sábado, 31 de janeiro de 2009

Incompreensão

A coisa começou em 2008, pelo menos tem sido ao longo deste ano que tenho detectado este fenómeno. É incompreensível, para mim, esta moda da adolescência masculina de andar com as calças a cair nádegas a baixo. Mas o que raio aquilo quer dizer?
“Ah, eu sou muito desleixado! É fixe ser desleixado.”
“Ah, eu sou dread. Hip-hop, yeah! Rap, yeah! Cool, meu!”

Pode parecer estranho, mas já pensei se não será uma afirmação sexual de virilidade: “Olhem, o meu pénis é tão forte que até segura as calças” ou “Eu estou sempre pronto para dar fogo”.

Acho tão ridículo ver os miúdos a andar e as calças ameaçado cair, muitas vezes com as boxes à mostra. Mais ridículo é ver os esforços discretos para segurarem as calças.

Andar com as calças a cair não é nada cómodo nem prático, porquê que as usam assim?
Não compreendo, entendo ou percebo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Carne vale?

Anteontem regressava a casa do trabalho e ouvi parte de uma conversa entre um português e um brasileiro. O que me chamou mais à atenção foi o brasileiro, a propósito dos preços das passagens aéreas para o seu país, dizer que no brasil há duas épocas altas para as companhias de aviação: a primeira em Fevereiro por causa do Carnaval e a segunda, pasme-se, entre Junho e Julho por causa do Carnaval fora de época. Sem dúvida que o Carnaval brasileiro está transformado numa industria.

O brasileiro contou que gosta mais deste Carnaval fora de época porque é menos mediático, é mais calmo, e a pessoa acaba por divertir-se mais neste do que no oficial.
Como eu não aprecio o Carnaval, a ideia de festejar um é algo que recuso, quanto mais dois!!! Coitados dos brasileiros que não são fans de carnavalices.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Saber parar vs saber calar

Estou a escrever pouco depois do incidente que presenciei no autocarro, quando vinha para o trabalho.

De vez em quando lá acontece uma discussão entre dois passageiros. Hoje foi porque a mulher acusava o homem de a ter passado à frente. Houve uma azeda troca de insultos, mais da boca da mulher do que da boca do homem.

O que me fez pensar foi o comportamento da mulher depois do o homem deixar de dar resposta. Ela continuou a resmungar de forma bem audível. Podem dizer: se era audível, não era resmungo, mas não tenho outra forma de o dizer.

Noto nalgumas pessoas esse hábito irritante de falarem para elas próprias, mas de forma audível para quem está perto. Tenho uma colega do trabalho assim. Nos primeiros tempos dela na empresa, quando havia um “desencontro de opiniões” comigo e no final quando eu dava por finda a discussão, ela continuava murmurando frases que poderiam reacender a contenda. Até parecia que queria continuar com a desavença.

Essas pessoas são incapazes de calar e de gerirem em silêncio os seus demónios e fantasmas. Mais grave parece-me que é quando isso acontece em público, como no autocarro, não se sabe se a outra pessoa é violenta ou não.

Este tipo de atitude pode gerar problemas desnecessários. Isto faz-me lembrar um pequeno episódio de ontem, no regresso para casa. Estavam duas pessoas para sair numa paragem, uma senhora e um senhor. Ele mal a porta se abriu avançou e deu um pequeno toque no braço dela. A senhora já tinha uma certa idade e levou algum tempo a sair. Quando estava já no passeio começou a falar alto: “vai com pressa, vai com pressa”. O senhor já devia ir longe quando ela falou. Qual a necessidade de falar? O único resultado foi ter causado estranheza nas pessoas no autocarro. Já vi discussões inflamarem-se por causa de episódios destes: alguém fala e alguém compreende mal a mensagem. Os mal-entendidos nascem de coisas muito pequenas.

É sinal de sabedoria saber calar, saber gerir o silêncio ou saber parar.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Twittar ou não twittar

Há coisa de uma semana tomei conhecimento da existência de uma coisa chamada Twitter. Como em muita coisa no que toca a novidades esta tomada de conhecimento foi através do blog do Nuno Markl. Devo confessar que não me atrai nada aquela coisa. Talvez porque não dou uso quase nenhum ao meu telemóvel ou porque não entendo o que é dito ali ou porque não consigo comunicar tão sinteticamente.

