quarta-feira, 31 de março de 2010

Quarta-feira da Semana Santa

Esta é a hora de Judas. Jesus dá-lhe todas a hipóteses de mudar de ideias. Durante a preparação da Ceia Judas podia ter mudado de ideias, mas faltava-lhe a fé para ver que Jesus não era o Messias que ele julgava.

Judas é um bom exemplo para nos advertir. Ele era inteligente, era mais culto que a maioria dos discípulos, era empenhado nas suas causas. Deixou-se enganar pelas suas certezas. Não foi manso como na primeira leitura Isaías descreveu o Servo. Judas não queria ser servo.

Neste dia purifiquemos os nossos desejos e aspirações conformando-os com o exemplo de Jesus. A firmeza na certeza do Amor de Deus fará brotar em nós a primavera na nossa vida. Essa purificação será a nossa Páscoa pessoal.

terça-feira, 30 de março de 2010

Terça-feira da Semana Santa

Hoje somos confrontados com duas traições. A de Judas e a de Pedro. Nelas estão as nossas traições.

Nós traímos o Senhor quando queremos forçar e manipular o Senhor a fazer a nossa vontade, substituir o Senhor por deuses à nossa medida. Esta é a traição de Judas.

A traição de Pedro está no nosso medo de seguir Jesus em tudo. Bem queremos, mas falta-nos a verdadeira conversão, a verdadeira adesão à sua Missão.

Ele quer fazer-Se íntimo connosco e nós o que fazemos? Fugimos? Arma-mo-nos em fortes e valentões, acobarda-mo-nos na hora H.

Não basta sermos piedosos, temos que ser mesmo reflexos da Luz que Cristo é.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Segunda-feira da Semana Santa

Neste dia o corpo de Jesus é preparado para a Paixão e Morte daqui a dias. Maria, a contemplativa, tem um gesto de amor para com o Mestre. É espontânea, há gratuitidade nele.

Ele o verdadeiro Servo Sofredor, que “não gritará, não levantará a voz”, mas que será “aliança de um povo e luz das nações”, para abrir os olhos aos cegos, para tirar da prisão os cativos e os que vivem nas trevas.

O Amado, filho do Amante, é alvo neste dia do Amor. É o descanso, a pausa antes do climax da História.

Inebrie-mo-nos com o perfume deste gesto e arroje-mo-nos aos pés do nosso Salvador.

domingo, 28 de março de 2010

Domingo de Ramos - Ano B

As leituras de hoje parecem contraditórias. No início da celebração fala-se da entrada de Jesus em Jerusalém, uma entrada triunfal, aclamada pelo povo e censurada pelos fariseus. No Evangelho é narrada a Paixão e Morte de Jesus. Num só dia, duas perspectivas distintas. Serão mesmo?

Na minha opinião, as duas leituras falam de nós, da nossa condição humana. Umas vezes estamos eufóricos, sentimos a presença de Deus, a Sua força, o Seu Amor. Outras vivemos horas amargas, dores, solidão, choramos e perguntamos onde está aquele Deus que antes sentíamos tão próximo.

São Lucas é o evangelista da Misericórdia Divina. Devemos ser misericordiosos connosco, com as nossas falhas, principalmente com os outros.

Deixo-vos o link ao meu texto do ano passado, está bem mais inspirado que o de hoje.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Gloriosos anos noventa





E esta é postuma

Hoje estou assim

Hoje de manhã escrevi isto e serviu-me de catarse.

Depois no caminho para o trabalho a oração do Passo a Rezar preparou-me o coração.

Ao sair do autocarro (pois hoje ameaçava chuva) apanhei com um quentinho sol na cara e o meu coração rejubilou.

Agradeço e louvo o Senhor, mesmo que uma parte do enlevo venha a cafeína de um Melhoral que tomei ao pequeno almoço por causa do pingo na nariz.

Deixo aqui a música que ouvi depois da oração e ao sol.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Amanheci assim


Em uma noite escura
De amor em vivas ânsias inflamada
Oh! Ditosa aventura!
Saí sem ser notada,
Estando já minha casa sossegada.


Na escuridão, segura,
Pela secreta escada, disfarçada,
Oh! Ditosa aventura!
Na escuridão, velada,
Estando já minha casa sossegada.


