sábado, 6 de fevereiro de 2010

Na espuma dos dias

Nas últimas semanas tenho escrito muito pouco aqui. Tive o fecho do ano que me ocupou as energias e depois fiquei sem vontade.

Não vou ser nada original, mas estou bastante confuso com a situação do país. Neste momento não há ninguém que mereça o meu respeito na política. O governo governa a pensar no poder e nas eleições. A oposição faz exactamente o mesmo. Os órgãos de informação manipulam a informação e são manipulados. Todos só pensam no seu interesse imediato, mesmo que ele signifique o mal para o país.

O que estamos a ver? Teimosia do governo em rejeitar a alteração da lei das finanças regionais autónomas. Teimosia da oposição em levá-la em frente. Os jornais violam a lei do segredo de justiça impunemente. Os agentes da justiça a fazer o mesmo.

Está tudo muito confuso. Não me lembro dos tempos depois da revolução de Abril, mas penso que não estejamos assim tão diferentes. Cada um fazia o que entendia. Os alunos desrespeitavam os professores. Chegou a haver reuniões dos alunos para decidir as notas. Os políticos lutavam para chegar ao poder.

Ou então recuamos um século. Nas cinco décadas antes da implantação da república a vida política do país era uma confusão, também. Mudava o partido e a incompetência mantinha-se. É bastante oportuna a comemoração do centenário da República no estado actual da vida pública portuguesa. Corrupção a todos os níveis. Impreparação das nossas elites para o governo. Alheamento do povo.

Já lá não vamos com revoluções. Tivemos três e estamos quase na mesma. Será que vai acontecer como uma agência de rating disse: que a economia do país vai ter uma morte lenta?

Eu não sou a pessoa mais indicada para comentar política. Dá para acreditar que quando ouvi o ministro das finanças acreditei nele e concordei nele? E que depois concordei com o que a oposição disse? Eu acredito em tudo o que dizem. Não sei se é defeito meu ou da minha formação académica, mas não sou crítico. Acredito em norma em tudo o que me dizem. Para descobrir um engano, erro ou mentira terei que estar muito certo do que sei.

As vezes gostaria de conseguir fechar-me à informação. Não ouvir rádio nem ver noticiários. Não ver notícias na televisão é fácil, já na rádio é difícil, sou ouvinte compulsivo. Tenho que experimentar.

1 comentário:

Alma peregrina disse...

Meu caro amigo:

Respire fundo e olhe para a História como quem contempla um horizonte marítimo ou uma paisagem bucólica.

O que vê? Os governantes vêm e vão como ondas... os regimes nascem e caem. Nem os países são eternos.

O que fica de tudo isso? O que permanece eterno? Apenas o Bem que foi feito, por cada geração!

Deixe de depositar tanta confiança nos homens do Poder. Faça o melhor que puder da sua Vida com base nos valores eternos e Deus certamente lhe dará todo o entendimento de que você necessita.

Pax Christi