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É um economista respeitado. É um excelente comunicador. Tem boa imagem. Num grau menor que o Jerónimo de Sousa, tem uma aura de moralidade que lhe dá respeito. Tem sentido de humor.
A desvantagem é ser radical. Pior, é um radical sedutor com o seu discurso moralista. Apela à correcção e à moral laica, mas por baixo da retórica estão ideais radicais que vão para caminhos que a maioria das pessoas não deseja. Acabar com os benefícios fiscais dos PPRs e a dedução das despesas de educação e saúde (que curiosamente o nosso PEC abre portas e que é rejeitado pelo Bloco) são medidas que a classe média não deseja, mas o Bloco defende. A lógica até aceitável. O Estado deve prover educação e saúde gratuitas e universais, por isso não é necessário deduzir despesas que acabarão por não existir. Este tipo de ideias roça o lirismo.
Francisco Louçã e o Bloco defendem uma revolução e desejam comandá-la. Isto é bonito na adolescência, mas depois é insensato.
Outra desvantagem é o jacobinismo militante do Bloco. Por baixo da capa da democracia e da igualdade, vive um quase ateísmo militante. São os porta-bandeiras do aborto, da liberalização das drogas leves (para já), do casamento gay, da eutanásia e de todas as causas fracturantes.
Quando o Francisco Louçã sair da liderança do Bloco tenho dúvidas se ele não se desagregará. Há uma segunda linha bastante interventiva, talvez daí um ou uma líder.
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