Estamos a chegar ao fim do ano litúrgico. Para estes tempos a Igreja reserva-nos leituras que falam sobre como deve ser a nossa atitude perante os sinais dos tempos e sobre a passagem do próprio tempo. O que é que todo cristão deve esperar e almejar? A vinda definitiva de Jesus.
Nos primeiros tempos do cristianismo era pensamento corrente que essa vinda seria em breve. São Paulo foi um exemplo disso. Na primeira carta aos Tessalonicenses ele deixa passar essa ideia, que teve que corrigir na carta seguinte, cujo excerto hoje foi lido na segunda leitura.
Já passaram quase dois mil anos desde a Ressurreição de Jesus. Ainda há quem tente ver nas catástrofes naturais, em presságios mais ou menos rebuscados, sinais para o fim dos tempos. No entanto não foi para nos por de sobreaviso que Jesus disse o que disse no Evangelho de hoje. A mensagem, a meu ver, é exactamente o oposto.
O que devemos fazer é sermos fieis a Deus. Cumprir os Seus mandamentos. Amar como Ele nos amou e sermos misericordiosos como ele é. Tudo o resto é irrelevante para quem é fiel. Guerras. Cataclismos. Fomes. Só seremos afectados verdadeiramente se o nosso coração não estiver em Deus. Se morrermos, vamos para Ele. Se algum familiar ou pessoa querida morrer, temos a misericordia de Deus como consolo. O verdadeiro crente perante o sofrimento dá-lhe um sentido e relativiza-o, o sofrimento deixa de ser dominante.
É isso que Jesus quer dizer com Ele nos ajudar a dar resposta aos nossos acusadores. Vai ainda mais longe, por mais que nos odeiem por sermos fieis não seremos afectados. Por fim diz: “Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. Pela vossa constância é que sereis salvos.”
Estas leituras não nos deviam angustiar, nem meter medo. Se o fazem, porquê que será? Talvez seja a nossa consciência a dizer que não somos assim tão fieis. Talvez tenhamos o nosso coração no que é material ou humano. De quê que temos medo?
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