sábado, 18 de junho de 2011

Reviravolta

A minha vida nos últimos dias sofreu uma reviravolta tremenda. Nem tenho adjectivos para qualificar. Na passada quinta-feira o meu pai faleceu. Só hoje tive tempo e disponibilidade mental para vir aqui.

Como não bastando isso tenho a minha mãe no hospital com uma doença grave na produção das células do sangue. Ela entrou para o hospital há uma semana e meia e está aparentemente estável, mas é greve e temo que lhe irá encurtar a vida drasticamente.

O meu pai dois ou três dias depois entrou no mesmo hospital para estabilizar os diabetes e ao fim de nem sei quantos (porque custa-me pensar agora nisso) terminou o seu percurso na nossa companhia. A demência dele levava-o a ser agressivo e a agitar-se muito. Ele resistiu muito aos medicamentos para o acalmarem. Depois lá fizeram efeito e ficou prostrado. Veio uma infecção pulmonar e dizem que faleceu de embolia. A autópsia determinará.

Nunca estamos preparados para o morte de um pai ou de uma mãe. Pelo menos eu, não estava, mas estou minimamente inteiro. Tenho quem me ajude e tranquiliza-me saber que a minha mãe está também pacificada quanto a este assunto.

Que mais posso dizer? Sinto que devia fazer um elogio fúnebre, mas não me sinto em condições para escrever mais. Aqui ficam as notícias deste que vos escreve. Tento concentrar-me na tarefa que se me apresenta pela frente no momento e procura não pensar muito no médio prazo, já que o longo está envolto num escuro véu espesso.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quando estamos em baixo, a chegada à empresa é ainda mais penosa. Ter que mentir para que não nos façam perguntas, à quais não queremos responder... é lixado.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nem sei que título pôr

Podia chamar-lhe inferno, mas parece-me demasiado dramático.



Ontem pensei em escrever um texto chamado “Mestre culinário”, mas não tive disponibilidade mental. Não que tenha hoje, mas preciso de “falar”. Por isso, misturo o que queria dizer com o “Mestre culinário” para lembrar o dia da Criança, de ontem, e faço o relato do meu... inferno... martírio... ou caminhada para o abismo. (lá vem o meu lado dramático, nada a fazer)



Há coisa de um mês para cá a minha mãe tem vindo a decair assustadoramente. Começou com uns sons ténues que ouvia deitada, passou para uma espécie de pulsação que não a larga. Só na rua atenuava-se. Depois vieram os mal-estares e tonturas. Foi ao médico de clínica geral, depois ao otorrino. Este mandou fazer uns exames dali a duas semanas. Foram estas duas últimas semanas. Ela piorou de tal maneira que tive mesmo que faltar três dias para estar com ela.



Estes três dias foram necessários para arranjar uma pessoa que tomasse conta dos meus pais e fizesse a lida da casa. A minha mãe tinha uma pessoa conhecida em mente e lá conseguimos tê-la cá em casa. Sem ela, não sei o que seria de nós.



Neste tempo de incapacidade da minha mãe tive que tomar conta da casa. Fiz comida. A máquina de lava roupa foi operado por mim. Apanhei roupa lavada. Fiz mais compras. Tive que desenrascar-me. Tem sido difícil, toda a minha vida foi facilitada nos assuntos domésticos. Se a minha mãe fazia, porquê eu? Adaptar-me a esta situação chateia-me, tira-me a tranquilidade, incomoda-me.



Há dias a minha mãe sentia-se mais bem-disposta e pediu-me para o jantar batata frita com um ovo mexido. Fritar as batatas foi fácil, já o ovo... Parece-me que tal como entre a generalidade das mulheres e as máquinas há conflitos, com os homens o conflito é com os ovos. Pelo menos comigo, é. Tínhamos só dois ovos no frigorífico. Tentei partir um e deu asneira. Estragou-se. Prudentemente pedi à minha mãe para partir o outro. Não consigo perceber como se faz.



Lá fui fritar o ovo (eu pensava que tinha posto óleo, mas afinal foi azeite, é o que dá usar azeite em garrafas de plástico). Fui mexer o ovo da forma como me pareceu bem e deu-se um milagre. Então não é que o ovo mexido ficou igual a um ovo mexido que eu gostava muito em criança!



