quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Vida nocturna II

Quem parece ser bastante apreciador da noite são os meus vizinhos de cima. Sei que são duas mulheres, mas não tenho a certeza se vivem homens lá. Tenho a impressão que elas vivem mais de noite que de dia. É gente para tomar banho às duas ou três da madrugada. Ouve-se a porta abrir e a fechar, a chave a rodar na fechadura, a essas horas e mais tarde. E o autoclismo? Sempre que é puxado tem a triste particularidade a os canos chiarem bem alto. Há sempre alguém com o passo pesado a viver lá e por aquele andar já passaram diversos ocupantes.

Por vezes sou obrigado a ter vida nocturna por causa delas/deles. Na noite passada acordei com um estrondo de algo a cair mesmo por cima de mim. Não sei o que aconteceu, mas acho que algo caiu e partiu-se. Dali a pouco ouço duas vozes femininas a falar. A ocupante do outro quarto deve ter vindo àquele ver o que se passava. Não ouvi vozes masculinas. Levei um bom bocado para adormecer.

Se fosse só este tipo de coisas, mas já ouve festas até perto da meia-noite, com karaoke e, ao que me pareceu, dança de combóio. Aquela gente é bastante sociável e têm acontecido jantares de amigos.

Mas o que me irrita mais é quando de madrugada acordo com o som de um ranger ritmado de molas. Tenho a teoria de isso acontece quando está algum casal nas actividades intimas tendo em vista “teoricamente” a procriação. A bem da verdade estes ocupantes até que nem são muito chatos, já os anteriores iam levando-me à loucura (chegava a haver duas a três sessões por semana). Cheguei a ouvir os grunhidos do macho. Enfim um pesadelo.

Felizmente esses já cá não moram e os actuais ocupantes parecem ser menos insistentes, apesar de na semana passada ter havido uma sessão levou à vontade bem mais de uma hora. Se for mesmo, é obra.

É nestas alturas que desejo ardentemente ganhar o Euromilhões e comprar uma vivenda onde mataria dois coelhos com uma cajadada só: deixava de ter vizinhos por cima e deixava de participar em administrações de condomínios.

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