segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pulmões

Todas as Estações do Ano proporcionam-nos momentos de beleza e prazer que só encontramos exclusivamente em cada uma. E provavelmente cada pessoa tem a sua preferência.

Há uns anos descobri a minha. Ia no autocarro num dia frio, mas de céu azul, para o trabalho quando reparei numas árvores despidas de folhas. São árvores altas de farta ramagem. O clic fez-se quando associei aquela visão a um pulmão. Se alguma vez você, caro leitor que espero um dia vir a ter, viu alguma gravura ou desenho das ramificações do pulmão humano, compreenderá esta associação.

Desde esse dia passei a estar mais atento às árvores. Umas são mais perfeitas, outras menos. A visão de um desses pulmões é para mim um momento de prazer pacífico. Dá para pensar como é que é possível surgirem coisas tão belas assim “por acaso”. Acho que este tipo de coisas são afagos de Deus, são evidências de que Deus é poeta, artista.

O último momento desses que tive no domingo passado. Ia para a missa, devia ser nove da manhã, e o sol ainda estava visível. Chovera muito de noite e por volta das oito caíra um peso de água considerável. Passando por um passeio onde normalmente ando deparo-me com a visão de uma pequena árvore, daquelas cujo nome desconheço, mas que sei que na Primavera antes de nascerem as folhas fica coberta de flores lilases/roxas ou brancas. Essa árvore para além dos ramos nus tinha em cada um deles uma gota de água. Foi uma bonita visão. Pareceu-me que aquelas gotas congelaram sem perderem a consistência aquosa.

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