Quem tem medo do Apocalipse? As leituras de hoje remetem-nos para essa realidade. O fim dos tempos. O fim do mundo. Porquê que existe este medo na nossa cultura? Não deveríamos todos ansiar pelo encontro definitivo com Jesus ressuscitado? Não estaremos a ser como os judeus do tempo de Jesus que esperavam por um Messias terreno? Desconfio que o medo deve-se à consciência dos nossos pecados. Precisamos de mais tempo para libertarmo-nos do pecado. Não será uma ilusão?
A primeira leitura e o Evangelho têm duplas leituras. O livro de Daniel fala do tempo em que a Palestina estava a ser helenizada, cento e cinquenta ou duzentos anos antes de Cristo. Era a época dos Macabeus. A vinda o anjo Miguel era o momento em que o Senhor iria intervir na História e iria castigar os que atormentavam o povo judeu.
No Evangelho o tempo em que o Sol e a Lua escurecerem será a queda de Jerusalém por volta do ano setenta às mãos dos romanos. A Igreja ficará livre da perseguição dos judeus. Outras virão...
Então o que podemos tirar das leituras de hoje, se mais parecem falar de coisas do passado? Pois parecem, mas ensinam-nos a esperar sempre em Deus. Ele acabará por triunfar e nós com Ele. Tudo passa, mas a Sua Palavra não. Procuremos sempre ver os sinais dos tempos, os rebentos da figueira.
Hoje celebra-se o dia dos Seminários Diocesanos. Na minha paróquia estiveram presentes oito seminaristas. A celebração assumiu para mim um carácter especial. O tempo deixou de existir e senti-me nos primeiros tempos da Igreja. O ancião, talvez São Paulo ou São Pedro, presidia à ceia. O povo, nós, estava presente para ouvir a Palavra e partir o Pão. Vários homens honrados, os seminaristas, estão a aprender a seguir o caminho proposto pelo ancião. São os Timóteos, o Titos deste tempo. Rezemos por eles e pelos Seminários.
Sem comentários:
Enviar um comentário