sábado, 27 de fevereiro de 2010

Aproxima-se o disco Go de Jónsi

Já aqui anunciei o disco a solo do vocalista dos sigur rós. Deixo aqui o primeiro single e vídeo:



Jónsi - Go Do from Jónsi on Vimeo.

Como se pode ver e ouvir há semelhanças com o trabalho da banda, sobretudo com o último trabalho.

O Jónsi é um artista multifacetado, é inspirador. Ele diz-me que é possível seguir os sonhos, basta haver empenho. Deixo aqui mais uns vídeos que mostram o trabalho de preparação do espectáculo que ele fará ao vivo.


Jónsi live show by 59 Productions from Jónsi on Vimeo.



The making of Jónsi's live show: Part 1 from Jónsi on Vimeo.



Vai haver um dvd, este é o vídeo a preparar a sua vinda:

jónsi - "go quiet" from Jónsi on Vimeo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Música de encher a alma

Hoje consegui ter céu nublado o suficiente para vir para o trabalho a pé. Vim a ouvir o mp3 da Oração de hoje do projecto Passo-A-Rezar.
O texto de hoje é do profeta Isaías e diz-me muito, desde o tempo das Oficinas de Oração e Vida.
O que me levou escrever aqui foi a música.
Deixo aqui álbum, as faixas usadas foram a primeira e a sexta.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estandartes

Tal como aconteceu no Natal, agora na Quaresma e depois na Páscoa vão existir estandartes para pôr nas janelas e varandas.

Vejam aqui http://www.estandartesdapascoa.com/

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Primeiro Domingo da Quaresma - Ano C

O principal tema deste domingo é a forma cristão de lidar com as tentações. Jesus nosso Mestre ensina-nos a superá-las. Como estamos a começar um tempo de reflexão, de silêncio e preparação, nada melhor do que começarmos por onde caímos. A nossa infelicidade está na queda, no pecado.

Jesus, no Evangelho segundo São Lucas, depois do baptismo no Jordão vai para o deserto preparar a sua missão. Ia cheio do Espírito Santo. A Sua tentação pessoal foi durante toda a vida a de se manifestar como Deus. A nossa salvação vem da superação dessa tentação. Ele mostrou-nos o caminho para O seguirmos.

Passou uma temporada de transformação no deserto, humanamente estava debilitado, espiritualmente estava fortalecido. E surgiu a primeira tentação da humanidade. A relação com os bens. Perante a fome, necessidade extrema e que o nosso instinto animal nos diz que tudo justifica a sua satisfação, perante ela Jesus foi confrontado com uma escolha. Saciar a fome de uma forma injusta ou ficar com fome. A resposta de Jesus foi que nada é mais importante que Deus. Não há bem material ou necessidade que justifique a injustiça, a violência, o pecado. Ter fome não justifica tudo. Por isso a tentação relacionada com os bens é estes assumirem um papel mais importante que Deus e o Seu amor por nós.

A segunda tentação está relacionada com a relação que temos com os outros. É proposto a Jesus o domínio do mundo se ele se humilhasse a uma força exterior a Deus. Quantas vezes em nome de uma noção errada e deturpada de Deus houve e há quem queira exercer o domínio sobre os outros. Deus não os pede para sermos nem maiores nem menores que os outros, pede para os servirmos, pois somos todos irmãos. Nesta tentação aparecem as ideias de que sabemos mais que o outro, que estamos certos, que merecemos um reconhecimento por fazermos este ou aquele gesto de caridade, que temos que sofrer muito (e quem quer sofrer muito pode estar na realidade a ser orgulhoso por conseguir suportar tanto) para alcançar o céu. “Só um Deus adorarás” e ao adorar esse Deus verdadeiro irás ter uma relação de amor com os irmãos de igualdade.

