segunda-feira, 20 de julho de 2009

Uma envergonhada tentativa de expiação

A explicação para a minha ausência por aqui deve-se a uma estranha conjugação de causas. Tenho andado algo deprimido e por outro lado obcecado.

Deprimido porque se aproximam as férias. Porque as leituras destes domingo chamam-me a algo que sinto que estou em falta. Há algo na minha maneira de ser que me impede de ser anunciador do Evangelho. Desde sempre que fui assim. Tenho um feitio esquisito, normalmente não me manifesto e quando o faço fico sempre com a sensação que a agir de forma egoísta, para brilhar. Se sou ouvido, se alguém recebe a minha mensagem, fico contente e o mundo é cor de rosa. Se não sou ouvido, se ninguém liga ao que digo, é noite escura, é depressão.

Às vezes duvido da minha sanidade mental. Penso que a minha brilhante inteligência engana tudo e todos e disfarça a minha loucura.

Não tenho tido cabeça para escrever. Ando obcecado com a leitura de uns livros, que mais tarde falarei.

Para não sucumbir à culpa que sinto procura ver o lado positivo da minha situação. Quem mais posso fazer? Digo-me: estás a aprender, daqui a uns tempos já serás capaz de fazer o que agora não és.

Peço a Deus que fortaleça a minha fé.

1 comentário:

Nómada disse...

A ARMADILHA DA AUTO-REJEIÇÃO (1ª parte)
Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.» (Lucas 3, 21-22)

"As palavras «Tu és o meu amado» revelam a mais profunda verdade sobre todos os seres humanos, pertençam ou não a uma determinada tradição particular.

«Tu és o meu amado, em Ti pus a minha complacência». Claro que não é fácil ouvir essa voz num mundo cheio de vozes que gritam: «Tu não és bom, és feio, não vales nada, és desprezível, não és ninguém... a não ser que consigas demonstrar o contrário».
Estas vozes negativas são tão fortes e persistentes que é fácil acabarmos por acreditar nelas. É essa a grande armadilha. É a armadilha da auto-rejeição.
Com os anos, cheguei à conclusão de que a maior cilada da nossa vida não é o sucesso, a popularidade ou o poder, mas a auto-rejeição.

O sucesso, a popularidade e o poder são, como é evidente, uma grande tentação, mas a sua força de sedução deriva frequentemente da forma como tudo isso faz parte duma maior tentação, que é a auto-rejeição. Se acreditarmos nestas vozes, que nos tratam como gente que não vale nada e que é indigna de amor, então sim, o sucesso, a popularidade e o poder são facilmente percebidos como solução alternativa e atraente. Mas a verdadeira cilada é a auto-rejeição.»

Henri Nouwen, em "Viver é ser amado"
**********
Sempre gostei deste autor,ele limado algumas arestas da alam.
Para continuar com leitura deste excerto está no blog.