Vivíamos em Caneças, num beco húmido e sombrio. Os meus primeiros anos foram passados naquela casa, naquele beco. Havia um casal de vizinhos que tinha umas hortas e uns barracões onde passavam o dia todo. Eles gostavam de mim e eu deles. Lembro-me várias coisas de lá, as minhas primeiras memórias são de lá. E uma coisa que me tem acompanhado vida fora é a memória dos ovos mexidos que me davam, numa sala com uma mesa comprida. Aqueles ovos mexidos eram magníficos, não sei se tinham temperos especiais, mas sei que eram pequenos pedaços de ovo frito. Ao longo dos anos tenho tentado convencer a minha mãe a fazer ovos daquela maneira, mas nunca consegui. E agora já sei como é. Fantástico, não?



Este foi o lado mais bem humorado do que tenho para dizer.



Na terça-feira passada a minha mãe finalmente fez os exames e o médico diagnosticou uma surdez progressiva. Dentro de cinco anos a minha mãe deverá estar surda. Recebi esta notícia com algum alívio. Há doenças dos ouvidos bem piores. O médico receitou um medicamento que irá aliviar o mal-estar e as tonturas. E sempre há aparelhos.



No entanto ela ainda não recuperou. E por mais que a senhora nos faça de comer, não é a mesma coisa. Por outro lado tenho medido a glicemia à minha mãe e está alta. Tem a parte de dentro das pálpebras pouco vermelha e isso talvez seja sinal de anemia. Talvez daí venha a explicação para fraqueza. Amanhã vai ao médico da clínica geral.



Já não bastando isto, o meu pai tem andado a fazer das dele. A noite passada foi levada a falar, não deixando a minha mãe dormir. Se esta tivesse sido a primeira vez, estaria tudo bem. Mas há várias noites que a minha mãe não dorme a noite toda. E eu tenho tido poucas.



Hoje de manhã estava muito agitado. Queria ir embora. Enfureceu-se de tal forma que todo o prédio (de dez andares) ouviu os gritos dele. Consegui sair de casa muito a custo. Passei o dia de rastos, nem a cafeína ajudou. Fui de coração partido por causa da minha mãe. Ao longo do dia fui falando com a senhora que toma conta deles e este foi um dos piores dias de sempre. Ele tornou-se violento. Ela teve que gritar mais alto do que ele. A minha mãe estava exausta. Não dizia coisa com coisa. Foi obrigada a passar o dia na minha cama. Pelos relatos que recebi ele atirou umas gavetas de um móvel para o chão, deitou abaixo um cortinado. Esfrangalhou os fones que a senhora trazia (compre outros para substituir).



Fui sabendo destas coisas ao longo do dia de trabalho. Foi um dia negro. Quando cheguei a casa ele estava sonolento e agora dorme na cama. Para cúmulo amanhã a câmara vai fazer uma intervenção nas árvores ao pé do prédio e tive que tirar o carro do sítio. Ao tentar estacionar noutro sítio risquei um carro levemente. Fiquei tão nervoso que a senhora que cuida dos meus pais levou-o para outro sítio, de onde posso ver da janela do quarto. Foi um risco pequeno, mas é um risco. E no meu também ficou marca, mas menor.