A terceira tentação aborda a nossa relação com Deus. É simplesmente querer manipular Deus. Se eu rezar esta quantidade de orações, Tu fazes-me isto. Se eu queimar estas velas, ajudas-me naquela aflição. Eu prometo ir a pé a Fátima, se o aquilo acontecer. É a transformação de Deus num amuleto. O bem que Ele nos faz é gratuito, sem condicionalismos. Os milagres não se compram. É preciso ter atenção naquilo que se pede e na forma como se pede a Deus. Podemos e devemos pedir o bem, o melhor para nós e para por quem intercedemos, mas sempre devemos ter em mente as palavras da Virgem “faça-se conforme a Tua vontade”. Nós não podemos exigir, não temos nada de valor para dar em troca. Deus só quer o nosso amor, a nossa fidelidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Uma versão digna do original

É raro haver uma versão tão boa como o original, aqui fica a excepção.

O original



A versão

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Laicidade

Na homilia de ontem o padre contou uma história que decidi partilhar aqui para reflexão.
Esse padre foi recentemente a Paris e foi convidado a participar numa cerimónia, que não especificou qual, na Câmara de Paris. Como é seu hábito, para ocasiões semelhantes, foi vestido com cabeção.
Quando chegou à entrada o porteiro não queria deixá-lo entrar. Por causa do cabeção. Porquê? Por causa que lá são permitidos símbolos religiosos no edifícios estatais. O padre mostrou o convite e só assim conseguiu entrar.
Isto é uma prova que o cristianismo está em minoria. É uma oportunidade para vivermos alguns aspectos das bem-aventuranças e compreendermos na pele o que é ser-se minoria para ajudar todas.

Impressionante

Este link vai dar a um texto bem conseguido acompanhado por um vídeo impressionante.

Leiam e vejam.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pequenas grandes reflexões

No que diz respeito ao estado em que o país mediático está, aconselho vivamente a lerem os seguintes textos do blog Sound + Vision

A morte da política em Portugal
Portugal, versão "Big Brother"
José Socrates, o presumível culpado

É possível que em breve apareçam mais textos deste género. Recomendo o acompanhamento deste blog.

Mp3 com orações para ouvir no carro - Portugal - DN

Descobri esta notícia que me enche de alegria.

Uma boa proposta para a Quaresma.

Mp3 com orações para ouvir no carro - Portugal - DN

Sexto Domingo do Tempo Comum – Ano C

As leituras de hoje são influenciadas pelas bem-aventuranças na perspectiva de São Lucas. Este evangelista é mais sintético do que São Mateus e contrapõe a quatro frases começadas por “felizes” quatro começadas por “ai de vós”. Os “ai de vós” reforçam as frases começadas por “felizes”.

A leitura destas bem-aventuranças é um pouco desconcertante. Parece que devemos sofrer para sermos depois recompensados. Este tipo de leitura é fácil de ter e muito perigosa, pois está-se a olhar só para o lado material da existência humana.

Peguemos na primeira leitura. Jeremias também usa o esquema de Lucas. Apresenta um maldito para contrapor com um bendito. Maldito o que põe a sua confiança, esperança, apoio, segurança no que é material, no Homem em vez de Deus. Bendito o que põe a sua confiança, esperança, apoio, segurança em Deus. Quem tem fé é como uma árvore perto dum rio, pode vir a seca, sofrimento, crise, porque as suas raízes estão junto à corrente.

Quem tem as suas raízes em Deus, água viva, verdeja e dá fruto, mesmo em tempo de seca, sofrimento ou crise.

Por isso quem tem as suas raízes em Cristo, pode passar fome de comida e sede de bebida, que no entanto será feliz.

Quem tem as suas raízes em Cristo, pode sofrer, chorar, estar doente, que no entanto será feliz.

Quem tem as suas raízes em Cristo, pode ser perseguido, ridicularizado, despresado, ignorado, que no entanto será feliz.

Porquê? Porque têm as suas raízes em Cristo, têm a sua esperança em Cristo, têm a sua segurança em Cristo, têm Cristo como seu tesouro.

