Uma das viagens mais assustadoras que tive foi há muitos anos, quando ainda o comboio separava-se em Tunes. Havia muita gente nas carruagens para Lagos e por isso fomos para as outras carruagens. Lá conseguimos lugares. Do outro lado do corredor ia uma grupo de rapazes, tropas, talvez, já não me lembro bem. O que me ficou na memória foi o terror que esse rapazes me causaram. Durante a viagem fumaram algo que os meus pais sussurravam ser droga (charro ou erva). Tive medo que a droga lhes dessa para nos fazerem mal. Vi passarem o cigarro de mão e mão. Em criança tive uma educação muito anti-drogas e tabaco. As coisas que eu lia nos livros escolares também vieram reforçar esse medo. Como eu não compreendia o que estava a passar-se tive medo.
Uma viagem dessas da meia noite foi o prenúncio de algo que iria mudar a nossa vida familiar. O meu pai costumava comprar azeite num lagar nos arredores de Lisboa. Era o único azeite que gostava. Por isso quando íamos de férias levávamos desse azeite. Durante uma época larga o meu avô paterno passava um mês na nossa casa a cada quatro meses. Íamos para o Algarve para levá-lo ao filho seguinte e começarmos as férias. O meu avô já na casa dos noventa anos era brincalhão. Teve a infeliz ideia de tomar o peso de um saco onde ia o garrafão de plástico com o azeite. Deixou-o cair e partiu o garrafão espalhando o azeite pelo chão da carruagem. Uma vergonha e medo de multa. Uns turistas que viajavam deitados no chão dentro de sacos cama, como era habitual ver, tiveram que levantar-se. O cheiro a azeite dominava. Ora superstição ou não o que é certo nessas férias várias contrariedades aconteceram incluindo o quase afogamento do meu pai na Meia Praia, que ditou o fim os meus tempos de banhista (história para outro texto).
Bem mais recente foi a vez em que em Tunes o meu pai quis ir à casa de banho. O comboio por vezes demorava (de ano para ano os horário mudam e muitas vezes não é acautelado o tempo entre um e outro comboio) e naquele dia o horário dizia que tínhamos que esperar uns trinta minutos. No estado em que o meu pai está não convém fazê-lo esperar muito. Por isso lá fui com ele à casa de banho. O problema foi que eu não sabia como funcionam as casas de banho em que se mete uma moeda para entrar. Aproveitei que estava a sair um homem e fiz o meu pai entrar na expectativa de manter a porta aberta. Eu cheguei a pôr a moeda. Mal o meu pai entrou a porta fechou-se e iniciou-se a lavagem automática da casa de banho. O meu pai começou aos gritos lá dentro. Eu cá fora não conseguia abrir a porta. Percebi o que estava a acontecer. Tive medo que algum químico para limpeza lhe fizesse mal. No fim o resultado foi mais benigno, o meu pai ficou com as calças dos bolsos para baixo molhadas, mas não muito. E jurei para nunca mais usar destas casas de banho.
Uma viagem dessas da meia noite foi o prenúncio de algo que iria mudar a nossa vida familiar. O meu pai costumava comprar azeite num lagar nos arredores de Lisboa. Era o único azeite que gostava. Por isso quando íamos de férias levávamos desse azeite. Durante uma época larga o meu avô paterno passava um mês na nossa casa a cada quatro meses. Íamos para o Algarve para levá-lo ao filho seguinte e começarmos as férias. O meu avô já na casa dos noventa anos era brincalhão. Teve a infeliz ideia de tomar o peso de um saco onde ia o garrafão de plástico com o azeite. Deixou-o cair e partiu o garrafão espalhando o azeite pelo chão da carruagem. Uma vergonha e medo de multa. Uns turistas que viajavam deitados no chão dentro de sacos cama, como era habitual ver, tiveram que levantar-se. O cheiro a azeite dominava. Ora superstição ou não o que é certo nessas férias várias contrariedades aconteceram incluindo o quase afogamento do meu pai na Meia Praia, que ditou o fim os meus tempos de banhista (história para outro texto).
Bem mais recente foi a vez em que em Tunes o meu pai quis ir à casa de banho. O comboio por vezes demorava (de ano para ano os horário mudam e muitas vezes não é acautelado o tempo entre um e outro comboio) e naquele dia o horário dizia que tínhamos que esperar uns trinta minutos. No estado em que o meu pai está não convém fazê-lo esperar muito. Por isso lá fui com ele à casa de banho. O problema foi que eu não sabia como funcionam as casas de banho em que se mete uma moeda para entrar. Aproveitei que estava a sair um homem e fiz o meu pai entrar na expectativa de manter a porta aberta. Eu cheguei a pôr a moeda. Mal o meu pai entrou a porta fechou-se e iniciou-se a lavagem automática da casa de banho. O meu pai começou aos gritos lá dentro. Eu cá fora não conseguia abrir a porta. Percebi o que estava a acontecer. Tive medo que algum químico para limpeza lhe fizesse mal. No fim o resultado foi mais benigno, o meu pai ficou com as calças dos bolsos para baixo molhadas, mas não muito. E jurei para nunca mais usar destas casas de banho.
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