Por isto e por coisas parecidas ao longos destes malfadados dias, não tenho tido energia para escrever, rezar, meditar e blogar. Vamos avaliar a medicação dos meus pais, talvez não esteja a fazer o efeito devido, pelo menos no caso do meu pai. Sinto-me tão desamparado, sozinho e perdido. Sinto-me esquecido por Deus. Não tenho energia e paz de espírito para procurá-Lo. Quando estou bem, sinto-me perto Dele, mas quando estou mal... sou ao contrário de muitos. Dizem: só se lembrar de Santa Bárbara quando troveja. Eu quero que a minha oração não sejam de súplica, pelo menos para mim, mas quando estou tão desamparado peço e parece-me que não sou ouvido. Será isto a noite escura? Ou quando estou bem, quem encontro sou somente eu? Não me vejo com uma pessoa boa, que exerce a caridade que Jesus apregoa. Não me comovo com as desgraças alheias com facilidade. Se não fosse tão egoísta, não sofreria tanto. Talvez sofresse de outra forma. Que obras de fé tenho a apresentar? Se o que faço aos meus pais é considerado boa obra, faço-o em grande parte por interesse próprio. Dá jeito ter a mãe a cuidar da nossa vida. Dá jeito ter alguém dependente de nós para sentirmos que servimos para alguma coisa. Faço tantos sacrifícios para ter os meus pais bem para que o meu mundo não mude. Não quero mudar porque tenho medo do desconhecido, porque tenho preguiça em me habituar a fazer a lida da casa. Desespero porque tenho que agir, tomar decisões. Seria tão bom se houvesse sempre alguém a decidir por mim. Não faço isto conscientemente, de propósito, mas no fundo é isto que faço e desejo. Não quero crescer, quero continuar a ter a boa vida que tinha em criança.



O meu principal problema é estar demasiado centrado em mim. Odeio-me por isso. Odeio não encontrar uma solução fácil para isso. Só serei feliz se este egoísmo morrer. Mas a dor será tão grande...



Se não estiver com depressão, devo estar perto... e é isto o meu inferno. Peço desculpa pelo desabafo, não me sinto especialmente aliviado, mas aqui fica.

domingo, 22 de maio de 2011

Como ando totalmente sem inspiração...

... deprimido mesmo, deixo-vos televisão para verem.

Esta é a televisão que transmite em directo da Praça do Sol em Madrid do movimento espanhol inspirado na nossa Geração à Rasca.








Live Broadcast by Ustream.TV

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ando sem paciência para blogar, mas...



(Mas o facto de cá em Portugal não ter havido problemas com a polícia, para mim é o que faz ter orgulho de ser português. Onde tem havido violência os problemas não foram resolvidos, por isso nós estamos bem)

domingo, 15 de maio de 2011

Quarto Domingo da Páscoa – Ano A

Hoje é o domingo do Bom Pastor. Também o dia de oração pela vocações. Mais do que vocações religiosas o que estamos a precisar é de vocações cristãs. Sem comunidades cristão não podem haver sacerdotes, religiosos e religiosas. Se uma comunidade não for capaz de gerar vocações religiosas, isso é sinal de imaturidade, de uma caminho a ser cumprido. A comunidade é uma árvore, se não produzir frutos que façam continuar, crescer ou gerar novas comunidades, então não é uma boa árvore. Qual a qualidade da minha comunidade? Qual a qualidade da minha participação nela?

Jesus no Evangelho apresenta-se como a Porta. O que significa este símbolo? A porta é um lugar de passagem entre dois espaços. Serve para facilitar a entrada ou para dificultar. Pode ser a passagem para a interioridade ou para o mundo. Normalmente não se fica na porta, mas pode-se parar lá à espera. Jesus é a Porta para a vida Eterna, para a vitória da Vida sobre a Morte. Esta porta que Jesus é, é bem mais do que um espaço de passagem, por ela as ovelhas, nós, sabemos que vamos para boas pastagens, quando saímos, e para a segurança, quando entramos.

Ser Porta em Jesus é ser Pastor, ela é o nosso ponto de referência, tal qual um pastor é para as suas ovelhas. Jesus é o Pastor máximo porque foi ao ponto de dar a sua vida pelo Seu rebanho. O Seu Sangue une-nos formando um só corpo com Ele. Nós caminhamos e Ele que vive em nós orienta-nos. Como? Para além da influência individual, Jesus faz suscitar no rebanho auxiliares nessa tarefa. Por isso hoje também é dia de uma oração particular pelos nossos pastores. O padre que celebrou a missa onde fui sugeriu que quem encontrasse o nosso pároco, lhe desse os parabéns ou lhe telefonasse felicitando e agradecendo o seu pastoreio.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Luta continua...

Ontem não pude assistir à primeira meia final do Festival da Eurovisão, por azar tive uma reunião de condomínio. Quando cheguei a casa já tinha terminado e a minha mãe contou-me o resultados dos Homens da Luta. Enfim, não achei decepcionante porque tal como diz a Cristina somos incompreendidos (acrescento eu: insignificantes) a nível europeu.


