domingo, 27 de dezembro de 2009

Famílias...

Aproveitando o tema das leituras de hoje quero escrever sobre o projecto de lei sobre o casamento gay. Eu não sou contra a homossexualidade porque considero que as pessoas são os que são, uns são homossexuais e outros não. Mas já sou contra a promoção e a tentativa de tornar a homossexualidade como uma alternativa. Para mim tudo é vida e cada um terá que viver consigo mesmo da melhor forma.

No que diz respeito ao casamento sou contra o uso desse nome. Que um par queira ter direito de sucessão, pagar impostos por viver em comum, que queiram assumir um compromisso legal em conjunto, não me oponho, mas desvirtuar um conceito estruturante da sociedade humana para adquirir uma aceitação social acho mal. Nós não devemos discriminar os homossexuais, tal como não devemos discriminar ninguém qualquer que seja a sua particularidade. Mas dar um nome a uma realidade que não é a tradicional parece-me mal.

Eu poderia querer ser chamado de mãe e fazer uma campanha fortíssima para adquirir esse direito, mas nunca poderei ser chamado de mãe. Porquê que vamos alterar o significado secular da palavra casamento para que uma nova realidade seja incluida nele? Parece um capricho. É como se eu quisesse que o dia passasse a ser chamado de noite para poder dizer que tinha um trabalho nocturno.

Poderá um par formar uma família? Talvez se for no sentido de que um conjunto de pessoas podem ser. Por exemplo, nas empresas costuma dizer-se que é uma família, sobretudo se for um empresa pequena. Não nego que haja uma forma de amor, um sentimento que une duas pessoas do mesmo sexo, num par, mas parece-me que será sempre uma forma diminuída de família, falta-lhe a união dos opostos e a fecundidade que daí nasce.

E isto leva-me à adopção, passo seguinte da luta. Se uma pessoa sozinha pode legalmente adoptar, não vejo porquê que duas não possam. Isto do ponto de vista legal. Do ponto de vista prático acho que o interesse da criança leva a que seja um casal e não um par a adoptar. Tenho a ressalva de que um par em casos concretos pode até ser mais indicado. Por exemplo se um deles for o progenitor ou se houver já alguma relação de parentesco ou mesmo convivência. Em resumo, sou mais contra o casamento do que a adopção.

E no diz respeito à adopção até digo que já pensei em candidatar-me para adoptar, já que não vejo hipóteses de ser pai de outra forma, mas no processo de ponderação cheguei à conclusão que apesar de dar à criança todo o amor que sou capaz de dar, não iria ter um crescimento com as condições ideais. Falta a figura feminina. A minha mãe o mais que seria era avó. Penso que só adoptaria alguma criança se fosse por razões familiares ou a pedido de pais moribundos. Tudo o mais acabaria por ser por egoísmo.

Por isso em princípio um par não deveria adoptar, muito menos casar. Procure-se outra palavra. Um casal casa, um par... partilha?

2 comentários:

Canela disse...

Isto é mais complexo do que possa parecer.

Mesmo no tempo do império romano, o homosexualismo era algo comum na alta sociedade, a promiscuidade e devaneios levou-os á sua decadência num todo.

Mas mesmo assim, conservavam o verdadeiro conceito de familia. Esta era intocável, no que diz a respeitar o seu nome.

Uma familia será sempre constituida por um homem e uma mulher, e os filhos se os houver.

Perdem-se os valores a uma velocidade estonteante, confundem -se as mentalidades, geram-se conflitos e culpa-se a igreja de retrograda!

Abram-se os olhos e veja-se ao que chegámos...

Respeito os homosexuais por serem humanos, não concordo com o "casamento", muito menos com a adopção. Tenho os meu fundamentos, mas levaria a muitas linhas...

jota disse...

Sim, é um assunto complicado e só tratámos pela rama. MAs se der para alguém pensar um pouco no assunto... já valeu a pena.