sábado, 30 de outubro de 2010

Serei eu um básico? Acho que sim...

Ao saber dos resultados da sondagem da Católica para a RTP, DN e JN veio-me à meninge a ideia que, das duas uma, ou os portugueses estão contentes com os políticos ou são mais básicos do que eu. Assim de repente sem pesquisa nenhuma avanço que devem existir uns dez ou quinze partidos e movimentos políticos e estas lusas alminhas escolhem sempre a mesma canalha. Não há pachorra.

Ora vejamos. Desde a entrada de Portugal na CEE tivemos dez anos de governo do PSD, Primeiro-Ministro Cavaco Silva. Depois veio o PS com o Primeiro-Ministro Guterres durante uns seis anos. O PSD coligou-se com o CDS e esteve lá dois anos e meio sob o Primeiro-Ministro Durão Barroso e mais ou menos meio ano com o Primeiro Ministro Santana Lopes. Por fim veio o PS com o Primeiro-Ministro Sócrates quase com seis anos. O PSD esteve lá no poder para todos os efeitos treze anos e o PS doze. O CDS deu uma perninha na última encarnação governativa do PSD.

Vinte cinco anos de progressos económicos fruto dos fundos europeus, que estão a acabar. Talvez seja por isso que estejamos assim, o dinheiro vai acabar e habituámo-nos a ter muito.

Vinte cinco anos de regressão na qualidade dos intervenientes políticos. A fartura de dinheiro terá desviado os competentes para o sector privado e terá estimulado os incompetentes a chegarem a cargos que em situações normais não passariam de sonhos.

Os Portugueses foram tomando várias opções. Uns deixaram de votar e influenciar as decisões do país. Os outros acomodaram-se ao rame-rame do voto no partido de sempre.

Neste momento temos o Bloco de Esquerda a capitalizar com a crise. São verdadeiramente os necrófagos da política, quanto pior o país estiver melhor para eles. Sobrevivem através das causas fracturantes, engordam com o descontentamento, com o desemprego. O PCP gostaria de ser necrófago, mas não tem dentição nem estômago preparado para tal. É mais um herbívoro que tem a sua força no número. Mobiliza o mundo sindical, mas actualmente só o mundo sindical da Função Pública é motivado. Quem trabalho no sector privado nem pensa em greve, o desemprego está mesmo ali à porta.

No Parlamento (lugar onde vão parlar) os partidos presentes estão tão viciados naquela rotina que já não conseguirão transformar-se nem transformar o país. Eu pergunto: os partidos não deviam estar sujeitos aos eleitores? Porquê que os eleitores votam sempre nos mesmos?

Parece-me que o Povo Português culturalmente não aprecia tomar decisões. Preferia ter um Governo lá longe nos gabinetes e ir levando a sua vidinha de sempre. Ninguém se chateava, eles lá e nós cá. Talvez tenha sido por isso que nunca houve nenhuma revolta popular contra o Salazar. Já por si é comodista, com um Governo que o incentivava mais ficou.

E não digo mais pois tenho que ir almoçar. A minha barriga primeiro, né?

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