O vídeo vai na terceira cantiga (Albânia), que estou a gostar, e já apreciei a da Noruega também. Pelo que já vi aqui, estas duas não foram apuradas. As regras desta vez incluem, como aconteceu por cá, metade da pontuação pelos júri e metade pelo televoto. Não me lembro se nos anos anteriores as meias-finais tinham este método.

Quanto à nossa participação seria demasiado fantasioso achar que tinha hipóteses a nível da música. Talvez se eles fossem falados a nível europeu massivamente nos últimos tempos.

Pausa para ver a Turquia e verificar que não foi, também, apurada. Os Homens da Luta deviam ter invadido a festa de outro país. Boa malha euro-roqueira. Contorcionista e efeitos visuais, mas a música era interessante.

Não estou desiludido com a participação dos Homens da Luta porque foi muito bom acompanhar os vídeos deles nas terras das alemanhas. Deram uma imagem diferente de Portugal. A atitude deles deve vir a fazer melhor à nossa auto-estima do que uma sua possível vitória ou passagem à final. Devemos encarar os tempos que já chegaram com alegria e bom humor, não ter medo de enfrentar os poderosos e dizer-lhes a verdade na cara.

Estou a ouvir agora a Geórgia. Muito poder de som, gritos, mas pouca melodia. Parece que passou. Prefiro o rock da Turquia, mas enfim...

A LUTA CONTINUA, PÁ!!!!!!!


PS: Apesar de ser fã da Islândia como país e ter gostado de participações de outros anos não achei esta música nada de especial. Sei que tem uma história por trás (o compositor morreu no início do ano), mas não sei merecia passar.

domingo, 8 de maio de 2011

Terceiro Domingo da Páscoa – Ano A

Hoje o Evangelho narra-nos o episódio dos discípulos de Emaús. É um episódio algo “estranho” no contexto dos Evangelhos. Jesus aparece a dois discípulos quase anónimos, que não tinham aparecido antes na narrativa. Não aparecem os Apóstolos, excepto no fim, mas sem papel activo.

Vejo neste texto uma metáfora para explicar a importância da Eucaristia. O episódio contem todas as partes principais das nossas celebrações e no fundo representa o essencial da relação com Deus. Tem a palavra explicada, tem a fracção do pão, tem o reconhecimento da nossa fraqueza e da acção misteriosa de Deus na nossa vida, tem o envio em missão. Na fracção do pão os discípulos reconheceram Jesus e nós, reconhecemos?

Outro aspecto relevante desta leitura e para a nossa vida é que Jesus acompanha-nos, mesmo se O não reconhecemos. Por vezes é muito difícil reconhecê-lo, pois viajamos perturbados com os acontecimentos. Quase sempre nem reconhecemos a acção de Jesus nesses mesmos acontecimentos.

E depois da Eucaristia, vamos ter com os outros confirmar que Jesus vive, tal como disseram aquelas mulheres e Simão? Chegamos mesmo a reconhecer Jesus na fracção do Pão? Pensemos bem, será mesmo que O vimos? Ou terá sido só mais um ritual? Uma rotina? Em quê que a nossa vida muda nesse momento? Não será mais do mesmo?

Quem encontra Jesus na Eucaristia pode dizer como São Pedro na primeira leitura e como se cantou no salmo que o nosso corpo repousa na segurança. Saber Jesus vivo é a nossa segurança.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Considerações sobre o anúncio do acordo com o FMI

As minhas primeiras impressões sobre o anúncio do Primeiro-ministro da proposta de acordo com a "Troika" foram as seguintes:

1 - A montanha pariu um rato. Tanta notícia nos meios de comunicação e afinal estavam errados. O inferno estava mesmo à porta e afinal... continuamos no purgatório.

2 - O Governo só deu as boas notícias. Como é seu apanágio. Ou o "Socras" tem aversão patológica às más notícias ou a estratégia eleitoral não o permite. Quem dará as más notícias? A "Troika" obviamente.

