quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ir de férias, o drama, o horror, a tragédia, o exagero

Estou na iminência de ir de férias. Tenho-as marcadas para segunda-feira, mas como posso usufruir um dia de descanso por horas extra trabalhadas começo já amanhã. Medo.

Medo porquê? Porque sou anormal. Porque me preocupo em demasia com o trabalho que devia fazer nestes dias e não vou fazer. (até parece que carrego a empresa às costas! assim se vê a minha anormalidade).

Por outro lado preocupo-me com a viagem que vou fazer para a terra do meu pai. Nós não temos carro. Tenho carta, mas nunca conduzi depois do exame final. Tinha carta, mas morava na Baixa e era muito difícil estacionar na zona. Por outro lado não gostei da experiência de condução. Também na altura não necessitava de conduzir. O tempo passou e agora só quero um carro se trouxer motorista.

A viagem, se o meu pai não tiver algum problema de saúde, será de comboio. Seria agradável (e normalmente acaba por ser) se não tivéssemos o gato para levar, se não tivéssemos que levar a bagagem dividida por mim e a minha mãe, já que o meu pai pouco ou nada ajuda e temos que levar alguma comida para os primeiros dias (não somos pessoas de restaurantes).

Temo encontrar muita confusão no comboio. É chato ter que mudar de comboio em Tunes. Normalmente com esta mudança o gato começa a miar, protestando por o comboio não ter ar condicionado. (o gato gosta de andar de comboio, carro ou camioneta, dá-lhe motivos para miadeira). O gato é mais uma preocupação.

Depois chegando à nossa casa da aldeia, pequena e antiga, começa o meu martírio dos primeiros dias: sofrimento atroz no nariz por cauda do pó. As roupas da cama estão fechadas o ano todo protegidas por naftalina. Normalmente durmo com a cabeça sobre um t-shirt daqui a servir de fronha e com o nariz tapado por um lenço. Estou a pensar usar este ano uma máscara.

Por fim, a quebra de rotina, do conforto daqui. Costumo pensar que quando vou para lá é como ir acampar. A casa é pequenina, com uma casa de banho feita às três pancadas.

Lá terei que caiar a porcaria das paredes. Não poderei passear o que queria porque a minha mãe tem medo que a trás de cada árvore esteja um malfeitor à espera que eu passe ou um bicho tipo lobo que não há, tigre que não há, lince que está extinto e é inofensivo. Ou cães, que é um perigo real, pois existem por lá muitos e isso também me preocupa. Já não se pode caminhar pelo campo descansado.

Se fico em casa, o meu pai está sempre ao pé de mim. Não posso descansar. Não posso escrever. Não posso ler porque não posso levar livros porque não tenho quatro braços e espaço.

Lá para a segunda semana, já devo começar a apreciar a minha estadia lá e como devo ficar três semanas, talvez goste. Vou certamente sofrer com o sofrimento da minha mãe. Ela vai querer deixar a casa num brinco para ficar fechada mais onze meses. Vai queixar-se, dizer que é o último ano que vai. E eu pergunto-me: porquê que os meus pais compraram a porcaria da casa? Porquê que nunca fomos para u hotel? (sei a resposta a esta pergunta, falta de dinheiro)

Assim sendo vou estar ausente até, provavelmente dia 21 ou 22. Já tenho os textos dos domingos e dia 15 escritos e agendados. Sempre que for à cidade vou tentar ir a um cibercafé e ver os comentários que possam deixar por aqui. Podem demorar a ser publicados, mas serão. E talvez vá dando notícias.

(como podem perceber pelo que ficou dito, não vou poder levar o portátil, ainda é grande e pesado demais).

Adeus até ao meu regresso.

PS: Deixo a recomendação de sintonizarem a Antena3 nesta e na próxima semana à noite para acompanharem a transmissão dos festivais de Paredes de Coura e Sudueste. No site da rádio vão transmitir alguns concertos em exclusivo. É de aproveitar (eu vou tentar ouvir o máximo que puder, talvez me ajude a superar a primeira semana)

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