Em noite tão ditosa,
E num segredo em que ninguém me via,
Nem eu olhava coisa alguma,
Sem outra luz nem guia
Além da que no coração me ardia.


Essa luz me guiava,
Com mais clareza que a do meio-dia
Aonde me esperava
Quem eu bem conhecia,
Em lugar onde ninguém aparecia.


Oh! noite, que me guiaste,
Oh! noite, amável mais do que a alvorada
Oh! noite, que juntaste
Amado com amada,
Amada, já no amado transformada!


Em meu peito florido
Que, inteiro, para ele só guardava,
Quedou-se adormecido,
E eu, terna o regalava,
E dos cedros o leque o refrescava.


Da ameia a brisa amena,
Quando eu os seus cabelos afagava,
Com sua mão serena
Em meu colo soprava,
E meus sentidos todos transportava.


Esquecida, quedei-me,
O rosto reclinado sobre o Amado;
Tudo cessou. Deixei-me,
Largando meu cuidado,
Por entre as açucenas olvidado.


Poema de São João da Cruz
Felizmente melhorei,
onde está o meu Amado?

domingo, 21 de março de 2010

Quinto Domingo da Quaresma – Ano C

As leituras de hoje chamam a atenção para a necessidade da reconciliação com o Senhor. A causa dessa necessidade está na vontade Dele nos perdoar. O Senhor quer o nosso arrependimento para Ele próprio ser Quem é. Ele é Perdão, Ele é Misericórdia.

Tudo o que faz é preparar os caminhos para o nosso regresso ao Seu Amor. Na semana passada era o Pai de braços abertos, hoje é o perdão, o caminho direito, o nosso único tesouro.

Nós temos que crescer. Temos que fazer caminho. Como ganhar forças para isso? Discernindo onde pomos a nossa confiança. É em Deus? Se for, mesmo debaixo do maior sofrimento chegaremos lá. Eu confio na Sua Misericórdia. Sei das minhas limitações, mas sei também o quanto aspiro à comunhão com Ele. Vou caindo pelo caminho, mas continuo no caminho.

Outra dimensão do perdão tem a ver com o Evangelho. Quem somos nós para julgar os outros? Acaso estamos puros do pecado? O padre hoje disse no final da missa o seguinte:

“Devemos ser exigentes connosco e misericordiosos com os outros”

Acrescento: e termos confiança em Deus.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Stop 4 a minute

Eu não sou grande apreciador da música do David Fonseca, principalmente na carreira a solo, mas esta música para mim está espectacular. Está muito bem construída e se ele fosse um artista britânico esta música seria um grande êxito.

Páre por uns minutos e ouça.

terça-feira, 16 de março de 2010

São Sete Voltas P´rá Muralha Cair

Hoje apresento-vos uma música, num vídeo, para falar de um fenómeno que está a acontecer na música nacional. É o movimento gerado pela editora Flor Caveira. Desta editora nasceram os Pontos Negros, B Fachada e mais uns quantos.

O dinamizador deste movimento chama-se Tiago Guillul. É um pregador da Igreja Baptista Portuguesa e nas horas vagas músico. É irónico ver como ele consegue fazer entrar a mensagem cristã das suas músicas nos circuitos mais alternativos. Este vídeo está no blog da rádio Radar, na página do facebook do Nuno Markl.
É um exemplo para os músicos católicos. É possível fazer música com mensagem cristã e não ser "lamechas" ou "pirosa" ou "beata". Peço desculpa pelos adjectivos fortes, mas não tenho encontrado nada que não me fizesse pensar nestas palavras.

Deixo aqui o blog do Tiago para uma visita. Ele é protestante até à medula, mas também é roqueiro e tem iniciativa. Vale a pena estar atento ao que vai fazendo.
Na net há muita gente a pedir para que esta música (que fala da conquista da cidade de Jericó por Josué, facto ignorado pela maioria das pessoas que falam dela) ser a música da selecção. Eu concordo. Vi há dias parte do vídeo da música escolhida e só pensava que ela falava da "fezada que os autores tinham que nessa noite iam ter sexo". Realmente bem escolhida. Prefiro esta.

domingo, 14 de março de 2010

Quarto Domingo da Quaresma – Ano C

Neste domingo as leituras falam-nos de Amor, Esperança, Misericórdia e Alegria. Falam-nos de Deus. Será que conseguimos imaginar a emoção com que Jesus contou esta parábola?

