos da CEE. É sempre mais fácil governar com muito dinheiro do que com pouco.

Contra ele está a tendência para o autoritarismo. Ele determina. Ele executa. Ele promove a tecnocracia. É muito zeloso dos seus territórios. Basta ver o caso do estatuto dos Açores. Não foi politicamente muito hábil e mostrou esta face de mais negra naquele comunicado ao país em Agosto. Sentiu os seus poderes ameaçados e reagiu de forma estranha para o comum dos mortais.

Vai ficar marcado pelos anos em que governou e agora por ter dado rédea larga ao Primeiro Ministro José Sócrates nos primeiros anos do primeiro mandato presidencial. A cooperação estratégica mais não foi que um cheque em branco à autoritarismo e prepotência do governo em funções. Até ao estatuto dos Açores a governação coincidiu com o que ele queria e defendia. Depois tudo azedou. A história das escutas e do assessor que fornecia “notícias” também marcam este mandato.

Quanto ao futuro parece evidente que iremos tê-lo como presidente no segundo mandato.

domingo, 11 de abril de 2010

Segundo Domingo da Páscoa - Ano C

Estes oito dias foram um longo domingo de Páscoa. No início recebemos a notícia e hoje descobrimos como é Jesus ressuscitado. A principal forma apresentada nas leituras de hoje é através da comunidade. Jesus vive nela. É nela que o Seu rosto se revela.

No Evangelho de hoje temos um novo Génesis. A nova criação, a Igreja, é formada hoje e recebe o sopro do Espírito, tal como Adão recebeu no início. Esta nova criação é o Corpo Místico. O sopro de Jesus vivifica este corpo, dá-lhe vida constantemente. É a este corpo que Jesus dá o poder de perdoar os pecados, de continuar o trabalho Dele, de ser Ele para o mundo.

Por outro lado, só em comunidade é que conseguimos alguma coisa. Antes de estarem unidos pelo Espírito os discípulos estava fechados em casa com medo. Depois tudo mudou.

O episódio de Tomé tem o objectivo de nos falar a nós, que nascemos depois dos acontecimentos. Felizes os que sem terem visto acreditaram. Somos todos nós. E como chegámos à fé? Através da comunidade, que nos disse e continua a dizer, vimos o Senhor Vivo.

Nas outras leituras vê-mos como é que comunidade transmite a fé. Na primeira leitura é através da acção dos discípulos, que continuam a acção de Jesus. Eles tornam-se imagem de Jesus e são membros do ressuscitado.

Na segunda leitura é apresentada a outra forma de como a comunidade transmite a fé. Através da Palavra. Lendo-a, explicando-a, vivendo-a.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Dos caracóis ao Sumol - memórias



Ontem ao regressar a casa ouvi uma conversa no autocarro que achei interessante. Vinham dois homens a falar sobre caracóis. Um dizia que o tempo deles estava a começar. Que os melhores são os apanhados em zonas com trigais. Esses são carnudos ao invés dos que se apanham por aí, magrinhos.

Isto fez-me pensar sobre a minha relação com estes bichos. Há muitos anos que não os como. Não tenho problema nenhum em fazê-lo, mas como nunca vamos restaurantes e cá em casa nunca se teve o hábito de os cozinhar...

Uma das últimas vezes que comi caracóis foi numa ida à praia da Caparica, talvez a primeira e última até agora. Eu devia não ter ainda dez anos. Fomos com um casal amigo. O meu pai fora colega de trabalho do pai dessa família. Lembro-me de termos passado a manhã na praia, que não gostei por causa das ondas. Almoçámos numa mata. Voltámos à praia e acabámos o dia num restaurante em Lisboa, no Martin Moniz. Já não existe, aquele largo deve ter sido dos locais da cidade pombalina que mais sofreu alterações no século XX. Nesse restaurante comemos caracóis. Tenho a ideia de ter gostado, sobretudo do molho.

Esta lembrança fez-me recordar outro dia da minha infância de almoçarada. Os protagonistas são as mesmas famílias, mas com a inclusão de outra. Mais um ex-colega de trabalho do meu pai. Este almoço aconteceu porque o meu pai tinha prometido a estes colegas, caso ganhasse o processo judicial contra a antiga empresa, que lhes pagaria um almoço. O dono dessa empresa por altura do PREC resolveu fugir para o Brasil e deixar os trabalhadores com ordenados e subsídios em atraso. O meu pai pôs a empresa em tribunal e recebeu uma indemnização. Acho que os colegas foram testemunhas e por isso o almoço.

