sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Duas coisas diferentes num mesmo universo

Hoje vou escrever sobre uma série que me despertou a atenção há uns meses. Descobri-a navegando na página da produtora HBO. Na página dedicada à série pude encontrar pequenos resumos em vídeo dos episódios, como se fossem trailers. Fiquei com a série debaixo de olho.

A série chama-se True Blood e tem vampiros. Já estou a imaginar o que se passa na vossa menta. O tipo ficou apanhadinho pela moda dos vampiros. Realmente esta série e a saga Crepúsculo reavivaram este tema. Nem quando saiu o filme “Entrevista com vampiro” ou o “Drácula de Bram Stoker” se gerou uma moda como esta.

Esta série está a passar na RTP1 a altas horas. No início, quando soube, achei mal. Depois com os comentários de uma amiga minha que tem visto alguns episódios percebi a escolha do horário. Eu gravei vários episódios, mas não cheguei a ver um inteiro. Daquilo que pude ver fiquei surpreendido. As imagens dos resumos que vi não mostram as cenas de sexo e elas fazem parte numa medida bem grande da história. Para mim isso é o motivo para que não esteja a acompanhar a série. O erotismo desassossega-me, não preciso para a minha felicidade sujeitar-me àquele tipo de estímulos. Tenho uma vida celibatária, não preciso disso.



No entanto acho que a série está muito bem escrita e feita. A nível de argumento há várias perspectivas. Há a temática clássica dos vampiros, mas junto a ela vem uma reflexão política. Na história os vampiros não estão escondidos. Forma uma minoria e lutam por uma lugar na sociedade. Há os pró e os contra os vampiros. Há a relação entre o vampiro e a rapariga. Há uma atmosfera curiosa de negritude afro-americana que se pode ver bem expressa no genérico inicial.



Existe muita sensualidade na história. A própria protagonista está na origem dela. A Anna Paquin está muito atraente. A maneira como se veste desassossega-me. Ela tem uma beleza engraçada, na minha opinião, pouco estereotipada. Os dentes não são perfeitos, mas isso fica-lhe bem. Ela tem uma imagem de ingenuidade e pureza que contrasta com a perversidade que a rodeia. Isso torna-a mais atraente.



A atmosfera de negritude afro-americana caracteriza-se por a história se passar no sul dos Estados Unidos, talvez Nova Orleães. Há um certo ar de fanatismo religioso. Há uma história secundária de magia negra, possessões, talvez voodoo. Há devassidão.

Esta atmosfera, na minha cabeça, liga-se muito bem ao blues. Este estilo musical teve origem naquela região, naqueles ambientes. Isto faz ligação ao vídeo que apresento de seguida. Este vídeo é de um músico português cujo o corrente projecto chama-se The Legendary Tigerman. Normalmente não costumo gostar das músicas dele. Abordam este universo do qual estou a falar: devassidão, voodoo, decadência. Mas este tema até que gosto. Faz parte do último disco “Femina”, onde ele é acompanhado por várias vozes femininas. Neste é a actriz Maria de Madeiros.

1 comentário:

Simone de Beauvoir disse...

É uma série interessante que aconselho vivamente. O produtor/autor Alan Ball,também fez uma série com a qual eu vibrava muito, não sei se se lembram de "Sete Palmos Deabixo de Terra"... também dava a más horas. Neste momento estou um farrapo. É pena terem morto há dois episódios atrás aquela senhora que fazia exorcismos. Estou quase convencida que preciso de um! Uma das razões é porque não tenho tempo para ver televisão e em vez de dormir, estou a ver "O Sangue Fresco"! Certamente caí na influência de algum vampiro! É de Morte!! (topam? um pouco de humor vampiresco, eheh)