Nesta segunda-feira descobri que o nosso Presidente da República aderiu ao Twitter. Achei piada à ideia. Ainda pensei que ira ver mensagens do género:
“Acabei de chegar ao Palácio de Belém”
“Bem... vou começar a ler as leis que tenho para promulgar”
“Acabei de ter uma reunião com o Sócrates. Descansem, não voltei a receber outro Magalhães. Lol”

A impressão com que fiquei foi que aquelas mensagens que lá aparecem foram enviadas por uma das secretárias ou assessores.

Devo reconhecer que fica bem ao nosso Presidente ter esta abertura. Não tinha nada esta imagem dele. Reconheço que desde os tempos em que era Primeiro-ministro que não cultivo uma boa imagem dele. Não posso esquecer que foram governantes do governo dele que baptizaram a minha geração de Geração Rasca. Por isso vê-lo agora a gravar vídeos para o Youtube e entrar para algo tão novo como o Twitter é bom sinal, a não ser que já esteja a preparar a recandidatura, afinal só faltam dois anos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Espécie de balanço

As últimas mensagens que tenho publicado têm sido escritas no meu portátil, umas vezes directamente no blog outras no Write do Open Office. As do Open Office tendem a serem mais extensas.

Ao analisar estas últimas mensagens, aos meus olhos, parece que há dois autores deste blog. O primeiro escrevia sobre observações que fez. O segundo é mais sintético e escreve sobre religião, usa links, fala de política. No entanto sou a mesma pessoa, só a forma de escrever é diferente consoante o meio usado. Nunca pensei que isso acontecesse.

Nesta espécie de balanço das minhas actividades bloguistas, quero deixar registada a minha pequena frustração por não saber se alguém já visitou este sítio. Disse a duas amigas que tinha criado o blog, mas elas não têm muita disponibilidade para cá virem.

Aos poucos vou formatando o blog à semelhança de tantos outros. Já tenho links a blogs que costumo visitar. Criei um grupo dedicado à Islândia (e por falar nisso ainda não escrevi nada sobre este meu interesse). Falta-me descobrir a forma de colocar fotografias no blog, bem como vídeos. Ainda tentei nas mensagens sobre as mulheres que me fascinam, mas não consegui. No fundo não quero despender muito tempo a investigar.

O último esforço que fiz para publicitar o meu blog foi tornar-me seguidor do blog do Confessionário. E lá nele há um sítio onde aparece um link para aqui. Será que alguém vai experimentar? Tenho que esperar, não é? Sei que devia apresentar-me em alguns blogs e publicitar-me, mas mesmo sob o anonimato da letra jota sinto timidez. Dá para acreditar? Às vezes odeio-me por ser assim. Estou à espera que as outras pessoas reparem em mim, no meu valor, e depois espero, espero, espero. Começo a duvidar se esta paciência que me faz esperar é virtude ou defeito.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Terceiro domingo do tempo comum – Ano B – Festa da Conversão de São Paulo

Neste domingo celebra-se a festa da conversão de São Paulo. A diocese de Lisboa está a festejar este dia em Fátima. Não tenho a certeza se o mesmo se aplica a todas as dioceses o país.

São Paulo tem uma importância enorme na formação e crescimento da Igreja. Ele foi o primeiro Apostolo enviado para fora da Terra Santa para espalhar a Boa Nova. Recebeu essa missão do próprio Jesus Cristo e com base nesse mandato ele construiu um apostolado impar. Podemos até dizer que grade parte da cultura ocidental tem origem no esforço e dedicação deste homem, que no final da sua vida dizia que já não era ele que vivia, mas sim que Cristo vivia nele.

Na primeira leitura São Paulo relata de viva voz a sua conversão, os antecedentes e as consequências. Ele já tinha um relação com Deus bastante profunda, mas precisava de purificá-la. Com o encontro a caminho de Damasco dá-se a viragem, ele compreende que estava a perseguir o próprio Deus que julgava defender (um boa chamada de atenção à nossas imagens de Deus que podem estar erradas). Mas o encontro foi mais profundo, São Paulo recebeu uma missão de veículo da acção do Espirito Santo.

Na segunda leitura São Paulo mostra qual deve ser a nossa atitude depois da conversão. Estamos no mundo, agimos no mundo, lutamos no mundo, mas não pertencemos ao mundo. Nós somos como ele instrumentos de Deus.