3 - O PSD veio logo gabar-se de ter contribuído para melhorar o PEC. Podiam ter atingido o mesmo objectivo sem terem provocado a queda do Governo, mas enfim... estratégias...

4 - Temos que reconhecer que o Governo é extremamente poderoso. Conseguiu atrasar o começo da segunda parte do Barcelona - Real Madrid. É obra!

5 - O que esteve ali o Teixeira do Santos a fazer? Manter o casamento de aparência.

6 - Não me lembro de o Primeiro-ministro ter desmentido o aumento do IVA, nem de mais algum imposto. Será por aí que passará a solução? Fiquei com o sabor na boca de que tudo vai passar por engenharias financeiras.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sobre a morte do Bin Laden

Não tenho muito a dizer sobre a notícia da morte do Bin Laden. A primeira coisa que senti foi pena. Tinha sentido o mesmo em relação ao Jonas Savimbi. Por pior que a pessoa tenha sido em vida, sinto tristeza pela morte de alguém assim.

Que legado deixam? Morte e destruição. Terão tido oportunidade para se arrependerem dos seus pecados? No caso do Bin Laden, ele estava convencido que estava certo. Mais dramático ainda! Custa-me compreender esta forma de pensar. Considerar que outro ser humano merece morrer dá-me tristeza. Como é que o Bin Laden se considerava um homem religioso se o fruto da sua fé é morte?

Igualmente triste é a reacção dos nova-iorquinos. Pela mesma razão. É uma reacção tipicamente hollywoodesca que vimos nos filmes. Mais, é uma reacção igualzinha à dos seus inimigos. Quando é que eles vão perceber que não são nem mais nem menos que os outros povos? Até quando é que vão considerar-se os senhores do mundo só porque ajudaram a Europa a vencer as duas guerras mundiais?

Voltando ao Bin Laden. Este sentimento de pena cresce quando penso que aquele homem violentamente morto já foi uma criança, já dormiu tranquilamente num colo, já sorriu e teve toda a esperança no olhar.

Outro aspecto negro desta história é a certeza que tenho que esta guerra, em que ele era uma parte, não vai terminar tão cedo. Tenho dúvidas sobre se ele ainda comandava a organização como fizera antes dos ataques. A Al Qaeda parece ter uma estrutura pouco rígida. Existe uma inspiração inicial na criação das células terroristas, talvez algum treino, mas cada célula é autónoma na estratégia, planeamento e execução. Eliminar o líder não desorganiza nada. A seguir a ele, dezenas de outros membros estão prontos para assumir a posição. Neste aspecto há uma diferença muito grande com o caso do Jonas Savimbi.

Por outro lado, tenho dúvidas sobre se vão acontecer represálias tão cedo. Por causa desta autonomia extrema das células, pode acontecer que nenhuma esteja preparada para agir de imediato. Pode acontecer, isso sim, um crescimento no recrutamento de operacionais.

Enquanto os Estados Unidos e os seus aliados não mudarem de atitude para com o resto do mundo vamos continuar com esta guerra. O que aconteceu na Líbia é só um exemplo.

domingo, 1 de maio de 2011

Segundo Domingo da Páscoa – Ano A

Completa-se hoje a oitava da Páscoa. Hoje é um dia especial. É o segundo domingo da Páscoa. É o Domingo da Misericórdia. Neste momento o papa João Paulo II está a ser proclamado Beato. Hoje é o dia da Mãe. É o dia de São José Operário e por isso dia do Trabalhador. É o primeiro dia de Maio, mês de Maria. Hoje é Domingo, dia do Senhor.

Nas leituras começamos por receber o exemplo de como uma comunidade cristã deve ser. Ter uma só alma sendo um só corpo. Neste tempo Pascal vamos compreendendo aos poucos e poucos a dinâmica da vida em Igreja sob a acção do Espírito Santo. Este tempo Pascal é o tempo do Espírito Santo por excelência. Iremos ver o Espírito a construir a Igreja. A comunidade modelo vive sob a acção do Espírito como se ela e Ele fosse uma só entidade.

