domingo, 10 de abril de 2011

Quinto Domingo da Quaresma – Ano A

Este tempo da Quaresma é um tempo de preparação para a Páscoa. E o que torna a Páscoa tão especial é a Ressurreição de Jesus. Por isso na preparação seria necessário falar da ressurreição. Hoje é a ocasião. Estamos perto da Semana Santa, a Natureza explode em cores e odores de vida. A Primavera está aí em força. Primavera e Ressurreição têm muito em comum: nova vida, desabrochar, crescimento.

Na primeira leitura, o profeta Ezequiel profetiza para dois tempos distintos. Anuncia uma ressurreição nacional do povo de Israel com o regresso do Exílio da Babilónia, mas profetiza também a Ressurreição que virá com Jesus.

O Evangelho narra a ressurreição de Lázaro que Jesus fez para mostrar que é o Senhor da Vida. Este longo texto tem vários aspectos e leituras. Chamo atenção para alguns. Conhecendo o Evangelho de São João este episódio será mais um acha para a fogueira da oposição dos poderosos de Israel contra Jesus. Jesus sabe que ao fazer este milagre estava a assinar a Sua sentença de morte. O que Ele fez? Seguiu em frente, fez o que devia fazer. E isso era glorificar o Pai. Mostrar que Deus não é aquele senhor severo, castigador, mas sim misericórdia.

Talvez por isso se percebam melhor o choro e a comoção de Jesus. Mas este mostrar de emoções indicam uma identificação muito profunda com o ser humano. Deus fez-SE homem para elevar o Homem a Deus. Quando Ele mostra todo Seu o poder divino ao ressuscitar Lázaro, também mostra o quão humano Ele é. Talvez este seja o sinal de que ser Homem seja igual a ser Deus, o que faz de nós muito pouco humanos. O pecado desumaniza-nos, não é?

Encontramos mais uma vez Marta e Maria. A primeira, mais activa, corre ao encontro de Jesus mal sabe da Sua chegada. Maria, a contemplativa, vai depois. Jesus não saíra do local até à chegada desta. É curioso, não acham?

E por fim há os judeus que vieram dar condolências. Um grupo questiona-se da justiça de Jesus não ter vindo mais cedo de modo a evitar a morte do Seu amigo, já que Ele conseguira dar vista a um cego de nascença. Muitas vezes temos este tipo de pensamento. Qual a lógica desta ou daquela acção, desta ou daquela pessoa? Porquê que não fez assim ou doutro modo? Porquê que Deus permite isto ou aquilo? Aprendemos com este episódio que nós nunca conseguimos ter a visão completa da realidade. Quantas vezes uma desgraça encobre em si bênçãos ocultas? Só Deus sabe e se O questionamos desta forma estamos a tentar ocupar o Seu lugar, a Sua posição.

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