No Evangelho Jesus afirma-se como O Pastor, Ele conhece-nos e nós O seguimos. Sendo Ele o nosso pastor, nós somos todos iguais, entre nós. Se somos iguais, Nele formamos um organismo vivo. Deus vive connosco. Onde está a nossa alegria por causa disso?
Este organismo está bem retratado na segunda leitura, do livro do Apocalipse. Somos um grupo de um número incalculável. Este número engloba todos os que já estão com Deus, os aqui ainda não estão, por viverem no tempo, e todos aqueles que ainda não nasceram.
Na primeira leitura vemos a Igreja na sua acção missionária e as dificuldades que enfrentou. Numa primeira leitura, talvez a tradicional, é-nos dito que Jesus é o Pastor de todos e não só do Povo Escolhido.
Numa leitura mais ao sabor das espuma dos dias percebemos que desde sempre que a Igreja sofreu perseguições. Talvez o problema tenha sido não ter sido perseguida durante muito e muito tempo. O que se passa nos nossos dias é uma reparar nas misérias próprias. A Igreja é Santa porque a sua cabeça e a sua alma é Santa, é Deus, mas a santidade é uma tarefa de eterna conversão. Os diversos membros deste corpo têm que estar em constante conversão. Como Jesus caiu ao longo do caminho da cruz, também a Igreja, na pessoa de cada seu membro está sujeita a quedas. E cai. E por causa dessas quedas é perseguida, mas é ainda mais perseguida por continuar a incomodar os que não querem ver a luz, que não querem saber a verdade, que estão instalados.
Por mais sofrimento que as notícias dos últimos tempos nos têm causado, devemos dar graças a Deus por elas, tal como os Apóstolos na semana passada ao saírem do Sinédrio depois de serem castigados por causa de Jesus. Devemos dar graças porque neste Ano Sacerdotal é uma oportunidade a aproveitar para reflectir onde se errou, onde podemos melhorar.
Ser Igreja vai além das instituições. É ser rebanho. E Jesus é o nosso Bom Pastor.