domingo, 5 de abril de 2009

Domingo de Ramos - Ano B

Entrámos na Semana Santa. A liturgia de hoje é muito rica de conteúdo e de símbolos. À primeira vista parece haver uma contradição entre a festa dos ramos e a longa leitura no Evangelho. A celebração começa com a bênção dos ramos, que todos trazemos, e a leitura da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Eis o Messias esperado que chega, é ocasião de alegria. Oh, em que teia de enganos está a humanidade enredada!

Na primeira leitura, do livro de Isaías, surge-nos o terceiro canto do Servo, retrato de Jesus, manso e humilde coração. Exemplo de coragem, de entrega à vontade de Deus, de caridade.

No salmo, o 21 (que me calhou em sorte para a Via Sacra que passará por este reino), o retrato de Jesus aviva-se com novas cores, as nossas, a do sangue do sofrimento causado pela doença, injustiça, violência e despreso. Cada pessoa deve ter um ou outro salmo que o toca mais, este é um deles para mim. Para além disso a música que o acompanha também é bela.

São Paulo diz-nos que Jesus sendo Deus fez-Se homem e da mais baixa condição para nos elevar a todos à condição divina.

E depois temos a longa discrição da Paixão e Morte de Jesus, neste ano, pela pena de São Marcos. Acompanhamos passo a passo o caminhar e a entrega de Jesus até ao sepulcro. Nestas palavras, ano após ano repetidas, está contida essência da nossa fé e do Mistério Pascal.

Retomo a aparente contradição entre a festa e a Paixão. Mas não deveremos festejar a nossa salvação? Não é a Paixão e Morte de Jesus motivo de glória para Ele e alegria para nós? Ainda na semana passada Jesus dizia, através de São João, que chegara a hora da Sua glorificação, que seria elevado para nos levar consigo.

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