segunda-feira, 6 de abril de 2009

Quinta-feira Santa

Nota prévia e aviso à navegação:

Estou a escrever sobre o Tríduo Pascal, de segunda a quarta, porque não vou publicar durante o Tríduo para dar espaço à minha participação na Via Sacra da blogosfera. Por outro lado acho apropriado haver um certo descanso deste blog.

Neste ano não vou ter como habitualmente a tarde de Quinta-feira Santa livre. Mais, tenho para esse dia um prazo às cinco da tarde. Temo não conseguir sair a tempo de participar na celebração da Última Ceia do Senhor. Na minha paróquia vai ser às sete, se sair do trabalho até às seis, acho que consigo. Seja o que Deus quiser. Também é por causa do muito trabalho que me espera que estou a escrever isto no fim-de-semana.


A Quinta-feira Santa tem para mim o significado de começo de um tempo fora do tempo. Principalmente com a celebração da Última Ceia. A primeira vez em que participei nesta Eucaristia foi há dez anos. A minha mãe nunca deu muita importância à participação nas celebrações destes dias, sobretudo de quinta e sábado, talvez porque seja ao final do dia e por não serem obrigatórias.

Há dez anos foi a primeira Páscoa depois do meu Crisma e por isso resolvi ir sozinho. A recordação mais forte que guardo foi do final. Do manto de silêncio que caiu naquela igreja (a igreja de São Domingos na Baixa lisboeta, na altura vivia lá perto). Naquele momento senti o peso todo da Paixão e Morte de Jesus. Depois da Eucaristia, com aquele silêncio, entramos na Sexta-feira Santa, no jejum, na morte, na Paixão, no silêncio.

Mais tarde fui chamada a minha atenção para o Evangelho desse dia. É a narração da última ceia pelo evangelista São João. O Evangelho de São João é muito diferente dos outros em muitos aspectos e na Última Ceia também. Ao contrário dos outros, que narram a fracção do pão, ele narra o lava-pés aos discípulos. Com esta escolha a Igreja quer chamar a nossa atenção para o significado profundo da Eucaristia: o acto de amor de Deus por todos nós. Ele a Quem é devido todo o louvor e honra, rebaixou-Se para nos ensinar o que é o Amor. Amar a Deus é amar os outros, é lavar os pés a quem nos devia fazer isso, ou seja, devemos ser servos uns dos outros, até dos nossos inimigos.

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