Eu, como muita gente, não sou lá grande apreciador do Natal. Gosto muito mais da Páscoa (neste aspecto já não devo ser tão acompanhado). Por tradição familiar, o Natal nunca foi uma festa. Tive sempre os meus natais só com os meus pais, não tive a sorte de pertencer a uma família unida e com uma avó aglutinadora. Actualmente a família materna está afastada de nós por desavenças, a paterna está longe e sem qualquer tradição de comemoração em conjunto.
Por isso a festa natalícia para mim resumia-se em criança a algum presente da empresa do meu pai, uma apetitosa caixa de sortido da Cuétara e alguma peça de roupa. Não era mau, os meus pais nunca tiveram sequer isso, mas em comparação com as outras crianças eu sempre estive à parte. Agora sei disso, na altura acho que não ligava, pelo menos até à adolescência. Outro ponto de interesse dos meus natais juvenis era a programação da televisão.
Houve uma fase em que o Natal como agora se vive perdeu totalmente a sua magia. Na adolescência percebi que os meus presentes não tinham qualquer graça e ficava triste. Depois deixei de pensar nisso, aproveitava a televisão e a melhoria das refeições.
Do ponto de vista religioso ainda não consegui entrar completamente no espírito da festa. Talvez por eu ser um pouco melancólico e depressivo, que me é difícil descobrir ano após ano motivos de redobrada esperança. É bem mais fácil viver intensamente a Quaresma e a semana Santa. Já a alegria da Páscoa custa a lá chegar, mas a Primavera ajuda e a teologia também.
Se calhar é por causa de ser muito fechado, de ser muito caseiro, de ser avesso a andar de noite na rua e achar dificuldades em sair mesmo de tarde é que o Natal, o verdadeiro Natal, o da Festa da Esperança me parece inacessível. O Natal para mim só teria verdadeiro sentido, religiosamente falando, se por exemplo na noite de consoada eu deixasse a minha casa e fosse ser voluntário para uma instituição de solidariedade, se fosse distribuir refeições pelos sem-abrigo da cidade.
O Natal atira-me à cara o meu comodismo, a minha cobardia e o meu pecado.
Por isso a festa natalícia para mim resumia-se em criança a algum presente da empresa do meu pai, uma apetitosa caixa de sortido da Cuétara e alguma peça de roupa. Não era mau, os meus pais nunca tiveram sequer isso, mas em comparação com as outras crianças eu sempre estive à parte. Agora sei disso, na altura acho que não ligava, pelo menos até à adolescência. Outro ponto de interesse dos meus natais juvenis era a programação da televisão.
Houve uma fase em que o Natal como agora se vive perdeu totalmente a sua magia. Na adolescência percebi que os meus presentes não tinham qualquer graça e ficava triste. Depois deixei de pensar nisso, aproveitava a televisão e a melhoria das refeições.
Do ponto de vista religioso ainda não consegui entrar completamente no espírito da festa. Talvez por eu ser um pouco melancólico e depressivo, que me é difícil descobrir ano após ano motivos de redobrada esperança. É bem mais fácil viver intensamente a Quaresma e a semana Santa. Já a alegria da Páscoa custa a lá chegar, mas a Primavera ajuda e a teologia também.
Se calhar é por causa de ser muito fechado, de ser muito caseiro, de ser avesso a andar de noite na rua e achar dificuldades em sair mesmo de tarde é que o Natal, o verdadeiro Natal, o da Festa da Esperança me parece inacessível. O Natal para mim só teria verdadeiro sentido, religiosamente falando, se por exemplo na noite de consoada eu deixasse a minha casa e fosse ser voluntário para uma instituição de solidariedade, se fosse distribuir refeições pelos sem-abrigo da cidade.
O Natal atira-me à cara o meu comodismo, a minha cobardia e o meu pecado.
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