No Evangelho vem o mandato pata todos nós, o que devemos fazer como instrumentos de Deus.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ironia

Acho irónico que o PCP use um slogan descaradamente inspirado no slogan do Barack Obama.

O PCP diz "Sim, é possível" em letras grandes e depois no canto inferior direito aparece "uma vida melhor".

Se não me engano na tradução "yes, we can" pode ser traduzido por "sim, é possível". Ora sendo o Obama norte-americano, isso por si só já o coloca bem longe do Partido Comunista Português, e como o Partido Democrata não tem grandes pontos de contacto com o PC é deveras curiosa esta colagem de mensagem.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Há uma forma de dar notícias no jornalismo que me faz espécie. Quando há um debate no parlamento e o Governo apresenta uma proposta, os jornalistas apresentam a proposta e introduzem as opiniões da oposição dizendo que não concordaram.

Cá para mim digo: se concordassem deixavam de ser Oposição. E isto leva-me para outro aspecto: qual o papel das oposições aos governos? Não parece que elas só se opõem porque não pertencem ao governo?

Estarei a pensar mal se disser: se há Oposição, é porque não há um Governo perfeito; e se a Oposição for para o Governo, também não será perfeita porque terá Oposição?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

De manhã quando vou para o trabalho tenho reparado numa passageira que entra na paragem antes de eu sair. Não consigo perceber um pormenor: quase sempre compra um bilhete no motorista. Porquê? Existe o passe, existe o cartão Sete Colinas que podemos carregar com as viagens que quisermos. Porquê pagar 1.40 € (acho que já está neste preço) se pode pagar cada viagem por metade? Não percebo.
Ela sabe da existência do Cartão pois já a vi usá-lo. Será esquecida?
Se eu não fosse tímido, perguntava-lhe...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Espiritualidade Oriental

Deixo aqui este pequeno post para deixar um link ao Fórum do Site Paróquias.org.

Aqui fica um exemplo de espiritualidade interessante.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sinais de Deus

Sexta-feira passada recebi um boa notícia no trabalho, notícia inesperada e digna de festejo. Quando cheguei a casa esperava alegrar a minha mãe, mas nada disso aconteceu. Ela estava ainda em estado de choque. Nós temos uma vizinha doente e a minha mãe foi lá ver como estava e perguntar se queria comer alguma coisa. Demorou-se uns dez minutos. Como não ia demorar fechou a porta só com o trinco. Quando regressou não encontrou o meu pai em lado nenhum. Assustou-se muito. Ouviu vozes do lado de fora. Foi ver e descobriu o meu pai acompanhado por dois vizinhos regressando a casa. O meu pai, vá-se lá saber porquê, foi apanhar o elevador do outro lado e ficou lá preso. Os vizinhos tiveram que accionar o elevador manualmente.

A doença do meu pai atingiu já o estádio de sair de casa desnorteado. Estamos com mais um problema. Agora fechamos à chave a porta, antes tínhamos só uma tranca, pois preocupava-nos quem entrava e não quem saía. Tenho que pensar seriamente em contratar apoio profissional para ajudar a minha mãe, se ela já está bastante presa a casa... o que será daqui para diante?

Este foi um primeiro sinal – ter maior cuidado com o meu pai. Outro sinal foi que não devo sobrevalorizar as boas notícias, pois podem desviar-me do meu caminho. Deus parece estar a dizer: “Atenção jota, o essencial não é o conteúdo da boa notícia, mas sim o que vais fazer com ele”. Agradeço a Deus o aviso, mas preferia que isso não envolvesse o meu pai e a minha mãe.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Segundo Domingo do Tempo Comum - Ano B


Nota prévia: Aviso que não sei se conseguirei escrever sobre todas a leituras dominicais. Talvez escreva sobre as que mais me tocaram ou que entendi. Hoje escrevo, de futuro não sei.

Hoje é o segundo domingo do tempo comum do ano B. É tempo de começos. É altura para começar caminhadas ou recomeçar. No Evangelho de hoje vemos como João Baptista cumpre o seu papel de anunciador indicando aos seus discípulos quem era o Messias. Apaga-se o Profeta para brilhar a luz de Deus.

Como caminhantes deste caminho nós devemos também transmitir aos outros esta necessidade de caminhar. Mais do que isso, devemos dizer que só caminhando é que somos felizes.

Como aconteceu com maioria de nós a fé foi-nos transmitida, sugerida, apresentada. Cabe nós agora fazer o mesmo.

