quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Não quero ser Cristiano Ronaldo

Depois deste título carregado de marketing, passo a explicar que o que pretendo dizer é que se pudesse voltar a ter vinte e poucos anos não teria. Curiosamente apercebi-me disso durante um jogo da selecção ainda antes do Europeu deste ano.

O futebol cada vez interessa-me menos. Ou é dos jogos que vejo e que não têm qualquer interesse, ou mesmo de mim que não tenho o bicho do jogo da bola. Por isso nesse jogo em vez de estar a vibrar, comecei a imaginar-me na pele daqueles miúdos. Sim, miúdos, pois a maioria, se não todos, são mais novos do que eu.

Recordei o que era a minha vida com a idade deles. Com a idade do Ronaldo andava eu desesperado à procura de um emprego, escrevia poemas deprimentes, sonhava muito e com muito, mas era inseguro, ligeiramente menos do que agora. Não podia imaginar as feridas que iria sofrer, nem as reviravoltas que o meu mundo sofreu. Espiritualmente era quase uma pessoa diferente, um feto quase.

Não, não queria ser eu com a idade do Ronaldo, muito mais com o sucesso e brilho que ele tem. Terei alguma vez esse brilho, mesmo que seja na minha área? Não, sei. Isso é daquelas coisas, como as feridas e reviravoltas, que não se pode saber se e quando virão.

Pela primeira vez em muito tempo, depois daquele jogo quando comecei a pensar sobre aquela sensação que tive, senti-me bem comigo próprio... e estava a passar um momento difícil a nível familiar.

Sem comentários: