terça-feira, 30 de junho de 2009

Stranger in Moscow

Já há muito tempo que não via este vídeo, nem ouvia a música. Aqui fica um exemplo de um grande vídeo e música do Michael Jackson.



Uma das várias funções da arte é elevar o espírito, por mais estranha, invulgar e excêntrica, que tenha sido a vida do artista, se foi mesmo artista a sua obra eleva-o e ao espectador mais perto de Deus. Os gritos de alma são orações. Mais, se um artista cumpre a sua missão de artista, está a ser o que Deus quis que ele fosse. Cada um de nós deveria lutar para ser aquilo que nasceu para ser (não estou a pensar no determinismo ou fatalismo ou destino traçado). O Michael Jackson cumpriu a sua missão de músico e dançarino, de artista, e espero que isso compense tudo o resto que possa ter acontecido.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Dois blogs

Hoje chamo a atenção para dois blogs interessantes:

Santa Missa

Semana Santa

domingo, 28 de junho de 2009

Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum – Ano B

Neste domingo Jesus ensina-nos que o tempo de Deus é diferente do nosso. Para nós tudo pode parecer ter acabado e para Ele ainda não começou. É por isso que a paciência é uma virtude.

É uma frase feita, mas não deixa de ser verdadeira: os desígnios do Senhor são insondáveis. Até parece que Jesus quis demorar-se no caminho para testar a fé de Jairo. E a imagem de “zangado” perante a mulher curada? Mais uma vez para testar a fé.

A fé é quase sempre assunto central de todo Evangelho, mas hoje parece ter mais protagonismo. Há o contraste entre a fé simples de Jairo e da mulher e a fé da multidão, se é que podemos chamar fé àquilo. Será interesse? Fanatismo? Messianismo terreno? O que é certo é que a multidão serviu de obstáculo a Deus. Isto é uma aviso a nós todos: nós não devemos servir de barreira, mas de ponte. É algo que devia lembrar-me todos os dias, a toda a hora.

No caso específico da mulher percebe-se algo mais. Em todos os milagres Jesus trata cada um pessoal e individualmente. Com a mulher faz o mesmo e faz mais: diz-nos que Deus não é algo distante, que é bondoso, que até nos concede benesses como um benemérito anónimo, não Ele quer que eu saiba que me ama, que me ajudou por amor.

Por fim é delicioso o pormenor no fim do texto em que Jesus manda dar de comer à filha de Jairo. Verdadeira imagem do Pai.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson

Tal como muitos outros bloguistas hoje não posso deixa passar uma referência ao falecimento do Michael Jackson. Soube hoje de manhã, às sete, e fiquei chocado. Chocado com o meu choque e com a morte de alguém tão novo, com tantos recursos, com tanta história.

A primeira coisa que pensei foi que até os ícones da cultura pop são mortais. Alguém que subiu tão alto, com tanto reconhecimento público, também é igual a qualquer um de nós. Espero que ao menos por ter tanta gente que gostava dele exista também muita oração por ele. Isto faz-me perguntar, para quê que servirá mesmo a fama? Será que valeu a pena para ele tanto esforço para construir a carreira que construiu? Só Deus sabe os frutos que saíram desta árvore.

Como tenho que trabalhar deixo aqui algumas músicas que gosto dele. Não tenho nenhum disco dele, mas cresci a admirar as músicas dele. Tenho pena que a vida dele tenha caído no que caiu e que o músico tenha ficado atrás da imagem mediática. Espero que o bom que ele tenha feito seja muito superior ao que de mau possa ter causado.








segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma pequena sondagem aos leitores

Caros leitores, assíduos ou de passagem, quero pedir um pequeno favor. Preciso saber, para o caso de algum de vocês saber, como é que funciona o tratamento das facturas que entram nas vossas empresas.

Eu tenho andado a pensar numa forma de inovar este sector na empresa onde trabalho. Por isso gostaria de saber outras práticas que existam.

Por exemplo: a classificação das facturas é feita no papel ou só informaticamente? Na minha imprimimos uma página A4 com a classificação.

