Mais ou menos a meio da Quaresma (e também no Advento) há um domingo da alegria. As cores dos paramentos passam do roxo da penitência para o rosa da alegria.
Qual será o motivo da nossa alegria? A Misericórdia de Deus. O Seu imenso amor por nós.
“Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”
Na primeira leitura é relatada a destruição de Jerusalém por altura do exílio na Babilónia. Este acontecimento devia estar sempre presente na nossa memória, individual como colectiva, para que saibamos aonde nos leva o mau uso da nossa liberdade. No entanto o Senhor não é um Deus de morte, mas de vida e amor. Dá-nos tempo para aprendermos com os nossos erros. O Povo de Israel teve uma Quaresma de setenta anos para ver onde errou.
Essa imensa misericórdia revela-se em Jesus, que tal como a serpente de bronze de Moisés, foi elevado na Cruz para nos salvar. À serpente bastava olhar com fé e o israelita era salvo do veneno. Com Jesus acontece o mesmo, basta dirigir o nosso olhar com fé para Ele, que seremos salvo.
Há uma frase muito interessante no Evangelho: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.” Repare-se no verbo da primeira frase: quem crê não é condenado. E na segunda: mas quem não crê já está condenado. É muito grave não crer, pois esse pequeno facto condena logo a pessoa. Sempre que ouço alguém dizer que é ateu fico sempre aflito, está nesta frase a causa desta aflição.
Continuando com a imagem que tenho usado nesta Quaresma (e que não é invenção minha, mas tomei conhecimento através do programa Conversas com Princípio, Meio e Fim) depois de pousarmos o nosso olhar em Jesus transfigurado, começamos uma fase de relação com Ele. Damos mais uns passos em direcção do altar e começamos a experimentar o Seu Amor. Começamos a receber a Sua Luz, que tanto ilumina as nossas faltas, expondo-as, como nos aquece e é reflectida. Este banho de luz alegra-nos.
E tal como São Paulo dizemos “Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos.”
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