Quem tem a sua segurança, esperança, apoio, meta, objectivo, medida, utopia em si, em ideais, regras, sonhos, dinheiro, carreira, trabalho, solidariedade, altruismo, estoicismo são como árvores ressequidas no deserto ou ervas que não têm raízes fundas que cheguem à humidade. Podem ter dinheiro, saúde, respeito e veneração, mas são infelizes porque tudo o que conseguiram não foi através de Deus. Deus não lhes poderá dar nada porque não têm espaço para Ele.

E nós, que espaço temos?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Not at home

Descobri esta música hoje de manhã num programa da Antena1 chamado Hotel Babilónia. Ia a caminhar na Expo e identifiquei-me com a letra. Já me senti assim muitas vezes: estou em casa, mas não me sinto em casa. Acho que já escrevi aqui sobre isso.

E a música é bonita também.

O artista chama-se Peter Broderick e a canção Not at home. Deixo a letra em baixo.




i'm not at home
i have no instruments, no instruments
i'm using yours
i'm throwing pillows on the floor, on the floor

and when i'm home, i'm not at home
and when i'm home, i'm not at home
i'm having thoughts of driving in a storm
i was in a storm

i'm not in love
i'd like to say i never was, never was
it wasn't real, now i can say it wasn't real

and when i'm home, i'm not at home
and when i'm home, i'm not at home
i'm crossing fingers i won't run into
run into you

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Livros abandonados

Nesta semana e na próxima estarei a gozar um período de descanso no emprego à conta das horas extra que trabalhei e não me foram pagas. Não tenho grandes planos para estes dias, excepto caminhar antes do almoço e escrever de tarde ou noite.

Hoje fui fazer a tal caminhada. Foi uma hora bem andada, devo ter andado mais de cinco quilómetros. Gostei. O dia estava agradável para caminhadas.

Já perto de casa, talvez a um quilómetro, encontrei espalhados no passeio uns sete ou oito livros. Alguns já tinham as capas descoladas do corpo e estavam alguns molhados. Para meu espanto estava à vista um livro que me fez parar, era o Livro de Cesário Verde. Como é possível alguém deitar fora este livro?

É claro que o trouxe comigo. Tenho um livro com alguns poemas dele, mas não o compêndio de todos, ou quase todos. Trouxe outro, também. É um Compêndio de Filosofia. Este livro foi um livro escolar. No interior vem a dizer que era para o 6º e 7º anos. A data de impressão é de 1970.

No chão ficaram dois ou três livros de Inglês, não percebi bem, um sobre transacções bancário e outro sobre sexualidade. Todos livros escolares, ao que me pareceu. Não me lembro se havia mais algum.

Agora estou arrependido de não ter fixado o nome da dona de um deles. Esse tinha o nome da proprietária. O Compêndio tem uma rubrica, mas não consigo identificar o que significa. Ele foi um livro de estudo pois está sublinhado e há uma ou outra anotação, sobretudo no início do livro, correspondendo ao 6º ano. O Livro de Cesário Verde tem uma nota à edição de 1977. Não faço ideia se no final da década de setenta ainda havia 6º e 7º anos, correspondendo aos actuais 10º e 11º anos. Se ainda era a denominação antiga, então poderão ter pertencido ao mesmo estudante.

Desde que trouxe os livros tenho estado a imaginar a história deles. Um foi manuseado há mais de trinta anos, o Compêndio, cheira a biblioteca. Terá ficado numa prateleira este tempo todo. O Livro de Cesário Verde tem um cheiro agradável, quase perfume, talvez tenha estado também numa biblioteca, mas como veio parar à rua? Outra curiosidade deste livro de poemas é que parece que não foi lido, as folhas não estão muito separadas junto à lombada.

O que terá acontecido? O dono morreu e estes livros estavam fora da biblioteca e acabaram no lixo? Quem estudou neles deve estar entre os quarenta e os cinquenta anos. Terá deixado estes livros na casa dos pais e agora que eles morreram ou foram para um lar, a casa foi desocupada indo estes livros parar à rua? Um divórcio?

Se estes livros vieram para a rua, foi porque algo mudou na vida do dono. Mudança de casa. Morte do próprio ou dos depositários. Separação de casal e alguns restos ficaram para trás. Livros que passaram de pais para filhos e estes agora desfizeram-se deles...