Ao longo da nossa vida devemos ter vivido na pele de um dos filhos. Umas vezes somos o mais novo que mata simbolicamente o Pai ao pedir-lhe a herança e afasta-se Dele. Dá-se mal e regressa com um discurso ensaiado. O Pai não quer saber nada disso, não quer justificações, quer somente a presença, o regresso do filho. O Amor do Pai fará o resto do trabalho.

Outras vezes somos o filho mais velho. Sentimos ciúmes da alegria do Pai. Queríamos um Pai justiceiro. No fundo queríamos ser o irmão mais novo e viver a vida, ter novas experiências, viver em delícias e depois de tudo desbaratado voltar para junto do Pai e ser recebido como um herói. Ciúmes e inveja.

O Pai lembra ao filho mais velho que mais importante que as festas e a alegria é a Vida. O filho mais novo estava morto, porque longe do Pai não há vida. É motivo de alegria o regresso do morto à vida. Mais, o filho mais velho devia lembrar-se que estar junto ao Pai é participar nessa Vida, é ser corpo com o Pai. O que isto quer dizer para mim e para ti que me lês? Que devemos ser como Deus, misericordiosos, afinal somos ou não somos imagem de Deus? Todo e qualquer que esteve afastado de Deus e regressa deve ser acolhido e não julgado. É isso que Jesus diz e faz. Os fariseus julgavam os publicanos e pecadores e não os acolhiam, não eram Deus para eles.

E nós o que somos para os outros?

As outras leituras falam de mudança, da passagem, do regresso a Deus. Todas acabam por dizer o mesmo sob diversos prismas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Olhem só para o que me havia de dar!

Deu-me para procurar no Google alguma referência à escola onde estive mais tempo: Escola Secundária dos Anjos.

O meu percurso escolar foi atribulado. Fiz a 1ª e a 2ª classes na escola de Caneças. A 3ª e a 4ª classes foi na Escola Municipal nº 1 em Lisboa. A preparatória foi na Escola Preparatória Luis António Verney em Marvila, por não haver lugar na Escola Preparatória Nuno Gonçalves.

O 7º ano foi dos mais estranhos. Não havia vaga na Escola dos Anjos e fui colocado no Externato Marquês de Pombal na Morais Soares. Só no 8º ano é que fui colocado na Escola Secundária dos Anjos. Estive lá até ao final do 11º. O 12º foi na escola Secundária da Cidade Universitária, porque não ia haver este ano na escola dos Anjos para a minha área.

Na net encontrei algumas referências à minha escola. Uma ex-aluna num blog falava dessas tempos e nos comentários descobri um grupo no HI5. Bateu-me a nostalgia bem forte. E pior é que não me lembro de quase nada desse tempo. Como é possível? Não me lembro de quase nenhum nome dos meus colegas. Perdi contacto com todos eles.

Do que consegui descobrir no HI5 poucos membros do grupo serão do meu tempo. Eu andei entre 87 e 91 na escola. Consegui chegar a estes anos após bastantes contas pelos dedos. Aos poucos tento recordar episódios desses anos. Ao contrário de muitos da minha geração, eu não idolatro os anos oitenta nem os noventa. Não idolatro a minha infância. Vivi grande parte desses tempos criando fantasias e estudando que pouco vivi.

No 8º ano tive um colega que veio do Externato, também, que devia ser autista. Só se interessava pela História da Segunda Grande Guerra e desenhava cenas das batalhas. Uma vez teve um ataque na aula de Trabalhos Manuais agarrou num martelo e todos nós fugimos da sala. Eu gostava de ir nos furos para a secretaria passar o tempo. Estranho, não? Agora vejo que não sabia conviver com os miúdos da minha idade. Preferia os adultos. Tive dificuldades em Português. Acho que cheguei a ter aulas de apoio. Chumbei a Português e a Francês. Foi o pior ano de sempre.