Na primeira leitura Samuel é instruido por Heli a dar boa resposta a Deus. Isto adverte-nos para estarmos atentos ao que os outros nos dizem e ao significado dos acontecimentos da nossa vida.

Na epístola de São Paulo vemos que a caminhada pressupõe uma grande responsabilidade. Nós somos portadores do Espírito Santo, somos o Templo onde Ele habita. Por isso devemos cuidá-lo. Devemos mantê-lo livre de pecado e aqui entra tudo desde a pureza sexual até aos cuidados com a higiene ou alimentação. Mais, o respeito pelo corpo alarga-se ao corpo dos nossos irmãos, pois faz parte da noção judaica de corpo as relações com os outros. Por outro lado, respeitar o corpo, ou seja, a pessoa toda, dos outros é respeitar o Templo de Deus e um membro do Corpo de Cristo.

Deixo aqui um link que descobri hoje e que traz outra abordagem (bem melhor que a minha) às leituras de hoje.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Sobre as declarações de D. José Policarpo III

Por outro lado, na nossa sociedade Ocidental e num mundo global como está agora é necessário saber ouvir opiniões diferentes das nossas. Opiniões que podem até chocar com os nossos valores, convicções e crenças. Cada vez é mais necessária essa sabedoria, pois estamos a entrar numa ditadura do “politicamente correcto”.

Não se deve falar sobre os Islão porque podem não gostar e condenar-nos violentamente.É preciso ter cuidado com algumas palavras, a palavra “preto” é uma delas. Em certos contextos não se pode dizer que não se gosta de um dado objecto porque é preto, porque não se gosta do preto. O preto está tão associado ao indivíduo africano, ainda por cima negativamente que a liberdade de expressão pode ficar limitada. Não vejo como se pode resolver este problema.

Voltando à religião. Não se pense que estou ou estamos (a Igreja) a cobrar compreensão cega e aceitação incondicional a tudo o que é dito. Quando os valores da Igreja são atacados também há reacções, também há indignações. Só se pede a todos é que a violência não pode ser argumento.

Acreditem que não é fácil ouvir ataques à Igreja por causa dos seus valores sobre a contracepção, o aborto ou o celibato, só para citar alguns exemplos. Mas por vezes custa-me mais ouvir vozes insanas reagindo. Curiosamente as reacções do D. José Policarpo têm sido equilibradas e sensatas (na minha opinião a Igreja portuguesa está muito bem servida de bispos). O que se deve fazer quando alguém diz algo de errado sobre a nossa religião será dizer que não concordamos, que até pode estar a ser ofensivo e mostrar abertura para o diálogo sobre esse tema, pode acontecer que tudo tenha sido causado por ignorância.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sobre as declarações de D. José Policarpo II

Quanto às relações entre a Igreja Católica e o Islão também concordo com o Patriarca. Infelizmente o desconhecimento sobre o Islão é esmagador e o que se sabe não abona nada em seu favor. Neste momento não basta ser uma comunidade bem integrada na nossa sociedade. Cada notícia que ver do oriente destrói meses de cidadania exemplar de cada muçulmano.

O Islão tem duas faces e actualmente está a passar para os media só a face negra. O que aconteceu àquela cultura florescente que inventou a nossa numeração? O que aconteceu à cultura da sabedoria e a arte presente em tantas mesquitas pelo mundo fora? O que aconteceu ao islamismo que após conquistar um território não impunha a sua religião? Onde estão os sábios islâmicos? Onde estão os sufis?

Não tenho a ilusão de que a animosidade para com o Ocidente tem origem exclusivamente no interior do Islão. Mas será que não é visível que ao radicalizarem-se estão a perder a sua identidade? Se me deixo influenciar por alguém que me faz mal, estou a ser vencido mesmo quando luto e até tenho vitórias. Se o Islão está, em algumas partes, fundamentalista por causa dos erros do Ocidente, está a incorrer nesses erros mas de outra forma, está a perder o seu fito. O fito de qualquer religião é religar o humano ao divino. Essa ligação traz a paz e da violência ou do obscurecimento da inteligência nunca pode vir essa paz.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre as declarações de D. José Policarpo I

Como é do conhecimento geral, o Cardeal Patriarca D. José Policarpo proferiu umas declarações polémicas há dias. São polémicas por duas razões: se vermos bem os assuntos dominantes destes dias têm sido fraquitos, frio, crise e pouco mais; por outro lado não se pode dizer nada sobre o Islão ou a cultura islâmica sem haver polémica.
Na minha opinião o D. José disse o que eu penso. Já muitas vezes me imaginei numa relação com alguém de outra religião e sem dúvida que seria um “monte de sarilhos”. O que fazer perante os filhos? Seriam educados na igreja católica ou na outra religião? Eu não pretendo abdicar da minha religião, mas não pretendo obrigar ninguém a abdicar da sua. Aceitaria de braços abertos alguém que se convertesse por amor a Cristo, não por amor a mim.