Sabem como funcionam os grandes grupos económicos?

Será possível depois de receber a factura, digitalizá-la e arquivá-la, sem ter ligação com a contabilidade? Neste cenário a factura circularia em formato digital.
Não quero saber em empresas trabalham, só procuro ideias para pensar numa forma de propor à minha algo novo e económico (claro). Agradeço desde já a vossa participação.

Rádio Sim

Nestas férias tomei conhecimento de uma rádio do Grupo Renascença, chamada Rádio Sim. Esta rádio apanhei-a (ou melhor a minha mãe descobriu-a por acaso e depois andei à procura dela) na Onda Média. Em alguns lugares do país está também na FM.

A música desta rádio é música ligeira das décadas de ciquenta a setenta do século passado. Sendo o ouvinte destinatário, na sua maioria, da faixa etária superior a cinquenta anos. Ouvi muita música que há muito não ouvia, apesar de estar ainda longe dessa faixa.

Aqui fica música do género que ouve-se lá:







(pode parecer loucura minha, mas encontro semelhanças de atitude entre o Elvis e o Cristiano Ronaldo)


domingo, 21 de junho de 2009

Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum – Ano B

Nas leituras de hoje há uma imagem comum: o mar tumultuoso. Como normalmente acontece as leituras têm várias leituras, desde a mais literal até à mais teológica ou simbólica.

No Evangelho vemos Jesus a acalmar uma tempestade no lago que estava a atravessar com os seus discípulos. Na primeira leitura o Senhor diz a Job que ele tem poder sobre todos os elementos, até sobre o mar. Jesus revela-Se como Deus e Senhor de tudo ao mandar o vento parar e o mar acalmar-se. Esta é a leitura mais imediata. Depois vem as palavras Dele censurando os discípulos pela sua falta de fé, afinal se Ele seguia no barco, como é que poderiam pensar que iriam ao fundo? É uma atitude muito comum, quando estamos numa tempestade esquecemos que Jesus está sempre connosco, que nada o que nos possa acontecer virá se não for por permissão de Deus.

Na segunda leitura, São Paulo mostra porquê que isso acontece. Todos estamos mortos por Cristo e por Ele já participamos na Sua Ressurreição. Estamos tão unidos a Ele que já é possível viver longe dele (excepto se formos nós a querer).

O meu pároco deu mais uma leitura para este texto do Evangelho. Este texto é como que uma parábola para explicar o que aconteceu nos primeiros tempos da Igreja (e desde então até ao presente). Os barcos são as várias comunidades cristãs. Jesus dormindo é a imagem de Jesus ausente fisicamente, mas presente no Seu Corpo. Se tivermos fé, ou seja, se pusermos a nossa confiança Nele, nenhuma tempestade, tribulação, nos afundará, porque Ele está sempre connosco.

sábado, 20 de junho de 2009

Livros, fim de férias e apelos

Acabei de ler o mais recente livro das Crónicas de Allaryia. Falta mais um volume ainda não publicado. A saga é interessante, embora me pareça que nos últimos livros a história não se desenvolveu tanto como prometia. A grande mais-valia da saga é a linguagem. O Filipe Faria tem um vocabulário muito rico, variado, e bastante detalhado em diversos contextos (armamento, navegação, estratégia militar). Talvez por isso pertença ao plano nacional de leitura.








Penso que a leitura desta saga seja bastante adequada para quem queira conhecer palavras menos usadas. Por isso é indicado para um público juvenil. Mas antes de porem os seus filhos a ler este livros digo que há muita violência, batalhas épicas, combates corpo a corpo, muitas armas, ódio, luta entre o Bem e o Mal, mas com muitos campos cinzentos pelo meio. Há algum sexo. Também há amor e humor. Ou seja é uma saga adulta, que pode agradar os jovens, talvez de quinze anos para cima, mas com algum peso.

Tirando o livro A Especiaria desde a Páscoa que ando a ler esta saga, forma três volumes. Por isso e antes que comece a “ressacar” decidi mudar de estilo e estou a reler um livro chamado Nem Quero Crer de Vasco Pinto de Magalhães, s.j. e Henrique Manuel Pereira. Este livro é colecção de uma série de programas de rádio sobre o Credo, os Mandamentos, o Pai Nosso, a Avé Maria e mais uma secção sobre viver em Cristo. Não sei se vou lê-lo de uma ponta à outra.