Na Segunda Leitura São Pedro inicia a sua primeira carta aludindo à fé de todas as gerações posteriores às primeiras, que não tiveram a oportunidade de ver Jesus ressuscitado de uma forma sensível. Sem O ver, ama-mo-Lo, sem O ver, acreditamos e louvamos.

A Segunda Leitura liga desta forma com o Evangelho no episódio de São Tomé. Este apóstolo protagonizou este episódio para nos dar força e alento. Se ele que conheceu Jesus tão intimamente, teve dúvidas, como é que nós não podemos ter? Por isso é que hoje é o dia da Divina Misericórdia. Perante as nossas dúvidas só podemos recorrer à Misericórdia do Senhor. Nada somos sem Ela.

Mas o Evangelho é mais do que este episódio. O início do texto faz-nos lembrar o livro do Génesis, quando o sopro de Deus vivifica o barro e cria o Homem. Jesus sopra sobre os seus discípulos e vivifica a Sua Igreja, Seu Corpo.

Por fim só mais pormenor. Jesus manifesta-se em comunidade. É nela que o espírito de Jesus vive, manifesta-se e fortifica-Se. Por isso é que a Eucaristia é tão importante, vital, para a Igreja, sem ela não pode viver.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dois assuntos diferentes para uma destinatária específica

Cristina, ouvi hoje esta notícia, penso que lhe interessará se um dia se dedicar a alguma figura história abrangida por esta legislação.


Num comentário à minha publicação da Vigília Pascal, referiu que não conhecia o filme do Bruce Willis. Enquanto procurava o trailer descobri que afinal ele está disponível no youtube. Aqui está:























Arte inspirada no Evangelho


Conheci esta obra e este autor no Fórum Paróquias há uns anos. Deixo aqui o link e parte do texto (recomendo a leitura do texto completo):

No quadro apenas vemos Maria Madalena. Está em frente do sepulcro e acaba de voltar a cabeça para trás. Voltada para o sepulcro, chorava a morte de Jesus. Ao homem que ela pensava ser o jardineiro contou-lhe a sua mágoa, mas não o olhou verdadeiramente. Apenas quando Jesus pronuncia o seu nome, certamente com o tom de voz com que o fizera antes, ela é apanhada de surpresa e volta-se para trás. Limpa as lágrimas apressadamente com a mão direita coberta com o manto. É este o «instantâneo» do quadro. Embora fuja a tópicos comuns da apresentação de Santa Maria Madalena como a seminudez para indicar que ela era a prostituta arrependida que derramou o perfume sobre os pés de Jesus (hoje descarta-se essa ideia de tal identidade), há elementos que o indiciam: no canto inferior esquerdo há um pequeno «frasco» para perfumes e o «véu»/manto que ela veste é rico e parece ver-se as marcas de ter estado dobrado. Vale a pena prestar atenção a este manto. É acastanhado, mas recebe uma luz forte que lhe vem de «fora» do quadro. É o reflexo da luz do Ressuscitado. A perspectiva do «expectador» é a do Ressuscitado. Teologicamente isto tem grande importância: o cristão descobre Cristo ressuscitado não imediatamente ou directamente, mas por reflexo, em primeiro lugar pela experiência de outros. Depois, é uma presença que está fora do quadro, precisamente onde está o expectador... Ou seja, é possível também refazer, na fé, a experiência de Maria Madalena... Etc. Muito mais se poderia dizer deste quadro.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Jonsi ao vivo (algumas músicas)
















Normalmente no encore


Final apoteótico e mágico

NPR

Acho que ainda não falei aqui da NPR dos Estados Unidos, parece-me que é uma espécie de RDP, mas bem melhor. Disponibilizam concertos para fazer download, em vídeo ou só em audio. Também apresentam novos discos e artistas. É muito completo. Vale a pena ir lá muitas vezes. Foi de lá que obtive o concerto do Jonsi, por exemplo.

Deixo-vos um tipo de concerto que eles inventaram. Actuações numa loja de discos. Neste vídeo podem encontrar uma voz extraordinária, Adele. Levei algum tempo a "descobri-la", mas o tema Rolling in the deep conquistou-me.



Deixo-vos mais um vídeo, uma descoberta absoluta minha neste site. Eles chamam-se Mount Kimbie e fazem música electrónica. É muito interessante vê-los a produzir a sua música.