O mais grave dos abandonos é o de pessoas, crianças no topo, depois vem os animais e de seguida os livros. Como é possível alguém deitar fora livros? Mesmo escolares. Há bibliotecas capazes de os receber. Este acto de abandono também reflecte um pouco a mentalidade de quem o fez.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quinto Domingo do Tempo Comum - Ano C

As leituras deste domingo aparentemente tratam da vocação profética, mas isso já foi tratado nas semanas passadas. Não, hoje é abordada a nossa resposta a essa vocação.

Apetece repetir o que Isaías dizia “Ai de mim, estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros” ou como São Pedro diz “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”. São Paulo acaba por dizer o mesmo “Em último lugar, apareceu-me também a mim, como a um aborto”.

Deus chama-nos a todos e a primeira atitude nossa é reconhecer que não estamos à altura do Seu chamado. Mas ele chama na mesma. Muitas vezes nós temos que perdoar primeiro a nós próprios, somos muito exigentes com as nossas fraquezas e corremos o risco de excluir-mo-nos da Igreja por causa dessa exigência. Jesus, no Evangelho de hoje, não diz nada sobre o pecado de Pedro, simplesmente afirma que ele e os outros serão pescadores de homens.

A quem quer ser verdadeiramente fiel, nunca há uma palavra de ameaça ou de censura por parte de Deus. Pois é no coração do homem que se decide o julgamento.

Por outro lado, parece ser muito difícil entrar no nosso pensamento que é Deus que actua e não nós. São Paulo afirma-o com clareza. “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou e a graça que me foi concedida, não foi estéril. Pelo contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles: não eu, mas a graça de Deus que está comigo.”

De que temos medo?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Na espuma dos dias

Nas últimas semanas tenho escrito muito pouco aqui. Tive o fecho do ano que me ocupou as energias e depois fiquei sem vontade.

Não vou ser nada original, mas estou bastante confuso com a situação do país. Neste momento não há ninguém que mereça o meu respeito na política. O governo governa a pensar no poder e nas eleições. A oposição faz exactamente o mesmo. Os órgãos de informação manipulam a informação e são manipulados. Todos só pensam no seu interesse imediato, mesmo que ele signifique o mal para o país.

O que estamos a ver? Teimosia do governo em rejeitar a alteração da lei das finanças regionais autónomas. Teimosia da oposição em levá-la em frente. Os jornais violam a lei do segredo de justiça impunemente. Os agentes da justiça a fazer o mesmo.

Está tudo muito confuso. Não me lembro dos tempos depois da revolução de Abril, mas penso que não estejamos assim tão diferentes. Cada um fazia o que entendia. Os alunos desrespeitavam os professores. Chegou a haver reuniões dos alunos para decidir as notas. Os políticos lutavam para chegar ao poder.

Ou então recuamos um século. Nas cinco décadas antes da implantação da república a vida política do país era uma confusão, também. Mudava o partido e a incompetência mantinha-se. É bastante oportuna a comemoração do centenário da República no estado actual da vida pública portuguesa. Corrupção a todos os níveis. Impreparação das nossas elites para o governo. Alheamento do povo.

Já lá não vamos com revoluções. Tivemos três e estamos quase na mesma. Será que vai acontecer como uma agência de rating disse: que a economia do país vai ter uma morte lenta?

Eu não sou a pessoa mais indicada para comentar política. Dá para acreditar que quando ouvi o ministro das finanças acreditei nele e concordei nele? E que depois concordei com o que a oposição disse? Eu acredito em tudo o que dizem. Não sei se é defeito meu ou da minha formação académica, mas não sou crítico. Acredito em norma em tudo o que me dizem. Para descobrir um engano, erro ou mentira terei que estar muito certo do que sei.

As vezes gostaria de conseguir fechar-me à informação. Não ouvir rádio nem ver noticiários. Não ver notícias na televisão é fácil, já na rádio é difícil, sou ouvinte compulsivo. Tenho que experimentar.