Logo no primeiro capítulo encontra-se um esclarecimento sobre o que é ser Deus Todo Poderoso. Espero não estar a deturpar o que está escrito. Deus é Todo Poderoso porque pode com tudo por Amor. O poder de Jesus foi (é) conseguir dar sentido a todo o sofrimento e dor do mundo, foi (é) conseguir vencer a morte. Não devemos esperar de Deus que nos resolva todos os problemas, devemos isso sim agarrar-nos ao Amor que Ele é e à Sua Misericórdia e sabermos dar sentido a tudo.

E quem sabe, até pode ser que esteja nos Seus planos que uma dado problema seja resolvido por Sua intervenção. O que sabemos nós? Por isso e porque se formos muitos a partilhar o mesmo fardo será mais fácil deixo aqui esta vela a pedido de MJG





E como estou a por em dia alguns assuntos (pois as férias não representaram mais tempo para a net) deixo aqui o apelo do Alma Peregrina. Ele resolveu criar um concurso onde procuram-se as Sete Maravilhas da Igreja. Deixo aqui o apelo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pintar

À falta de música mais adequada aqui fica esta




O que temia aconteceu e estou a pintar a casa, começando pelo corredor (e os meus braços também, devia ter feito isto no tempo mais fresco)



Ok, também não é assim tão grave. :)

terça-feira, 16 de junho de 2009

16

Hoje à hora de almoço dei-me conta de uma efeméride pessoal, irrelevante para o resto da humanidade, e uma coincidência interessante.

Faz hoje quinze anos que comecei a trabalhar no meu primeiro emprego. Comecei como servente num armazém de medicamentos.

A coincidência é que no emprego seguinte comecei ou a quinze ou a dezasseis de Fevereiro.

No actual comecei desta feita a dezasseis de Setembro.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dez anos de ágætis byrjun





No dia 12 de Junho fez dez anos que o segundo disco dos sigur rós foi lançado. Chama-se ágætis byrjun. Este cd veio alterar a vida da banda e de muitos fãs.






Para comemorar o lançamento na Islândia do disco o sítio oficial remodelou a página dedicada ao disco, incluindo vídeos inéditos, e alguma informação adicional. Quem quiser pode transferir para o seu computador um vídeo de um tema tocado ao vivo e que nunca foi editado (este vídeo é do concerto de apresentação do disco), bem como o áudio de um tema do primeiro disco (também tocado nesse concerto).





No próximo ano será comemorada a edição internacional do disco e ao que parece será com uma edição especial do disco, bem como, espero eu, com um novo trabalho (têm saído notícias de que eles estão já a gravar material novo).

domingo, 14 de junho de 2009

Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum - Ano B

Hoje navegamos no simbolismo da árvore, da planta. A árvore simboliza a aspiração de todo o ser humano: ser um com Deus. A árvore ergue-se da terra em direcção ao céu, aspira às coisas do alto. Ser árvore frondosa é estar mais perto de Deus. São João associa a imagem da árvore com a Cruz. Cristo crucificado é a árvore à qual nós estamos enxertados, formando os seus ramos.

Na primeira leitura, o Senhor reafirma que é o Criador, que tudo se deve a Ele. Usa a imagem da árvore para anunciar a nova e definitiva árvore, Cristo. Plantará no alto da montanha de Israel uma haste que dará muito fruto.

No evangelho Jesus usar de parábolas sobre o reino vegetal para anunciar o Reino. A actividade criadora de Deus não é “visível a olho nu”, é como uma semente que germina e a planta cresce sem darmos conta. E entra no nosso coração como a semente mais pequena e cresce, cresce até ser uma frondosa planta, tão grande que pode dar abrigo.

Deus quer que sejamos árvores, uma floresta até se for isso que Ele quer. Devemos estar sempre em estado de germinação, erguendo o nosso olhar, os nossos ramos para o Sol, que é Cristo. E depois...

