Deu-me para procurar no Google alguma referência à escola onde estive mais tempo: Escola Secundária dos Anjos.
O meu percurso escolar foi atribulado. Fiz a 1ª e a 2ª classes na escola de Caneças. A 3ª e a 4ª classes foi na Escola Municipal nº 1 em Lisboa. A preparatória foi na Escola Preparatória Luis António Verney em Marvila, por não haver lugar na Escola Preparatória Nuno Gonçalves.
O 7º ano foi dos mais estranhos. Não havia vaga na Escola dos Anjos e fui colocado no Externato Marquês de Pombal na Morais Soares. Só no 8º ano é que fui colocado na Escola Secundária dos Anjos. Estive lá até ao final do 11º. O 12º foi na escola Secundária da Cidade Universitária, porque não ia haver este ano na escola dos Anjos para a minha área.
Na net encontrei algumas referências à minha escola. Uma ex-aluna num blog falava dessas tempos e nos comentários descobri um grupo no HI5. Bateu-me a nostalgia bem forte. E pior é que não me lembro de quase nada desse tempo. Como é possível? Não me lembro de quase nenhum nome dos meus colegas. Perdi contacto com todos eles.
Do que consegui descobrir no HI5 poucos membros do grupo serão do meu tempo. Eu andei entre 87 e 91 na escola. Consegui chegar a estes anos após bastantes contas pelos dedos. Aos poucos tento recordar episódios desses anos. Ao contrário de muitos da minha geração, eu não idolatro os anos oitenta nem os noventa. Não idolatro a minha infância. Vivi grande parte desses tempos criando fantasias e estudando que pouco vivi.
No 8º ano tive um colega que veio do Externato, também, que devia ser autista. Só se interessava pela História da Segunda Grande Guerra e desenhava cenas das batalhas. Uma vez teve um ataque na aula de Trabalhos Manuais agarrou num martelo e todos nós fugimos da sala. Eu gostava de ir nos furos para a secretaria passar o tempo. Estranho, não? Agora vejo que não sabia conviver com os miúdos da minha idade. Preferia os adultos. Tive dificuldades em Português. Acho que cheguei a ter aulas de apoio. Chumbei a Português e a Francês. Foi o pior ano de sempre.
No 9º ano fomos ver o Auto da Barca do Inferno em marionetas no Museu de Arte Antiga. A nossa professora de Educação Visual faltava muito, à semelhança do ano anterior. Feito estúpido não fui ao gabinete de apoio para descobrir as nossas vocações. Tive um método de estudo diferente. Tomava apontamentos num caderno e depois em casa passava a limpo. Foi bom. Acho que continuei a ter apoio em Português. Acho que tive positiva. Agora não me lembro de mais nada deste ano.
No 10º ano fomos ver uma peça de teatro a Algés, fui uma peça de Gil Vicente, acho que foi o Auto da Índia. Senti alguma diferença no ritmo escolar. Tinha mais trabalhos de casa. A minha turma acho que era o 10º A e éramos de manhã. O 10º B era de tarde. Os de manhã tinha Francês como disciplina opcional. E de tarde tinham História. Este pequeno pormenor influenciou muito a nossa vida. De manhã ficámos com uma professora de Matemática exigente, os da tarde tiveram um professor ainda pior, poucos passavam de ano com ele. Eu gostei da professora, tive 15.
No 11º ano mantive a professora de Matemática e voltei a ter 15. Tive um professor de Filosofia interessante e aberto. A professora de Cálculo Financeiro era a Directora de Turma e fazia testes bastante difíceis. Na última aula, estava a selecção de futebol a ganhar o mundial em Riade, a professora despediu-se de nós dizendo que tínhamos sido uma turma boa. Lembro-me de pensar no regresso para casa como iria ser o nosso futuro, se iríamos um dia encontrar-nos. Nesse ano deixei de ir às aulas de Educação Física. Não havia condições mínimas. Só ia quem quisesse e as aulas resumiam-se a jogos de futebol.
Ao ler os comentários no HI5 senti-me mal. Muitos já têm filhos. Têm profissões interessantes. Têm uma vida. E eu? Este blog, vivo com os meus pais. Tenho Alzheimer em casa. Escrevo para a “gaveta” e muitas vezes nem isso. Fomos a geração rasca e à rasca. E eu um falhado, looser (dito em inglês é mais cool).
Ok, fiquei deprimido.
O meu percurso escolar foi atribulado. Fiz a 1ª e a 2ª classes na escola de Caneças. A 3ª e a 4ª classes foi na Escola Municipal nº 1 em Lisboa. A preparatória foi na Escola Preparatória Luis António Verney em Marvila, por não haver lugar na Escola Preparatória Nuno Gonçalves.
O 7º ano foi dos mais estranhos. Não havia vaga na Escola dos Anjos e fui colocado no Externato Marquês de Pombal na Morais Soares. Só no 8º ano é que fui colocado na Escola Secundária dos Anjos. Estive lá até ao final do 11º. O 12º foi na escola Secundária da Cidade Universitária, porque não ia haver este ano na escola dos Anjos para a minha área.
