quarta-feira, 13 de maio de 2009

Conversa à chuva III

Saí da editora Presença e fui subindo tendo em vista dois factores: cruzar o Parque para o outro lado perto do pavilhões do Grupo Leya e fazer isso numa altura de menos chuva. Nesta altura já não olhava para os livros.

Fui abrigando-me onde podia, escolhia pavilhões com menos gente para ficar mais abrigado. A chuva não parava e fiquei um pouco de mais tempo no pavilhão da editora Guerra e Paz. Um senhor por trás do balcão começou a falar comigo. Falou que São Pedro não estava a ajudar a crise. Eu disse que sim. E a conversa começou a assim. Nessa altura reparei que havia uma série grande de volumes do mesmo livro. Ele disse-me que era o autor e começou a falar-me do livro “A Especiaria”. Achei interessante o que me disse e acabei por comprá-lo.



O autor do livro chama-se António Oliveira e Castro, pela breve biografia na orelha do livro teve uma vida interessante, movimentada e cheia actividades diferentes umas das outras. O que mais cativa nele a forma de falar connosco. Fala com paixão do que escreve e das investigações que fez para fundamentar o que escreve. Contou-me algumas histórias da relação dos portugueses com África que serviram para este livro e para o que está actualmente a escrever. Esta paixão também descobri no que me contou da sua vida recente. Era empregado bancário e chegado a uma altura da vida em que os filhos já começavam a estar encaminhados decidiu reformar-se e abraçar o sonho de fazer algo mais do que ser mero bancário. Este é o tipo de atitude que espero um dia poder tomar. Viver totalmente para aquilo para o qual nasci.

Acabei por contar-lhe que também escrevo. Partilhámos algumas experiências nesta área. Incentivou-me a nunca desistir do meu sonho. Foi uma conversa muito agradável. Naturalmente autografou-me o livro. Deixou também o endereço do blog que promove o livro e que aqui deixo: aespeciaria.blogspot.com. No final aproveitando o ambiente da conversa dei o endereço deste blog. Foi uma grande ousadia aos meus olhos (costumo ser muito acanhado, mesmo na blogesfera, podia promover este blog como muitos fazem, deixando comentários apelando retribuição da visita, mas não gosto, prefiro que descubram este blog por acaso ou através de outros blogs que estejam já ligados aqui). Acho que estive quase a pedir desculpa por estar a promover o meu blog, mas ele foi muito simpático e percebi que não é nada de mais dizer que se tem um blog e dar o endereço.

São Pedro através da chuva providenciou este encontro e esta conversa. Acabei por não ir ao Grupo Leya. Desci até ao Marques de Pombal e apanhei o primeiro autocarro que vinha para os meus lados.

(Ainda na feira comprei uma fartura para mim e outra para levar à minha mãe, que me pedira para matar saudades. Ao contrário do maestro d'Os Maias que se esqueceu das queijadas de Sintra, eu não me esqueci da fartura.)
(Esta foi a vez em que apanhei mais chuva sem estar protegido)

1 comentário:

Amarei a Vida disse...

Faz algum tempo que tinha passeado pelo seu espaço,quando andei a ler alguns blogs católicos.Gostei particularmente deste seu post onde escreve.

"Enfim, esta minha timidez, acanhamento, mazela psicológica, torna-me num péssimo candidato ao sacerdócio? Talvez por isso a ideia de ficar fechado num mosteiro seja mais atraente."


Calculo que ainda é jovem ,daí ter algumas dúvidas quanto à vocação.
Penso quer seja num mosteiro,ou cá fora, todos temos uma missão a desempenhar desde que a professemos com Amor, qualquer que ela seja é tão valiosa aos olhos d'Aquele que nos ampara e nos proteje.
A missão para com os seus pais é de louvar, num mundo onde os jovens cada vez mais atiram os "cotas" para o lado....rs
Bem-haja pela sua Humanidade...e, quanto ao livro a Especiaria não se vai arrepender,um livro cheio de emoções.