Depois, tal como São Paulo diz, na segunda leitura, esta árvore procura Deus, não pertence à terra onde tem as suas raízes. No final Cristo, qual lenhador, virá colher esta árvore, se for frondosa, de boa madeira servirá para ornamentar a sala do Rei. Se for magra, corcovada, carcomida e nudosa, nem para lenha de lareira, que aquece a casa do caseiro do Rei servirá.

sábado, 13 de junho de 2009

Pope2you

Encontrei neste blog uma iniciativa que acho interessante e para seguir.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Considerações sobre o dia do casamento



O lobo quer ainda mostrar os dentes sobre mais um assunto. À hora de almoço tive que partilhar o almoço com a televisão a transmitir o casamento civil das festas de Santo António. Não criar uma guerra cá em casa por causa disso.

Como não sou grande adepto das férias, de festas ainda sou menos. Se calhar sou demasiado reservado (e por isso estou sozinho). Se calhar sou um melancólico incorrigível, maníaco depressivo, mas não consigo sentir alegria numa festa. Faço os possíveis para não ir às da empresa no Natal (agora ando marcar férias para a semana em que normalmente são feitas). Às vezes até acabo por me soltar na festa e acabo por apreciar, rir e tudo, mas o sofrimento prévio não é compensado. A quebra da rotina é algo que me angustia.

Não sou um entusiasta de casamentos e festas do género. Até ao momento fui a três casamentos: dois em criança e um em adulto. A parte religiosa ainda entendo (apesar de todas as reticências que falarei à frente), mas a boda ou copo-d'água é que não entendo. Até compreendo que se fizesse uma refeição melhorada para os noivos e familiares próximos (pais, irmãos, avós), mas um banquete? Para quê? Já não vivemos em meios pequenos cuja sobrevivência dependia das famílias com filhos. Aí se justificaria que a comunidade celebrasse a criação de mais uma família. Mas com tantos ataques à família, justificam-se tantos festejos?

Não gosto dos vestidos de noiva. Porquê que na passagem de solteira para casada a mulher resolve fingir que é uma princesa, como se fosse uma criança? A maioria dos homens a roupa do noivo não assente bem, vê-se que não é habitual andar com tal trajos. Porquê? Para quê?

E todos aqueles rituais na boda, mais me parecem exercícios de tortura, querendo dizer aos noivos “isto agora é brincar, mas preparem-se que a vida a dois e depois com os filhos não vai melhorar”. Felizmente no casamento que fui em adulto não aconteceu nada daquilo que ouvi falar: sorteio de ligas, pregar partidas no quarto de núpcias.

Isto que sinto talvez seja dor de cotovelo por não ver hipóteses de me casar. Parece uma reacção típica de quem desdenha porque quer comprar. Talvez... mas mesmo assim, se um dia acontecer gostaria de não fazer nenhuma daquelas figuras. Neste momento se fosse casar perguntava a quem gostaria de convidar se gostaria de ser convidado. Depois faria os possíveis para casar numa missa normal. Há dois anos participei por acaso numa missa onde houve a renovação de votos por ocasião das bodas de prata. É assim que gostaria de casar, inserido numa missa normal, sem as leituras de casamento, por mais bonitas que sejam.

Quanto à festa prefira que fosse um almoço sossegado com os meus pais, padrinhos, sogros e irmãos se existissem. Nada de roupas fora do comum, nada de vestidos brancos, flores e marcha nupcial. Tudo isso que tinha um certo simbolismo está manchado. Fui educado vendo o vestido branco como sinal de virgindade e castidade, coisa que agora é rara. Se calhar as verdadeiras virgens deviam casa de outra forma. E depois, para o homem não havia nenhum simbolismo equivalente ao da mulher. Mais vale então acabar com isso. Quem vai casar na igreja devia ir com recta intenção de coração. Quando usamos um símbolo, estamos a dizer que esse símbolo nos representa. Num casamento se alguém usa esse símbolo está dizer que ele o representa, mas será que o representa? Não me parece e os casamentos de Santo António são o exemplo disso. Quantos casais já não vivem juntos antes do casamento? Não estarão a subir ao altar mentindo simbolicamente? O que parece é que os vestidos de noiva e os fraques do noivo são fardas que se usam naquela ocasião. Farda por farda prefiro as fardas das hospedeiras.

