O tema central das leituras de hoje é a oração. O que é que Abraão faz na primeira leitura se não orar? Tomemos atenção à atitude dele. Fala com Deus com a maior das delicadezas, não usa de sobranceria nem tenta fazer uma troca. Humildade, é essa a atitude correcta.
No Evangelho vemos Jesus a orar e depois de ter terminado um discípulo pede-Lhe que os ensine a rezar. Até este ponto do texto podemos perceber que Jesus rezava em silêncio, totalmente recolhido em Si, em contemplação. Os discípulos estavam habituados a rezarem os salmos, murmurando ou mesmo cantando-os. Rezar em silêncio era-lhes totalmente estranho.
(Uma curiosidade que pouco tem a ver com o assunto do texto de hoje, mas que reforça o que acabei de dizer. Durante muito tempo o acto de ler um texto, um livro era algo feito sempre em voz alta. Há relatos da antiguidade em que as pessoas que liam em silêncio eram censuras. E percebe-se porquê, numa sociedade em que o literatos eram muito poucos, se alguém lia em silêncio podia estar a esconder alguma coisa, estava a ser egoísta, podia estar a fingir, etc.)
Então Jesus ensina-lhes o Pai Nosso. Esta versão é bem mais reduzida que a de São Mateus. Provavelmente cada comunidade tinha a sua versão e estas duas foram as que se fixaram ao longo do tempo. A oração é bastante simples: louva Deus, pede o mínimo para sobreviver, pede a Paz com Deus, com os outros e consigo próprio.
Depois Jesus dedica muito mais tempo ao que Lhe interessa verdadeiramente. O que dizemos não é tão importante como com que coração o fazemos. Afirma que Deus ouve sempre os nosso pedidos e que serão sempre atendidos. Apresenta a parábola do amigo inoportuno e insistente. Compara o bem que fazemos com o bem que Deus faz.
À medida que Jesus vai falando a nossa cabeça aparecem logo duas questões. O oportunista esfrega as mãos de contente porque se Deus nos dá tudo o que pedimos, então vamos lá pedir saúde, paz para o mundo (fica mal concentrarmos-nos somente em pedidos egoístas, sobretudo dirigidos a Quem é), um bom emprego, um bom casamento, este ou aquele pedido específico. Seremos felizes, porque tudo nos será dado. O cínico olha desconfiado. Se Deus dá-nos tudo o que pedimos, porquê que há tanta gente infeliz, porquê que não tenho tudo o que quero?
Jesus tem um sentido de humor refinado. Leva todos a fazerem contas à vida, já esfregando as mãos de contentes, para de repente dar a volta ao texto. Há uma reviravolta interessante na narrativa que ilumina tudo o que foi dito antes. Vejamos o último versículo: “Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!”
Deus não nos vai dar dinheiro, saúde, paz, só porque o pedimos. Ele dar-nos-á algo muito mais importante. O Seu Santo Espírito. O que nós precisamos em primeiro lugar? De Deus. A nossa sede de Deus é infinita. Somos um poço sem fundo. Tendo Deus na nossa vida, tudo o resto virá, pois já somos felizes e Nele vivemos. Isto é muito sério, nós pedimos coisas, porque no fundo não sabemos falar com Deus, não sabemos abrir o nosso coração a Deus.
No Evangelho vemos Jesus a orar e depois de ter terminado um discípulo pede-Lhe que os ensine a rezar. Até este ponto do texto podemos perceber que Jesus rezava em silêncio, totalmente recolhido em Si, em contemplação. Os discípulos estavam habituados a rezarem os salmos, murmurando ou mesmo cantando-os. Rezar em silêncio era-lhes totalmente estranho.
(Uma curiosidade que pouco tem a ver com o assunto do texto de hoje, mas que reforça o que acabei de dizer. Durante muito tempo o acto de ler um texto, um livro era algo feito sempre em voz alta. Há relatos da antiguidade em que as pessoas que liam em silêncio eram censuras. E percebe-se porquê, numa sociedade em que o literatos eram muito poucos, se alguém lia em silêncio podia estar a esconder alguma coisa, estava a ser egoísta, podia estar a fingir, etc.)
Então Jesus ensina-lhes o Pai Nosso. Esta versão é bem mais reduzida que a de São Mateus. Provavelmente cada comunidade tinha a sua versão e estas duas foram as que se fixaram ao longo do tempo. A oração é bastante simples: louva Deus, pede o mínimo para sobreviver, pede a Paz com Deus, com os outros e consigo próprio.
Depois Jesus dedica muito mais tempo ao que Lhe interessa verdadeiramente. O que dizemos não é tão importante como com que coração o fazemos. Afirma que Deus ouve sempre os nosso pedidos e que serão sempre atendidos. Apresenta a parábola do amigo inoportuno e insistente. Compara o bem que fazemos com o bem que Deus faz.
À medida que Jesus vai falando a nossa cabeça aparecem logo duas questões. O oportunista esfrega as mãos de contente porque se Deus nos dá tudo o que pedimos, então vamos lá pedir saúde, paz para o mundo (fica mal concentrarmos-nos somente em pedidos egoístas, sobretudo dirigidos a Quem é), um bom emprego, um bom casamento, este ou aquele pedido específico. Seremos felizes, porque tudo nos será dado. O cínico olha desconfiado. Se Deus dá-nos tudo o que pedimos, porquê que há tanta gente infeliz, porquê que não tenho tudo o que quero?
Jesus tem um sentido de humor refinado. Leva todos a fazerem contas à vida, já esfregando as mãos de contentes, para de repente dar a volta ao texto. Há uma reviravolta interessante na narrativa que ilumina tudo o que foi dito antes. Vejamos o último versículo: “Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!”
Deus não nos vai dar dinheiro, saúde, paz, só porque o pedimos. Ele dar-nos-á algo muito mais importante. O Seu Santo Espírito. O que nós precisamos em primeiro lugar? De Deus. A nossa sede de Deus é infinita. Somos um poço sem fundo. Tendo Deus na nossa vida, tudo o resto virá, pois já somos felizes e Nele vivemos. Isto é muito sério, nós pedimos coisas, porque no fundo não sabemos falar com Deus, não sabemos abrir o nosso coração a Deus.
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