É um economista respeitado. É um excelente comunicador. Tem boa imagem. Num grau menor que o Jerónimo de Sousa, tem uma aura de moralidade que lhe dá respeito. Tem sentido de humor.
A desvantagem é ser radical. Pior, é um radical sedutor com o seu discurso moralista. Apela à correcção e à moral laica, mas por baixo da retórica estão ideais radicais que vão para caminhos que a maioria das pessoas não deseja. Acabar com os benefícios fiscais dos PPRs e a dedução das despesas de educação e saúde (que curiosamente o nosso PEC abre portas e que é rejeitado pelo Bloco) são medidas que a classe média não deseja, mas o Bloco defende. A lógica até aceitável. O Estado deve prover educação e saúde gratuitas e universais, por isso não é necessário deduzir despesas que acabarão por não existir. Este tipo de ideias roça o lirismo.
Francisco Louçã e o Bloco defendem uma revolução e desejam comandá-la. Isto é bonito na adolescência, mas depois é insensato.
Outra desvantagem é o jacobinismo militante do Bloco. Por baixo da capa da democracia e da igualdade, vive um quase ateísmo militante. São os porta-bandeiras do aborto, da liberalização das drogas leves (para já), do casamento gay, da eutanásia e de todas as causas fracturantes.
Quando o Francisco Louçã sair da liderança do Bloco tenho dúvidas se ele não se desagregará. Há uma segunda linha bastante interventiva, talvez daí um ou uma líder.
sábado, 24 de abril de 2010
Análise, provavelmente errada, de algumas figuras políticas nacionais IX
Francisco Louçã
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