Das despedidas de solteiro só digo que a ideia causa-me asco.

Mais uma vez peço desculpa pela bilis despejada nesta página web. Passemos à frente, pode ser que eu escreva coisas mais agradáveis da próxima vez.

Considerações sobre as férias



(Uso este vídeo por causa para palavra holiday, por favor vejam nela, se quiserem, o sentido de férias e não de feriado)

Tenho que confessar que não me sinto como a maioria das pessoas, se é que consigo saber o que os outros sentem, mas pelo menos sinto-me diferente daquilo que vejo as outras pessoas agirem e o que dizem.

Já leram o livro de Hermann Hess “O Lobo da Estepes”? Apesar de gostar muito de felinos, identifico-me mais com este lobo. Há algo em mim que não aceita o comum do relacionamento social. Se não fosse católico, estaria num caminho perigoso anti-social, anarca radical, talvez mesmo em franca autodestruição.

Assim o lobo anda adormecido, mas há momentos em que quase assume o controlo. As férias são um desses momentos. Tenho dificuldade em gostar das férias. Sim, é triste. Tanta gente suspirando por uns dias de férias e vem este aqui dizer que não gosta de gozá-las.

Normalmente quando começo a apreciar estes dias, eles acabam. Isto explica-se bem. Sou um animal de rotinas. Durante o ano inteiro tenho uma rotina, horários e tarefas. Chego as estes dias e tudo muda. Posso acordar mais tarde, mas isso baralha as horas para comer. Isso não seria problema se os meus pais mudassem a rotina deles, o que não acontece.

Nunca tivemos férias fora do nosso ambiente familiar, ou seja em locais alugados. Sempre fomos para casa de família ou para a nossa na terra do meu pai. Isto significa que a minha mãe sempre teve que fazer a comida e cuidar da “lida da casa”. Isto não são férias. Em criança eu não tinha consciência disso. Sofria só com a mudança de rotina. Em adulto sofro ao perceber que eu tenho férias, que mudo de ambiente e rotina, mas ela não, já para não falar da rotina.

Nestes dias estou de férias. Não saímos de Lisboa. Não vale a pena irmos à terra do meu pai, com o gato e tudo, só por uma semana. Para mais que começo a ter dúvidas se o meu pai está em condições para viagens de cinco horas.

Tinha a esperança de passar estes dias escrevendo e passando o tempo, mas surgem sempre coisas para fazer. Uma delas é pintar a casa. Preferia estar no emprego às voltas com as contas e o planos de poupança de custos.

Outra facada no meu coração é perceber que não conseguiria estar o dia todo a escrever. Umas duas horas e vá lá. A porcaria da net está sempre a tentar-me. Passear pela cidade? Tenho pouca vontade, pode haver calor, pode haver chuva, tenho que comer de tantas em tantas horas, mais vale não ir, não gosto de ir sozinho, não gosto de ir acompanhado. Aarrgghhhh...

Conviver com o meu pai também não é fácil. Está sempre a hostilizar-me. Todo o que digo serve de motivo para me chamar mentiroso. As refeições começam a ser difíceis, pois ele mete-se no digo à minha mãe, atribui coisas que ela diz a mim, temos que repetir muitas vezes que houve um avião que caiu no mar e que ninguém sobreviveu, não quer tomar os remédios, não quer beber água, deixa cair comida no chão e diz que somos nós. De manhã não é melhor. Anda perdido pela casa à procura da roupa e diz que a roubei. Não me deixa ajuda-lo a vesti-la. Não posso dizer para beber água, ou chá, nem dar-lhe uma peça de fruta para lanchar (questiona se lavei as mãos e mesmo que vá lavá-las, quando regresso já se esqueceu).