P.S. Parece que não se conseguem ver os vídeos, por isso sugiro que sigam os links.

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo de Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus


As palavras pouco dizem quando saem de um coração entristecido.
Senhor, parece-me que ainda vivo na Sexta-feira Santa e não do Domingo da Ressurreição.



Dependo totalmente da Tua misericórdia, pois nada consigo fazer de bom, de alegre, de evangélico.

Sou um túmulo vazio.


O meu coração chora ao som desta melodia e destas palavras, Senhor.


Senhor, ilumina as minhas trevas, que eu seja um reflexo da Tua luz.



Porque a Páscoa é a vitória da Luz sobre as Trevas, da Vida sobre a Morte, Senhor enche o meu coração de alegria. Envia o Teu Santo Espírito e aumenta a minha fé. Que ela seja uma semente que germina e dá fruto.

Senhor, temo estar a passar por uma noite escura. Elimina o meu egoísmo de vez e finalmente amanhecerá.



Ámen.

sábado, 23 de abril de 2011

Vigília Pascal

Se eu for à minha paróquia participar na Vigília Pascal, vou sentir-me só e desacompanhado. Se ficar aqui a assistir pela Tv da Diocese de Aveiro, desacompanhado e sozinho vou estar.

A solidão e a tristeza são as minhas sombras...

Se alguém, por milagre vier aqui pode assistir à transmissão começa à 21:30.

Watch live streaming video from dioceseaveirotv at livestream.com

Tv On The Radio - Nine Types of Light

Era para apresentar este vídeo depois da Páscoa, mas acho que hoje é um bom dia. Este vídeo traz consigo, pelo menos para mim, uma carga de tristeza que encaixa bem hoje. Um dos músicos, o baixista, faleceu esta semana. E isso mudou a forma como se olha para o trabalho do grupo. Quem sabe se o tom filosófico da filme não e já um reflexo da proximidade desta notícia?

Os Tv On The Radio não é um banda da minha eleição, mas o facto de terem publicado o disco inteiro na internet em vídeo chamou-me a atenção. E até que gosto de algumas música, sobretudo Will Do (aos 24'45'' do vídeo).

domingo, 17 de abril de 2011

Domingo de Ramos – Ano A

Hoje começa a semana maior do cristianismo. Nestes dias celebram-se os acontecimentos e os mistérios principais da fé em Jesus Cristo.

A fé um caminho. Os Evangelhos são percursos, caminhadas físicas e espirituais. Hoje Jesus entrou em Jerusalém. Hoje foi festejada a Sua entrada na cidade Santa, mas logo se viu para onde foi esse entusiasmo. Ficou-se pelos ramos, pelas pedras calcadas pela multidão. Foi uma fogueira de erva seca, rapidamente perde força.

E o que fica? A nossa fraqueza. A nossa solidão perante a nossa recusa em seguir a vontade do Pai. Jesus experimentou também essa solidão, mas venceu-a confiando, orando até esse vazio se encher de amor.

Jesus de derrota em derrota chegou à vitória final. Porquê? Porque confiou no desejo do Pai nos convencer que temos forças suficientes para vencermos a morte. Jesus, o Filho de Deus, fez-Se homem e assumiu totalmente a nossa condição. E qual é ela? Ter medo. Sentir dor. Sentir solidão. Jesus mostrou-nos que nada em nós nos fará escapar à morte, a não ser a nossa confiança em Deus. A morte é um tremendo mistério. Mete medo. Como suportar a sua aproximação sem enlouquecer? Como é que Jesus conseguiu? Confiando que o Pai o salvaria. Confiando contra toda e qualquer prova ou ausência dela. Como chegamos a esse estado? Pela oração, pelos sacramentos, pela humildade, pelo despojamento.

domingo, 10 de abril de 2011

Money comes to you - Tribruto (New Light Pictures)

A New Light Pictures está continua em grande. Aqui fica o primeiro videoclip produzido e realizado por eles. Como não podia deixar de ser conta um história.

Videoclip Tribruto "Money comes to you" C. Dino e Sofia from FaiscaFilms on Vimeo.