Ontem foi Quarta-feira de Cinzas. Por razões que mais à frente explicarei não publiquei nenhum texto. Este dia e o de Sexta-feira Santa são dos mais difíceis dias do ano, para mim. Tudo por causa do jejum. Cá em casa tenho tido grandes discussões com a minha mãe sobre isso. Ela vem de uma tradição em que o jejum não era valorizado, por vezes até confundido com a abstinência de carne.
Ora que a Igreja determina para estes dias jejum e abstinência, é jejum e abstinência. De há uns anos para cá, acho que quatro ou cinco, comecei a adoptar uma visão de jejum mais alargada.
Assim sendo determinei ter a refeição do almoço e do jantar, um pequeno-almoço mais pobre e evito comer entre refeições. Isto no que diz respeito ao comer e beber. Mas nem só de pão vive o homem, por isso resolvi jejuar de música, rádio, televisão e net. Por isso ontem não entrei na net, não vi televisão, nem ouvi rádio.
Como esperava dedicar este dia à oração, ao interior, ao silêncio, a Deus, consegui tirar este dia de férias. Fui pela primeira vez à missa deste dia, recebi a imposição das Cinzas. Resolvi aproveitar o tempo para fazer uma limpeza ao quarto. Hoje lembrei-me que esta limpeza simboliza uma renovação, que tanto pode ser espiritual como simplesmente do meu quarto.
Outra coisa que reparei neste ano foi o tempo livre que ganhei. É incrível o tempo que se gasta com a rádio, música, televisão e net. Em estas quatro coisas ganha-se muito tempo para outras coisas, para rezar, para pensar, para dormir, para simplesmente sentir o tempo passar. Foi revigorante. Hoje quando voltei à rotina vinha como novo. Até tive pena de voltar a usar a rádio, a televisão e a net.
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