Hoje levantei-me mais tarde do que os dias de trabalho e quando me despachei fui fazer a meia hora de oração com aprendei nas Oficinas de Oração, para mim é melhor que seja de manhã. Nessa hora a minha mãe aproveitou para ir à praça. Pois durante a meia hora, que nas férias poderia ser maior, o meu pai andou da sala para o meu quarto com uma lengalenga, que aprendeu na infância, a meter-se comigo. E pensei, férias para quê? Para andar com os nervos em franja? A minha mãe é um ser humano extraordinário, com uma resistência e paciência memoráveis. Ela aguenta isto vinte e quatro horas por dia, todos os dias.

Quero pedir desculpa a quem teve a paciência de ler isto, mas o meu reino é mesmo muito imperfeito.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Hoje é dia de festa. Prestamos especial atenção ao nosso alimento principal, o que nos salva. Na Quinta-feira Santa celebrou-se a instituição da Eucaristia e do sacramento da Ordem. Hoje, também quinta-feira, celebramos os nosso alimento e aquilo que somos por causa dele, Corpo de Cristo.

Parece-me que na Eucaristia a palavra corpo designa a pessoa inteira: corpo, alma e as relações que essa pessoa estabelece. Já a palavra sangue designa a vida. Jesus está ali inteiro e transbordante de vida.

Na primeira leitura o sangue das vítimas sela a aliança entre Deus e o Seu povo. É o acto de partilhar o sangue (entre o altar e o povo) que torna real a aliança. Isso mesmo é explicado por São Paulo na segunda leitura. E leva-nos para mais longe ao mostrar que o sangue de Jesus na Cruz, voluntariamente derramando, estabeleceu uma aliança mais perfeita e perpétua.

No Evangelho Jesus faz-Se alimento, no pão e no vinho, para sermos com Ele Corpo onde correr o Sangue que é o Espírito Santo, o Senhor da Vida.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Feriados

Hoje é feriado Nacional, dia de Portugal.

Amanhã será feriado religioso, solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.

Hoje os mercados municipais estão fechados.

Amanhã não.

Há feriados de primeira e de segunda. Ou a forma subtil da pedagogia laicista.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Apadrinhamento à distância

Ontem, quando cheguei a casa, tinha à minha espera um envelope. Há uns tempos inscrevi-me num sítio chamado Helpo, que pertence a uma Organização Não Governamental com o mesmo nome, para apadrinhar uma criança à distância. Ontem recebi a ficha dela.

É uma menina de São Tomé e Príncipe, agora com seis anos. Pela história relatada na ficha ela vive uma realidade totalmente diferente da minha (e atrevo-me a dizer nossa, poucos ou muitos leitores deste blog). A casa da família não tem electricidade, água, esgotos. É uma família grande e com muitos poucos recursos. A localidade é pequena e pouco desenvolvida. Todos estes factores dão um valor enorme aos 21 euros que vou dar por mês.

Todas as crianças apadrinhadas vivem situações semelhantes em São Tomé, Angola, Moçambique e até no Nepal. Aqui fica o link para quem quiser saber mais.

Por fim sinto que devo dizer que andei indeciso sobre se devia participar ou não. Houve três incentivos que me levaram a avançar. O primeiro foi compreender que este valor que dou vai fazer mais diferença lá longe do que aqui perto. Por outro lado fui incentivado ao descobri o blog A Especiaria, em que vem lá um link para uma associação de apadrinhamento. Por último tenho uma amiga no trabalho que começou a apadrinhar há pouco tempo, na sequência da escuta do mesmo programa da Antena 3 chamado “Prova Oral” que eu ouvi e onde descobri esta organização.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Meditação Cristã

Ainda não tive oportunidade de ler com atenção, mas deixo já a recomendação para este livro, que se pode ler no http://www.paroquias.org/. Chama-se Meditação Cristã e parece-me ser um bom primeiro passo para uma melhor compreenção desta forma de oração.