No 9º ano fomos ver o Auto da Barca do Inferno em marionetas no Museu de Arte Antiga. A nossa professora de Educação Visual faltava muito, à semelhança do ano anterior. Feito estúpido não fui ao gabinete de apoio para descobrir as nossas vocações. Tive um método de estudo diferente. Tomava apontamentos num caderno e depois em casa passava a limpo. Foi bom. Acho que continuei a ter apoio em Português. Acho que tive positiva. Agora não me lembro de mais nada deste ano.

No 10º ano fomos ver uma peça de teatro a Algés, fui uma peça de Gil Vicente, acho que foi o Auto da Índia. Senti alguma diferença no ritmo escolar. Tinha mais trabalhos de casa. A minha turma acho que era o 10º A e éramos de manhã. O 10º B era de tarde. Os de manhã tinha Francês como disciplina opcional. E de tarde tinham História. Este pequeno pormenor influenciou muito a nossa vida. De manhã ficámos com uma professora de Matemática exigente, os da tarde tiveram um professor ainda pior, poucos passavam de ano com ele. Eu gostei da professora, tive 15.

No 11º ano mantive a professora de Matemática e voltei a ter 15. Tive um professor de Filosofia interessante e aberto. A professora de Cálculo Financeiro era a Directora de Turma e fazia testes bastante difíceis. Na última aula, estava a selecção de futebol a ganhar o mundial em Riade, a professora despediu-se de nós dizendo que tínhamos sido uma turma boa. Lembro-me de pensar no regresso para casa como iria ser o nosso futuro, se iríamos um dia encontrar-nos. Nesse ano deixei de ir às aulas de Educação Física. Não havia condições mínimas. Só ia quem quisesse e as aulas resumiam-se a jogos de futebol.

Ao ler os comentários no HI5 senti-me mal. Muitos já têm filhos. Têm profissões interessantes. Têm uma vida. E eu? Este blog, vivo com os meus pais. Tenho Alzheimer em casa. Escrevo para a “gaveta” e muitas vezes nem isso. Fomos a geração rasca e à rasca. E eu um falhado, looser (dito em inglês é mais cool).

Ok, fiquei deprimido.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Há Esperança

Há esperança.

As olaias começam a florir (neste ano as primeira flores vieram mais tarde, ver mensagem do anos passado), a Primavera está perto e este longo Inverno está a chegar ao fim.

Tal como pelos sinais da natureza dias melhores se aproximam, quais sãos os sinais que tu, meu leitor, encontras nas tua vida que indiquem que o Senhor está perto?

domingo, 7 de março de 2010

Terceiro Domingo da Quaresma – Ano C

Sem nunca ser usada a palavra as leituras deste dia falam da Misericórdia de Deus. Porquê Misericórdia? No Evangelho Jesus fala do arrependimento. Exorta ao arrependimento quando responde a quem lhe fala das desgraças que então estavam a acontecer. Não são castigos, forçosamente como na época, e talvez ainda agora, se pensava. Qual deve ser a nossa atitude perante eles? Arrependimento das nossas infidelidades, pois não sabemos o dia nem a hora em que nos pode acontecer o mesmo.

O facto de Jesus acrescentar a parábola da figueira estéril logo depois demonstra que aquelas desgraças não são consequência do pecado das vítimas. Os três anos em que a figueira não produziu fruto representam um tempo completo, uma vida, um período longo. Deus, o dono da vinha, acede à intercessão de Jesus, o encarregado da vinha, e concede mais um ano, um ciclo, uma oportunidade. Aqui está a Misericórdia Divina. Deus não castiga perante o pecado, a nossa impiedade é que nos castiga e não precisa ser com desastres.

Na primeira leitura aparece a vocação e missão de Moisés. Ele foi interpelado por Deus para sair da sua vida certinha e mudar a História. O arrependimento também passa por aqui, pela desinstalação da vida confortável e trilhar os caminhos propostos por Deus.

Da segunda leitura vem a advertência que mesmo no caminho não podemos ter como certo estarmos bem. O povo de Israel, mesmo no caminho para a terra prometida, foi desagradando a Deus. Durante o caminho devemos ter os mesmo sentimentos do início, para que no fim darmos fruto.

sábado, 6 de março de 2010

É isto que eu ando a meditar.

