terça-feira, 28 de julho de 2009

Luz e Escuridão

Nas últimas semanas tenho andado obcecado com esta série de livros.




Tinha ouvido falar do movimento que esta saga estava a gerar e quis conhecê-la. Nestes dias tenho visto alguns destes livros circulando nos transportes públicos. Percebo perfeitamente porquê que são campeões de vendas.

O livro que mais me tocou foi logo o primeiro, Crepúsculo. E por causa dele resolvi completar a saga. O que mais me tocou? Em primeiro lugar o narrador ser a protagonista da história. Foi bastante interessante entrar na cabeça daquela rapariga, adolescente, e acompanhar a sua história, os seus pensamentos, o seu apaixonar-se por aquele rapaz misterioso. Foi bastante intenso acompanhar o nascimento e fortalecimento daquele amor, que não vemos de fora através de gesto, mas na mente dela.

(Devo confessar que estava conformado e satisfeito com o meu celibato, mas esta saga veio despertar em mim o desejo de encontrar a minha alma gémea. Aquele amor que vence todas as barreiras mexeu comigo. Espero quando a ressaca destes dias passar, volte a sentir-me bem com o meu estado actual.)

Não vi o filme, por isso não sei se é tão mágico como o livro. Já o segundo livro, Lua Nova, não foi positivamente tão marcante emotivamente. A protagonista vê-se sozinha porque o amando, vampiro, decide deixá-la livre abdicando de viver aquele amor com ela, para sua protecção. A narradora entra em depressão e isso influenciou-me. Mesmo agora nenhum dos restantes livros fez-me recuperar a magia do primeiro. Entra um novo conjunto de personagens, os lobisomens.

O Eclipse para mim foi o livro menos conseguido e facilmente poderia ter sido diluído na Lua Nova e no seguinte. Quando o li comecei a desejar acabar rapidamente a saga. Estava cansado. A narradora vê-se num triângulo amoroso a meu ver desnecessário. Ficamos a conhecer melhor o passado de algumas personagens, mas acho pouco.

A saga acaba com Amanhecer. Fiquei contente por ter acabado. Se esta saga tivesse sido só composta pelo primeiro e este livro, mais uns pormenores dos restante livros, seria um obra espantosa. Neste livro acontece um pormenor delicioso. O livro pode ser dividido em três partes e numa delas muda o narrador para uma personagem que dá uma perspectiva nova e refrescante aos acontecimentos. Gostei muito. Gostei da forma como a resolução dos problemas aconteceu. Acabou bem. Não me parece que seja viável a autora voltar a estas personagens e história.

Estes livros são os primeiros que leio onde aprecem vampiros e lobisomens, excepto o Drácula de Bram Stoker. Mas ao que me parece pelos filmes e séries de televisão a autora tomou algumas liberdades nas características destes seres. Achei bem.

Considero menos conseguida a escolha dos títulos. Parecem-me profundos em demasia para o estilo de escrita. Sei que o primeiro livro era para se chamar Forks, nome da cidade onde se passa a acção. Acho que seria melhor que Crepúsculo. A referência directa ao crepúsculo aparece uma vez e indirectamente não consegui descobrir. Pode ser uma metáfora. O mesmo acontece com os outros. Só se vermos o Crepúsculo como o início dos problemas, a Lua Nova com a noite escura, o Eclipse como a luta entre o sol e a lua (vampiro vs. lobisomem) e o Amanhecer como a resolução dos problemas. Pensando melhor talvez seja esse o sentido.

Ouvi falar que estes livros propunham um ideal de relação amorosa sem sexo antes do casamento. Realmente é isso que acontece, mas desconfio que deveu-se mais às contingências da história do que a uma opção consciente das personagens. A dada altura a narradora está disposta a não esperar (até porque tinha vários preconceitos contra o casamento antes de uma certa idade). Não digo porquê que não aconteceu para não estragar a leitura de algum futuro leitor.

Por fim quero realçar um aspecto que considero positivo. As personagens são chamadas a controlar os seus impulsos, desejos e comportamentos, para sua protecção, para protecção dos outros. Num mundo onde o “tanto faz”, o hedonismo (não só no sentido sexual), o desleixo e o facilitismo imperam, esta saga mostra que o esforço para ser melhor, ser mais correcto, mais honesto, é um valor a reter e será recompensado.

A ironia foi ter lido a saga obsessivamente não conseguindo controlar-me.

2 comentários:

Simone de Beauvoir disse...

Começo a ter uma crescente curiosidade por esses livros de que toda a gente fala (sim, no fundo sou influênciável) Vi o filme, e não me impressionou. De todo. Do mesmo género gostei meeeeesssssmo do filme Underworld: http://www.sonypictures.com/homevideo/underworldriseofthelycans/, deixo o link para uma rápida dentadinha, ehehe (humor vampírirco).

Anónimo disse...

Não li os livros nem vi o film... mas deve ser giro (pelas milhentas apresentações q passaram qd saiu em DVD e blu ray (muito importante o blu ray - não percebo pq é blu e não blue.... enfim... foi um à parte...)...
Por vezes o problema das sagas é mesmo esse: os seguintes não resultam tão bem como o primeiro, e é uma questão de fazer render o peixe...
O Underworld é fantástico!!! TODOS... amei, amei, amei... e eles são lindos....(o aspecto futil da coisa tb/ conta...) hehehehe