Aqui fica o link http://www.paroquias.org/meditacao/

Também deixo o link para o tópico do fórum. http://www.paroquias.org/forum/read.php?8,63427

domingo, 7 de junho de 2009

Domingo da Santíssima Trindade

“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”

Neste domingo centramos a nossa atenção em Deus, tal como sempre, mas desta vez com especial atenção para compreender Quem e Como é. O Senhor é só um, mas manifesta-se de formas diferentes, três pessoas com a mesma essência.

As três leituras de hoje e o salmo falam-nos dessa realidade. Na primeira e no salmo é apresentado o Deus Pai, o Criador. Na Segunda Leitura, São Paulo, fala-nos do Espírito Santo, do Espírito que anima a Igreja, o Corpo de Cristo, que somos nós com Deus. E no Evangelho aparece o Deus Filho, Jesus a Imagem de Deus entre nós, o Deus Connosco que nos revela o verdadeiro rosto do Pai e a Sua essência, o Amor.

O exemplo da unidade da Santíssima Trindade é um apelo à unidade entre os homens. Por isso é que na diocese de Lisboa se celebra o dia diocesano. Não sei se o mesmo acontece noutros locais.

Ressalvando as devidas distâncias, à semelhança de um Santo, que agora não me lembro do nome (não sei se foi Santo Agostinho ou São Tomás de Aquino), u tenho pensado muito sobre este mistério da Santíssima Trindade. Infelizmente não tive nenhuma visão de um menino tentando meter o mar num buraco na praia e por isso continuo a pensar no assunto. E de tanto pensar cheguei a uma imagem bastante imperfeita, mas que me dá uma ideia de como é ser um composto por três.

Imaginemos Deus como um livro. Quando digo livro, penso em todos os significados que a palavra pode ter. A Santíssima Trindade é como um livro. Deus Pai é o objecto livro, a base, o que dá forma física ao livro. Deus Pai é o livro, capa e folhas, tem peso, cheiro e volume. Deus Pai é o Criador.

Deus Filho é a letra impressa, é a cor da capa e das folhas, é imagem do livro. Jesus é a imagem do Pai, é a Palavra, o Verbo. Sem a impressão o livro não passa de algo vazio. Jesus veio revelar Quem é Deus. As letras do livro revelam, mostram e dizem que livro é aquele.

Deus Espírito Santo é a mensagem do livro, o significado das letras e imagens que estão no objecto. O Espírito Santo dá sabedoria e ilumina o nosso entendimento para conhecermos Quem é Deus, Quem é Jesus. A mensagem do livro ensina, anima, esclarece, alimenta a alma de quem o lê.

Deus é um. O livro é um. Deus sem o Filho e o Espírito é quase um conceito agnóstico, é Alguém distante, misterioso. O Pai com o Filho sem o Espírito é ter um livro sem lê-lo, é ignorância e indiferença. Deus sem o Filho e com o Espírito é talvez judaísmo, islamismo ou algo desse género.

O Filho sem o Pai e o Espírito é mera filosofia, letras vogando em voláteis materiais, graffiti. O Filho sem o pai, mas com o Espírito falta-lhe qualquer coisa, é um livro virtual, é olhar para Jesus somente como um homem, grande, portador de uma mensagem humanista sem transcendência. É o Jesus dos gnósticos, do Código Da Vinci.

O Espírito sem o Pai e o Filho é conhecer o livro através de um resumo, como aqueles que os estudante usam para não ler a obra completa. É a base para os movimentos da Nova Era, é o budismo e coisas desse género.

Deus é uno e trino. Devemos então dizer:

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, Ámem.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Votar

Pensei bastante se valia a pena falar aqui das próximas eleições. Deveria propor uma intenção de voto? Acho que iria tornar este imperfeito reino ainda pior, mas sinto que devo dizer alguma coisa.
Proponho a (re)leitura deste meu texto para uma escolha para estas eleições.
Por último acho que devo partilhar a minha opinião sobre como os portugueses vivem a politica. Acho que não vivem especialmente interessados, eu incluído, e nas eleições preferem votar nos partidos grandes (considero grandes os com deputados no parlamento) porque dá menos trabalho.
Por isso proponho uma especial atenção para os outros partidos, caso não saibam são mais, e mais variados, do que os tradicionais cinco ou seis (se incluirmos Os Verdes). Caro(a) leitor(a) se está farto das mesmas caras olhe para os outros, analise o que propõem, para ver em que quadrante se situam basta ir ao EU Profiler (o link está no texto que referi em cima).
Votar em branco é uma opção e não ir também é (apesar de ser mal vista, mas enquanto no parlamento existir a possibilidade de abstenção nas votações, porquê que a população não haverá de se abster?).