Nestes dias, a minha oração tem levado-me a reflectir sobre como encararmos o sofrimento. Instintivamente procuramos eliminá-lo. Jesus ensina-nos que a vida é feita de alegria e tristeza, prazer e sofrimento.

Aproxima-se a Semana Santa. É uma boa forma de oração procurar identificar-mo-nos com Jesus nos momentos de sofrimento na Paixão. Aprender com Ele a viver em dor. Nas Oficinas de Oração e Vida aprendemos que a forma de vivermos o sofrimento “sem sofrermos”, é abandonar-mo-nos a Deus.

Quem se deixar inebriar pelo Amor de Deus não dará importância ao sofrimento. Onde está o meu adversário? De quem terei medo se o Senhor está do meu lado? Jesus na Sua Paixão viveu aqueles momentos centrando totalmente no Pai. Mesmo perante o Seu silêncio, Jesus confiou, sabia que Deus o amava.

Aí está a questão principal, como tornar realidade na minha vida essa verdade: Deus ama-me. Teoricamente é fácil de aceitar essa verdade. Na prática, durante a dor, o sofrimento, a irritação, a raiva, é muito mais difícil. Como me descentrar de mim próprio nestas circunstâncias?

É isto que eu ando a meditar.

Eu perante o desafio

Eu tenho ouvido e rezado todos os dias através do mp3 do Passo-a-Rezar. Tem sido uma ajuda nestes dias difíceis.

Na oração de ontem, dia 5 de Março, Deus disse-me a forma de encarar construtivamente as pessoas que nos desagradam, que nos irritam ou incomodam. Tenho duas opções. Pergunto porquê que tenho que aturá-las, conviver com elas e reagir afastando-me. Ou analiso o porquê do desagrado, irritação ou incómodo. Essa pessoa é assim, desta forma. De acordo com os meus padrões ela está errada. Analiso os meus padrões. Estarei a ser justo? Não estarei a pecar pensando mal dela? Depois tenho que fazer duas coisas: o que fazer em relação a essa pessoa e o que fazer em relação a mim. Posso tratá-la com mais respeito. Talvez aproximar-me o suficiente para que ela com a convivência inicie um processo de auto-análise. Em relação a mim, tenho que procura mudar comportamentos semelhantes e deixar de fazer julgamentos.

A mensagem de Jesus aponta para procurar o bem, o construtivo, de tudo, mesmo do mal. Perante uma pessoa com comportamentos maus, perante uma catástrofe (e temos tido bastantes ultimamente) devo questionar-me: estou a ser fiel a Deus? estou a ser bom com os outros? estou a crescer como Deus quer?

Ponto da situação

Para os meus leitores habituais deve-se notar um certo silêncio meu. Pela primeira vez falhei uma reflexão de domingo. O que se passou foi uma conjugação de factores. O neurologista do meu pai receitou-lhe um anti-psicótico no intuito de controlar-lhe os episódios de agressividade, mas o efeito foi quase catastrófico. O meu pai não tinha alucinações, nem ficava tão confuso que procurasse fugir de casa. O efeito deste medicamento provocou-lhe isso. Como é uma pessoa naturalmente teimosa foi um inferno. Parámos o medicamento e os dias seguintes foram piores. Passou duas ou três noites, nem sei bem, sem dormir. No fim do episódio ele esteve uma noite inteira o dia seguinte a andar cá em casa da sala para o corredor, do corredor para a cozinha, à procura de uma saída. Estivemos o tempo todo com os estores fechados e a porta da casa fechada à chave.

Andámos desesperados. No domingo passado para além de não ter tido tranquilidade mental para preparar as leituras do dia, esteve a chover à hora de ir à missa habitual. Fui à seguinte, mas isso baralhou-me a rotina de escrita aqui e o ânimo não estava para esforços.

Peço desculpa.

Hoje estou a escrever cedo porque o meu pai fez barulho à seis da manhã e acabei por despachar-me mais depressa. Estou aqui a escrever, enquanto a minha mãe foi à praça. Vamos ver como o dia de hoje corre. Desde que ele não fique obcecado com voltar para a casa da infância, está tudo bem.

(só publico agora porque fui ao supermercado)