O almoço foi num obscuro restaurante na Penha de França, onde comemos carne assada, acho que foi borrego ou carneiro. Depois viemos parar a uma marisqueira no início da Avenida Almirante Reis. Não me lembro se houve caracóis, talvez. Ou tremoços. Ou ambos. Marisco acho que não, pois eu lembraria-me por não gostar. O que me lembro bem foi esse dia ter ficado como marco para um dos poucos excessos que ive até agora. Bebi seis sumóis, provavelmente de laranja. Não sei se havia já de ananás. Lembro-me de pensar nessa época que tive a minha bebedeira de Sumol. Mesmo sem efeitos nem ressaca. Eu sempre fui muito imaginativo...


domingo, 4 de abril de 2010

Go - Jónsi

Na quadragésima publicação neste blog deixo a antevisão do disco a solo do Jónsi, vocalista dos sigur rós. Não sei bem se é editado amanhã, dia 5 ou mais tarde. Cá em Portugal sai, parece-me, no dia 12.

Aqui fica a música:










Domingo de Páscoa

A semente germinou e floriu no mundo de uma nova Primavera. Jesus ressuscitou!

Dois mil anos depois e num tempo de pressas as palavras não passam de meros sons ou gotas de tinta. Jesus ressuscitou. Re-suscitou. Suscitar, fazer nascer, fazer aparecer. Re-suscitar, voltar a nascer, voltar de novo. Jesus ressuscitado não veio como era, mas veio novo, está novo porque passou pela morte. Ressurreição é vida nova, diferente do que era antes.

Por isso o discípulo Pedro não entendeu e o outro acreditou. Nós podemos acreditar e não entender. Pedro esperava encontrar aquele corpo material, mas Jesus é uma nova vida. Veremos de agora em diante que Jesus vai aparecer onde alguém está ou num grupo, ninguém vai ter com Ele. Porquê? Porque tendo Ele dado a Sua vida por nós, é em nós que Ele vive.

Jesus aparece-nos ressuscitado nas relações de caridade que cultivamos, quando fazemos os gestos Dele.

Pedro na casa de Cornélio não era ele próprio que anunciava a salvação, era Jesus nele que o fez. Pedro não tinha qualquer poder inato para baptizar aquela casa, só Jesus o faz. Só Jesus por intermédio do Seu Corpo o pode fazer. Um tijolo não abriga ninguém, mas um edifício de tijolos protege da chuva e do vento.

Nesta Páscoa o que somos para os outros? Tijolos isolados?

Aleluia!

Acabo de acompanhar a Vigília Pascal pela internet, disponibilizada pela Diocese da Aveiro. Para manter a tranquilidade em casa e para mim fiquei por casa e graças a esta diocese tão empenhada consegui viver a Vigília quase como se lá estivesse.
Obrigado meu Deus! Obrigado Aveiro.
Jesus, ressuscitou! Alegrem-se há motivos de esperança!
Nasceu a nossa Luz!
A todos uma Santa e Feliz Páscoa em Jesus Ressuscitado!

sábado, 3 de abril de 2010

Sábado Santo


Tempo de espera. A semente está na terra.

A nossa vida pode ser comparada a este dia. Morremos na Sexta-feira Santa do nosso baptismo e desde lá até ao nosso encontro definitivo com Deus vivemos no Sábado Santo. Trazemos os gérmenes da Ressurreição, mas ainda não estamos lá.

Ainda não completámos a nossa Páscoa.

Somos sementes à espera.

Somos crisálidas metamorfoseando-se.

Ou fetos em gestação à espera da nossa Hora.




sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sexta-feira Santa

Sexta-feira Santa, dia da Paixão e Morte de Jesus.
Bendito o madeiro, por meio do qual nos veio a salvação.
Silêncio... comunhão... espera... esperança...
(sugiro que retrocedam na primeira estação, pois o link está para o blog e não para o post, nos restantes deve funcionar bem)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quinta-feira Santa

Faço votos para que todos os que passem por aqui vivam na comunhão e serviço de Jesus Cristo, nosso Senhor.