Como se pode ver eu não restrinjo o “monte de sarilhos” ao Islão. Para mim é igualmente complicado com o hinduísmo, budismo, judaísmo ou qualquer religião cristã (talvez a ortodoxa e a anglicana sejam excepções por causa da proximidade, mas teria que haver uma profunda reflexão).
Esta opinião não é sectarismo, discriminação ou qualquer forma de snobismo. Se o casamento entre pessoas da mesma cultura está sujeito a tantas tensões, quanto mais nestas circunstâncias?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mulheres quem me fascinam IV

Desta série de mulheres que me fascinam retenho dois pontos em comum: a presença da música e das entrevistas da Ana Sousa Dias (embora não apareça no caso da Rita Redshoes).

Bem se vê que a música tem em mim um papel importante e por isso não vou-me alongar sobre isso. Sobra-me a questão: a Ana Sousa Dias fascina-me? O fascínio por ela tem a coloração de admiração, não me toca pela imaginação, mas sim pela qualidade do seu trabalho. Eu gostava muito dos programas dela na RTP 2. Aquelas entrevistas tinham muito pouco de entrevista para serem principalmente conversas. E como eu gosto de ouvir conversas, mais até do que participar nelas!

Por outro lado, sinto um certo desencanto agora quando penso nela. Acho que ficou com a imagem prejudicada pelo programa que teve com o professor Marcelo. Ficou com a imagem prejudicada para mim, ressalve-se. Ao lado do professor ela parecia-me desgastada. E o desgaste cresceu ao fim de algum tempo a rádio. Ela fazia um programa ao final tarde no Rádio Clube e não conseguiu cativar-me.

Mas a minha admiração por ela não se perdeu e a gratidão por algumas descobertas que fiz, também não.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mulheres que me fascinam III

Descobri a Aldina Duarte num programa da Ana Sousa Dias. Mais um. Apesar de nunca a ter ouvido cantar fiquei com o nome e a imagem dela gravados na minha memória.

O que me fascina nela? Acho que é a fragilidade que a sua imagem me transmite. Pode não ser real, no fundo nem deve ser nada frágil, mas é dessa forma que a vejo. Essa fragilidade nem é física, por isso a palavra até pode estar mal empregue.

É fragilidade no sentido de suavidade. Como que uma vela acesa. Como que uma aparição fugaz de um ser espiritual.

Invoca em mim o desejo de protecção. Levá-la para um castelo e passar serões à lareira conversando, lendo, ouvindo música ou simplesmente meditando.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Também falo de política

No primeiro dia do ano é tradição o Presidente da República falar à nação. Não vi o comunicado e só falo daquilo que a comunicação social realçou. Parece que o Presidente apelou ao Governo que fale verdade ao país. Não vi ninguém lembrar, nos comentários à mensagem, que no tempo em que o próprio Cavaco Silva era Primeiro-ministro se falou muito na imagem do oásis por ele criada.

Concordo plenamente que o Governo deve dizer a verdade, mas não parece um pouco falta de vergonha pedir isso quando no passado se fez exactamente o mesmo? Se o Cavaco Silva se arrependeu do que fez no passado, poderia então fazer esse pedido. Mas se se arrependeu, não deveria ter incentivado o Sócrates desde o início a seguir as suas pegadas.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Mulheres que me fascinam II

Outra mulher que me fascina é a Sara Tavares. Devo confessar que não é por causa da música. Se na Rita ainda entrava a música, na Sara é outra coisa.

Há uns anos vi uma entrevista dela à Ana Sousa Dias. Dessa entrevista retive a ideia de que a Sara encaixa perfeitamente na personagem da anciã da tribo, da mulher sábia que faz os partos e estabelece a ligação entre a tribo e os além.

