Um dos sinais de que estamos a viver a Páscoa verdadeiramente é dar testemunho da Ressurreição de Jesus. Nesse capítulo, admito com vergonha, que não costumo fazer nada.
Durante muito tempo dizia a mim mesmo que não tinha bases argumentativas para enfrentar as críticas das pessoas não crentes. Ainda é bastante penoso para mim ter que defender a minha fé e a minha Igreja perante alguém que não a professa ou a frequenta. Aliando isto à minha timidez normalmente calo-me perante os outros e não dou testemunho da minha fé. O blog está a servir para compensar um pouco esta falha.
Por outro lado, no círculo mais íntimo do trabalho, ao longo do tempo as pessoas foram ficando a saber como sou e como actuo, que sou católico (para o entendimento deles como praticante) e acabam por respeitar a forma de ver as coisas.
Isto tudo porquê? Neste ano senti que devia ser mais ousado, que devia dar testemunho da boa nova pascal. Dei voltas à cabeça para arranjar uma maneira que fosse afirmativa, discreta, que não gerasse estranheza e que não me fosse desconfortável.
Decidi fazer isso na saudação. Pensei em várias fórmulas:
“Bom dia, que a luz do Ressuscitado ilumine a tua vida.”
“Bom dia, que a luz do Ressuscitado ilumine o teu dia.”
“Bom dia! Aleluia!”
Acabei por optar pela fórmula mais pequena.
Durante muito tempo resisti lá na sala seguir o costume cumprimentar com um beijo as colegas e um aperto de mão aos colegas. Na sala chegámos a ser sete pessoas. Tenho colegas, o meu director é um deles, que correm várias salas e cumprimentam pessoa a pessoas. Eu resisti muito, sobretudo no que diz respeito aos beijos, porque sabia que estes gestos, desta forma, perdem o significado. Mas lá cedi e passei a cumprimentar os colegas da sala.
Nesta altura o cumprimento matinal passa muito por um gesto rotineiro e algo vazio. Por isso quando cheguei de manhã e disse “Bom dia! Aleluia!” as reacções formam de estranheza, porque normalmente depois do “Bom Dia!” cada um segue o seu caminho. O “Aleluia” ficou fora da rotina. Foi o primeiro aspecto curioso.
Outro aspecto foi o total desconhecimento do que eu estava a falar. Aleluia? Porquê? Porque só agora vim aqui? Eu lá fui dizendo que estávamos na Páscoa e lá foram percebendo.
Houve também quem não estranhasse o Aleluia, mas isso mostrou, porque os conheço, o pouco caso que fazer da Páscoa, da religião, em suma da Ressurreição.
Fico triste por todas as reacções, mas é o ambiente onde vivo. Fico contente no entanto por ter encontrado, ou o Espírito por mim, uma forma bonita de dar testemunho da Ressurreição.
Por isso, Bom dia! Aleluia!
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