quinta-feira, 4 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

V de Vingança

Na sexta-feira passada a RTP transmitiu um filme que há uns anos me chamou a atenção por causa da actriz principal, Natalie Portman. Não cheguei a ir ver ao cinema. O filme chama-se V de Vingança.






Gostei. O ambiente do filme situa-se nos ambientes dos livros 1984, Admirável Mundo Novo e Nós (este livro é anterior ao 1984 e segundo parece inspirou-o).


Inglaterra, num futuro próximo, encontra-se dominada por uma ditadura ao género da de 1984, mas mais subtil. O Governo domina a população através do medo e das mentiras divulgadas pela tv e pela interlink (provavelmente a internet só deles). A ameaça exterior ver da América, origem de guerras e desordem. Quando querem influenciar a população numa dada direcção os órgãos de comunicação bombardeiam com notícias que causam a reacção esperada. Onde é que já vimos isso?




O filme foi escrito pelos irmãos Wachowski, os autores da saga Matrix, inspirados em personagens de banda desenhada. Mais uma vez os irmãos reflectem sobre a liberdade e o controlo exercido sobre o ser humano por entidades umas vezes misteriosas e outras distantes, mas reais.





É um filme que vale a pena ver. Aqui fica o trailer:







terça-feira, 2 de junho de 2009

A Especiaria

Na sequência desta conversa tenho a dizer que já li o livro "A Especiaria".


Ler este livro é uma experiência interessante. A linguagem é cuidada, "queirosiana" como o autor me contou. Nas primeiras páginas mergulhamos nessa linguagem e mesmo que se nos sentirmos perdidos não o estamos realmente. Este mergulho em adjectivos, frases longas entrecortadas, criam o ambiente, a atmosfera onde a acção vai decorrer: África.

Não tenho nenhuma referência pessoal sobre o continente africano. Não tenho histórias de homens da família na guerra (só um primo de terceiro grau esteve na Guiné e um tio, mas este era marinheiro e tenho pouca intimidade com ele). Nunca saí da fronteira do continente. Por isso os cenários que aparecem neste livro dizem-me pouco para além do que é dito. Gostei de ter contacto com eles, mas certamente alguém que tenha vivido em África vibraria muito mais com a narrativa.

Por outro lado, e isto é um elogio, achei o livro pequeno, quero saber mais sobre o que aconteceu ao italiano Mancini e ao seu descendente Benguela. Percebo porquê que o livro tem este tamanho, mas o autor como excelente contador de histórias que é causa mais sede do que sacia...

Fico à espera do próximo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pentecostes

Eu gosto particularmente deste dia. Há onze anos num dia de Pentecostes fui crismado. Como sou um pouco nervoso, andei ansioso uns tempos. A minha mãe convenceu-me a inscrever-me, nessa altura vivíamos na Baixa, na igreja de São Domingos. Durante umas três ou quatro semanas ia a uma sessão de formação aos sábados à tarde antes da missa.

Fui confirmado pelo actual Cardeal Patriarca. Tive pena de os meus pais estarem tão afastados de mim. Vivi aquele momento um pouco na solidão. Não guardo grande recordações desse dia, nem dos seguintes, mas uns meses mais tarde dei por mim diferente. Não sei como aconteceu, mas sei que algo ficou diferente. Comecei a ler mais, a interessar-me por escrever, deixei de ter medo de escrever prosa. Conheci uma amiga que alargou-me muito os horizontes. E estou convencido, se não tivesse sido crismando naquela altura, agora eu seria outra pessoa.

Estou convencido que tudo isto aconteceu, e acontece, por acção do Espírito Santo. E que mais posso dizer ou fazer? Obrigado, meu Senhor.