Na net encontrei algumas referências à minha escola. Uma ex-aluna num blog falava dessas tempos e nos comentários descobri um grupo no HI5. Bateu-me a nostalgia bem forte. E pior é que não me lembro de quase nada desse tempo. Como é possível? Não me lembro de quase nenhum nome dos meus colegas. Perdi contacto com todos eles.
Do que consegui descobrir no HI5 poucos membros do grupo serão do meu tempo. Eu andei entre 87 e 91 na escola. Consegui chegar a estes anos após bastantes contas pelos dedos. Aos poucos tento recordar episódios desses anos. Ao contrário de muitos da minha geração, eu não idolatro os anos oitenta nem os noventa. Não idolatro a minha infância. Vivi grande parte desses tempos criando fantasias e estudando que pouco vivi.
No 8º ano tive um colega que veio do Externato, também, que devia ser autista. Só se interessava pela História da Segunda Grande Guerra e desenhava cenas das batalhas. Uma vez teve um ataque na aula de Trabalhos Manuais agarrou num martelo e todos nós fugimos da sala. Eu gostava de ir nos furos para a secretaria passar o tempo. Estranho, não? Agora vejo que não sabia conviver com os miúdos da minha idade. Preferia os adultos. Tive dificuldades em Português. Acho que cheguei a ter aulas de apoio. Chumbei a Português e a Francês. Foi o pior ano de sempre.
No 9º ano fomos ver o Auto da Barca do Inferno em marionetas no Museu de Arte Antiga. A nossa professora de Educação Visual faltava muito, à semelhança do ano anterior. Feito estúpido não fui ao gabinete de apoio para descobrir as nossas vocações. Tive um método de estudo diferente. Tomava apontamentos num caderno e depois em casa passava a limpo. Foi bom. Acho que continuei a ter apoio em Português. Acho que tive positiva. Agora não me lembro de mais nada deste ano.
No 10º ano fomos ver uma peça de teatro a Algés, fui uma peça de Gil Vicente, acho que foi o Auto da Índia. Senti alguma diferença no ritmo escolar. Tinha mais trabalhos de casa. A minha turma acho que era o 10º A e éramos de manhã. O 10º B era de tarde. Os de manhã tinha Francês como disciplina opcional. E de tarde tinham História. Este pequeno pormenor influenciou muito a nossa vida. De manhã ficámos com uma professora de Matemática exigente, os da tarde tiveram um professor ainda pior, poucos passavam de ano com ele. Eu gostei da professora, tive 15.
No 11º ano mantive a professora de Matemática e voltei a ter 15. Tive um professor de Filosofia interessante e aberto. A professora de Cálculo Financeiro era a Directora de Turma e fazia testes bastante difíceis. Na última aula, estava a selecção de futebol a ganhar o mundial em Riade, a professora despediu-se de nós dizendo que tínhamos sido uma turma boa. Lembro-me de pensar no regresso para casa como iria ser o nosso futuro, se iríamos um dia encontrar-nos. Nesse ano deixei de ir às aulas de Educação Física. Não havia condições mínimas. Só ia quem quisesse e as aulas resumiam-se a jogos de futebol.
Ao ler os comentários no HI5 senti-me mal. Muitos já têm filhos. Têm profissões interessantes. Têm uma vida. E eu? Este blog, vivo com os meus pais. Tenho Alzheimer em casa. Escrevo para a “gaveta” e muitas vezes nem isso. Fomos a geração rasca e à rasca. E eu um falhado, looser (dito em inglês é mais cool).
Ok, fiquei deprimido.
3 comentários:
Madre Teresa de Calcutá também não casou, não teve filhos, não teve uma "vida interessante", também se dedicou a cuidar de quem dela necessitava...
Era ela uma "looser"?
Talvez para o Mundo... mas para Deus a sabedoria do Mundo vale pouco.
Só acho mal que escreva "para a gaveta".
Espero que melhore esse humor
:)
Pax Christi
Obrigado, Alma pela visita e comentário.
A Madre Teresa de Calcutá teve uma vida interessante, mesmo para o mundo.
O meu estado de espírito está melhor. Uns dias está mais positivo outros menos. Por isso, umas vezes penso que iriei ser editado, outras que na melhor das hipóteses só serei editado postumamente (o que até nem é mau de todo, evita tentação da vaidade).
OLÁ,
DESCULPA ESTAR A ESCREVER AQUI...
COSTUMO VIR AQUI E FICAR EM SILÊNCIO...
DEPOIS DO QUE FIZ SÓ ASSIM POSSO FAZER...
HOJE VENHO LANÇAR UM DESAFIO... PASSA PELO MEU BLOGUE (http://avidaarenascer.blogspot.com/)E LÊ...
UMA ABRAÇO EM CRISTO
ZÉ GUSMÃO
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