A doçura e a tranquilidade do discurso dela carregam uma grande sabedoria. Alguém assim invoca o desejo de proximidade. Mais fascinante é quando essa pessoa é bastante jovem, como é o caso.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Regresso

Após uma longa semana de trabalho para fechar o mês, começo lentamente a voltar rotina habitual. Desde o dia 2 de Janeiro só não trabalhei no Domingo e em todos os dias fiz horas extraordinárias.

As coisas nos primeiros dias pareciam correr bem, mas na véspera do deadline principal vi o caso mal parado. Tive colegas que saíram à meia-noite (e não ficaram mais tempo porque a empresa resolveu cortar nas despesas e o segurança tinha que ir embora).
Enfim, já está quase tudo passado.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Mulheres que me fascinam I

Há dias descobri que existe um pequeno grupo de figuras públicas femininas que por uma razão ou outro despertam a minha imaginação. Essa descoberta aconteceu quando via por acaso o início do programa Minha Geração da Catarina Furtado. A década abordada era a actual.

Nesse programa estiveram duas mulheres que me tocam profundamente. Neste post vou falar da Rita Redshoes. A bem da verdade acho que foi naquele dia que a vi pela primeira vez, embora já a conhecesse de a ouvir na rádio. Por isso o meu fascínio não está relacionado com a beleza dela, ela ajuda, mas não o despoletou. Talvez tenha sido a música, sobretudo o tema “The Beginning Song”.

Mas o que eu acho que me fascina mesmo é a voz, não o som, mas a voz, a maneira como ela usa o som da sua voz. Agora que tento escrever o que ela me transmite vejo que é muito difícil explicar. Tenho que usar imagens tal como ela tenta usar referências cinematográficas na sua música.

Ao ouvi-la, ou somente a recordar-me da sua voz a cantar, tenho a sensação de querer estar mais próximo, de estar seguro e poder viajar por mundos de emoções. Ela é uma boa companhia e eu também. Há calor, conforto. Lembrei-me agora daquele filme “The Neverending Story” quando o protagonista voa nas costas do cão voador. Planam por entre as nuvens, há liberdade, não há mais nada para além daquele momento.

Por outro lado há carinho na voz, na entoação, mas isso deve ser do tema da canção.

A Rita Redshoes estimula o meu lado imaginativo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Vida nocturna II

Quem parece ser bastante apreciador da noite são os meus vizinhos de cima. Sei que são duas mulheres, mas não tenho a certeza se vivem homens lá. Tenho a impressão que elas vivem mais de noite que de dia. É gente para tomar banho às duas ou três da madrugada. Ouve-se a porta abrir e a fechar, a chave a rodar na fechadura, a essas horas e mais tarde. E o autoclismo? Sempre que é puxado tem a triste particularidade a os canos chiarem bem alto. Há sempre alguém com o passo pesado a viver lá e por aquele andar já passaram diversos ocupantes.

Por vezes sou obrigado a ter vida nocturna por causa delas/deles. Na noite passada acordei com um estrondo de algo a cair mesmo por cima de mim. Não sei o que aconteceu, mas acho que algo caiu e partiu-se. Dali a pouco ouço duas vozes femininas a falar. A ocupante do outro quarto deve ter vindo àquele ver o que se passava. Não ouvi vozes masculinas. Levei um bom bocado para adormecer.

Se fosse só este tipo de coisas, mas já ouve festas até perto da meia-noite, com karaoke e, ao que me pareceu, dança de combóio. Aquela gente é bastante sociável e têm acontecido jantares de amigos.

Mas o que me irrita mais é quando de madrugada acordo com o som de um ranger ritmado de molas. Tenho a teoria de isso acontece quando está algum casal nas actividades intimas tendo em vista “teoricamente” a procriação. A bem da verdade estes ocupantes até que nem são muito chatos, já os anteriores iam levando-me à loucura (chegava a haver duas a três sessões por semana). Cheguei a ouvir os grunhidos do macho. Enfim um pesadelo.

Felizmente esses já cá não moram e os actuais ocupantes parecem ser menos insistentes, apesar de na semana passada ter havido uma sessão levou à vontade bem mais de uma hora. Se for mesmo, é obra.

É nestas alturas que desejo ardentemente ganhar o Euromilhões e comprar uma vivenda onde mataria dois coelhos com uma cajadada só: deixava de ter vizinhos por cima e deixava de participar em administrações de condomínios.