sábado, 6 de março de 2010

Ponto da situação

Para os meus leitores habituais deve-se notar um certo silêncio meu. Pela primeira vez falhei uma reflexão de domingo. O que se passou foi uma conjugação de factores. O neurologista do meu pai receitou-lhe um anti-psicótico no intuito de controlar-lhe os episódios de agressividade, mas o efeito foi quase catastrófico. O meu pai não tinha alucinações, nem ficava tão confuso que procurasse fugir de casa. O efeito deste medicamento provocou-lhe isso. Como é uma pessoa naturalmente teimosa foi um inferno. Parámos o medicamento e os dias seguintes foram piores. Passou duas ou três noites, nem sei bem, sem dormir. No fim do episódio ele esteve uma noite inteira o dia seguinte a andar cá em casa da sala para o corredor, do corredor para a cozinha, à procura de uma saída. Estivemos o tempo todo com os estores fechados e a porta da casa fechada à chave.

Andámos desesperados. No domingo passado para além de não ter tido tranquilidade mental para preparar as leituras do dia, esteve a chover à hora de ir à missa habitual. Fui à seguinte, mas isso baralhou-me a rotina de escrita aqui e o ânimo não estava para esforços.

Peço desculpa.

Hoje estou a escrever cedo porque o meu pai fez barulho à seis da manhã e acabei por despachar-me mais depressa. Estou aqui a escrever, enquanto a minha mãe foi à praça. Vamos ver como o dia de hoje corre. Desde que ele não fique obcecado com voltar para a casa da infância, está tudo bem.

(só publico agora porque fui ao supermercado)

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