domingo, 13 de dezembro de 2009

Terceiro Domingo do Advento – Ano C

Enquanto esperamos, temos tempo para preparar-nos. E neste domingo essa preparação passa pela reflexão: o que devemos fazer para vivermos realmente o Natal que aí vem? Mas também o que devemos fazer para mantermos o Menino vivo a nossa vida?

Este é chamado o domingo da alegria. A meio do Advento e da Quaresma aparece-nos um domingo que se veste de cores diferentes. O que devemos fazer com este domingo da alegria? O que devemos fazer para ter esta alegria? E o que fazer com ela?

São João, a voz no deserto, responde-nos. Devemos partilhar. Devemos ser justos. Devemos ser mansos. Estas são as passwords para entrar no Reino de Deus. Estas são as senhas para a nossa felicidade. Delas vem a paz. Delas vem a alegria. É de nós, do nosso coração que podem vir estas coisas. Memorizemos estas palavras pouco secretas. Façamos delas os apoios do caldeirão da nossa vida.

Parece simples, mas quantas dificuldades temos para as viver. O medo parece-me ser o principal obstáculo. Temos medo de partilhar, de dar de nós, de nos abrirmos aos outros. Temos medo de não nos agradecerem. Temos medo que ser justos, porque temos medo de contrariar quem tem mais personalidade, quem não tem medo. Temos medo das consequências. Temos medo de perdermos aquele afecto, aquela relação prazenteira. Temos medo de sofrer, de sermos agredidos. Temos medo de não dar resposta. Temos medos sobretudo de humilhar-mo-nos. Temos medo de chegar perto de Deus e reconhecermos as nossas limitações, os nossos erros, os nossos pecados. Temos medo de ser alegres, livres do medo da morte, porque não seremos, não podemos alguma vez ser, populares, admirados por todos, invejados, vencedores dos afectos interesseiros e egoístas dos outros.

O que devemos fazer neste Natal? Dar prendas por tradição? Por descargo de consciência? Para pagar as prendas que nos dão? O que podemos fazer para sermos vozes no deserto? Seremos capazes de não decorar as nossas casas e meditarmos naquilo que devemos verdadeiramente fazer (sei que é difícil para quem tem crianças em casa não decorar a casa)? Seremos capazes de abrir a nossa casa no dia da consoada a sem-abrigos? A estranhos que estejam sozinhos?

Por não ser capaz de fazer isso, eu pecador me confesso.

Sem comentários: