domingo, 8 de maio de 2011

Terceiro Domingo da Páscoa – Ano A

Hoje o Evangelho narra-nos o episódio dos discípulos de Emaús. É um episódio algo “estranho” no contexto dos Evangelhos. Jesus aparece a dois discípulos quase anónimos, que não tinham aparecido antes na narrativa. Não aparecem os Apóstolos, excepto no fim, mas sem papel activo.

Vejo neste texto uma metáfora para explicar a importância da Eucaristia. O episódio contem todas as partes principais das nossas celebrações e no fundo representa o essencial da relação com Deus. Tem a palavra explicada, tem a fracção do pão, tem o reconhecimento da nossa fraqueza e da acção misteriosa de Deus na nossa vida, tem o envio em missão. Na fracção do pão os discípulos reconheceram Jesus e nós, reconhecemos?

Outro aspecto relevante desta leitura e para a nossa vida é que Jesus acompanha-nos, mesmo se O não reconhecemos. Por vezes é muito difícil reconhecê-lo, pois viajamos perturbados com os acontecimentos. Quase sempre nem reconhecemos a acção de Jesus nesses mesmos acontecimentos.

E depois da Eucaristia, vamos ter com os outros confirmar que Jesus vive, tal como disseram aquelas mulheres e Simão? Chegamos mesmo a reconhecer Jesus na fracção do Pão? Pensemos bem, será mesmo que O vimos? Ou terá sido só mais um ritual? Uma rotina? Em quê que a nossa vida muda nesse momento? Não será mais do mesmo?

Quem encontra Jesus na Eucaristia pode dizer como São Pedro na primeira leitura e como se cantou no salmo que o nosso corpo repousa na segurança. Saber Jesus vivo é a nossa segurança.

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