sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Definitivamente não sou um gajo normal V

Mas se tivesse que comprar um carro, qual seria?

Inclino-me para um toyota prius.








Embora aquela coisa atrás me faça confusão, acho que é um belo e ecológico carro.


O prius é o melhor da sua categoria, pelo menos até à chegada destes.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Confirmação

Ontem ao final do dia o meu director anunciou a intenção de nos mudarmos mesmo para onde eu temia. É 98% certo que iremos. Os boatos tinham fundamento. E agora tenho andado a pesquisar percursos de transportes públicos, sempre na perspectiva de não ter que me meter num carro.

Vejo o caso mal parado... e a situação do país não está para aventuras...

Sempre posso fazer como a minha mãe... agarrar-me aos 2%...

Definitivamente não sou um gajo normal IV


E pronto estes são os meus problemas mais recentes. A perspectiva de mudança de local de trabalho para um sítio longe, onde teria que apanhar três camionetas/autocarros para lá chegar. E para não andar a saltar de autocarro em autocarro comprar um carro e conduzir.

Lembraram-me várias vezes o lado positivo da ter um carro. Tinha mais liberdade de movimentos. Podia levar os meus pais facilmente aos médicos ou ir de férias.

Mas porquê que só penso nas desvantagens? Já explanei várias. Mas há mais uma.

Actualmente, quando não chove ou ameaça imediatamente de isso acontecer, vou a pé para o trabalho. Demoro entre quarenta e cinco e cinquenta minutos a ir de casa ao trabalho. É a forma que encontrei para fazer exercício físico. São quase cinco quilómetros.

E agora esta ameaça. Não tenho motivos para ficar contente. Para mais é provável que vá para uma sala open space, acaba-se o sossego do meu cantinho actual. Para além de dada a natureza do meu serviço tenho fazer horas extra todos os meses (sem as receber em dinheiro). A que horas chegarei a casa se continuar a fazê-las? E se deixar de as fazer? Posso arranjar problemas. Eles querem o trabalho feito, os prazos cumpridos e nenhum erro cometido. Não posso, nem quero, esperar que os meus chefes me tragam a casa ou perto sempre que faça horas extra...

Tenho pensado em ponderar mesmo sair daquela empresa, se a coisa se tornar insuportável. Mais depressa pondero sair do que comprar um carro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Definitivamente não sou um gajo normal III

No sábado de manhã ao acordar tive momentos de terror ao imaginar-me a pegar num volante. Tinha que ajustar o banco, os espelhos. Ligar o motor. Como se faz aquilo com a embraiagem? Sincronizar os dois pés. As mudanças. Não poderia começar a andar como os outros condutores. Já ouvia as buzinadelas. Já via os sinais de luzes. Como fazer as curvas? Como chagar aos cruzamentos?

No dia em que fiz o exame de condução o avaliador disse-me que eu chegava demasiado de pressa aos cruzamentos, que travava muito em cima.

Eu sou muito nervoso e tenho tendência para cometer erros quando estou mais descontraído. Isso quer dizer que nunca poderei conduzir descontraído. Há tanta coisa a ter em atenção. E os outros? Tenho que saber avaliar distâncias (não é o meu forte). É pressuposto de todos os condutores na estrada de todos têm obrigação de serem no mínimos excelentes condutores. Não há tolerância para os lentos, atrapalhados ou cautelosos.

Eu quero ter uma vida tranquila. Coisa que a maior parte do tempo não tenho, mas ao menos preferia não procurar ocasiões para me enervar, para andar tenso.

Por isso tenho dito ao longo dos anos que queria comprar um carro já com motorista.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

My body is a cage

Hoje a caminhar para o trabalho vinha a ouvir esta música e por pouco que não chorei...

Definitivamente não sou um gajo normal II

Neste fim-de-semana várias ocasiões surgiram que me disseram para não conduzir. Foram os acidentes em série. Várias mortes. Foi aquela acção mundial para a sensibilização dos governantes para não se ultrapassar o 350 de dióxido de carbono na atmosfera.

Nada disto ajudou-me a decidir por avançar em direcção da compra de um carro. Uma colega da sala apareceu na sexta-feira propondo a venda do seu carro, um Audi. Ela vai trocá-lo por outro, ou melhor, o marido. Eles pensaram em mim porque de todos da sala sou o único sem carro e que ficaria mais prejudicado com a mudança.

Eles vão vender o carro. Disso não há dúvida. O que me desassossegou foi a pressa e o inesperado. A bem da verdade espero que não nos mudemos para nenhum sítio, apesar de ter visto durante a semana passada várias pessoas virem ver as instalações. Tenho esperanças que a mudarmos de instalações façamos para um local em Lisboa, com transportes públicos variados.

Eles gostariam que eu ficasse com o Audi, mas eu preciso de tempo e não sei se é um carro desses que queria ter. já tem alguns anos, apesar de estar bem tratado, mas a idade pesa. E para ter um carro acho que preferia um menos poluente, um híbrido, já que os eléctricos estão ainda longe de poderem ser práticos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Definitivamente não sou um gajo normal I

Nesta semana vou atormentar o incauto leitor deste blog com os meus mais recentes problemas.

Algumas cabeças dirigentes da minha empresa estão enfadas com a actual localização da sede. Fala-se há muito que iríamos sair dali. Temos um armazém nos arredores de Lisboa, mas não há espaço (nem vontade financeira para aumentar o dito espaço) irmos para lá. Ou melhor não havia, mas com a crise algumas pessoas foram saído e o espaço começa a tornar-se real. Com um ou outro ajustamento e estamos lá caídos.

Aqui começam os meus problemas. Não tenho carro, apesar de ter a carta. Eu tirei a carta com dezanove anos. E fui obrigado pelo meu pai, que fartou-se de dar-me na cabeça porque não tinha tirado um ano antes e já tinha perdido um emprego na TMN por causa disso. Tirei a carta contra vontade, mas obedientemente.

A minha família nunca teve carro. Nunca houve dinheiro para tal. Por isso fiquei com a carta, mas sem a possibilidade de praticar a condução. Também estava desempregado e não procurando emprego que precisasse de carta.

Até agora nunca precisei verdadeiramente de conduzir.

domingo, 25 de outubro de 2009

Trigésimo Domingo do Tempo Comum – Ano B

As leituras de de hoje têm por nota dominante a luz, o fim das trevas. É um domingo de esperança, o Senhor é um pai, já o diz a primeira leitura, que agrega em si quem está disperso.

O Senhor está atento aos nossos gritos de alma. Assim se vê no Evangelho. Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito, pois Ele é como nós, conhece-nos as fraquezas, e foi chamado pelo Pai para o sacrifício definitivo.

A cura do cego Bartimeu simboliza a cura da conversão, a cura do reencontro, o nosso caminhar contínuo entre as trevas e a luz. Já repararam que nas curas de Jesus nunca há arrependimento (excepto talvez no caso de Zaqueu) por parte do curado. Basta a fé. A fé curou-o e naturalmente ele seguiu Jesus.

Esta é uma forma de ler os textos de hoje. Também há a clássica de analisar acontecimento a acontecimento o Evangelho, que é particularmente hoje muito rico. Vou fazê-lo em forma de perguntas.

O Evangelho de hoje pode ser visto como um resumo da nossa existência. Como um guia para um exame de consciência.

Quando sentes Jesus a passar por ti, o que fazes?
O que dizes e pedes a Jesus?
O que fazes quando outros tentam aproximar-se de Jesus, através de ti?
Julgas esses que tentam aproximar-se de Jesus pelo seu aspecto, história, ideias, comportamentos?
Deixaste calar por quem não quer que fales de Jesus, para Jesus, com Jesus?
És imagem de Jesus, parte do Seu Corpo, quando alguém se aproxima de ti? Dele?
Estás atento a quem pede ajuda? Chamas-o?
Incentivas quem quer aproximar-se de Jesus?
Fazes tua a voz de Jesus e chamas os que estão precisando Dele?
Tens coragem para abandonar a tua segurança, largar tudo e ir ter com Jesus?
Sentes alegria quando Jesus te chama?
Consegues dialogar com quem se aproxima de ti, de Jesus, cabeça do Corpo ao qual tu pertences?
Abres o teu coração?
Ajudas quem te pede ajuda?
És capaz de reconhecer a conversão do outro?
És capaz de dizer que o outro está no bom caminho?
És capaz de não sentir o que sentiu o irmão do filho pródigo quando este regressou à casa do Pai?
És capaz de sentir gratidão pelo bem que Jesus te fez?
És capaz de seguir Jesus depois de a tua necessidade ter sido satisfeita?
Depois do problema resolvido voltas para a tua vida ou segues Jesus?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Separar as águas

Pegando no tema do momento: a parva e eficaz operação de marketing do Saramago, vou tentar separar as águas. Em primeiro lugar é quase sagrada a liberdade de expressão, opinião para mim. Ninguém deve ser proibido de pensar e dizer o que pensa, mesmo que seja a maior idiotice (tal é o caso do nosso Nobel). Se alguém abusa da liberdade deve assumir as consequências. Quando ofende alguém, deve pedir desculpa ou sujeitar-se a um processo judicial. Se o caso não for de tribunal, a consequência terá que aceitar a reacção dos visados.

A minha reacção ao senhor José Saramago é dizer que o digníssimo senhor está enganado, equivocado e influenciado pelos seus medos, pré-conceitos, cego pela certeza da sua verdade, que só por teimosia é que não reconhece que é parcial e por isso sujeita ao erro. O digníssimo Nobel não tem idade, figura, feitio e talvez energia para infantilidades, para se armar em enfant terrible. Os livros dele não precisam de qualquer publicidade. Nem precisavam de mudar de grafismo da capa (prefiro o anterior). Enfim, fica mais uma vez à mostra o mau feitio e mau íntimo do senhor.

(Por outro lado, o senhor pode estar a ter uma crise de fé no seu ateísmo e estar a lutar, a estrebuchar, contra a evidência que afinal Deus existe. Para alguém tão fanático numa fé, ter uma crise pode ser motivo para ser mais fanático ainda. Tenho uma amiga que disse na cara dele que ele não era ateu, mas herege. Para ela não é possível haver ateus. Pois se não têm fé numa figura àquela chamam deus, têm fé em alguma coisa. No presente caso parece ser fé no ateísmo.)

No entanto, nada disso me vai deixar de apreciar alguns dos seus livros que já li. Talvez não leia, tão cedo, nenhum dos que ainda faltam ler, mas não quero misturar a obra com o autor. Mesmo se o autor o queira fazer. Há livros que gosto mais e outros que gosto menos. Há livros para todos os gostos, na minha opinião.

Gosto da História do Cerco de Lisboa, Todos os Nomes, O Ano da Morte de Ricardo Reis. Estes são os meus preferidos. Li há anos o Ensaio Sobre a Cegueira e lembro-me de ter gostado, mas não o suficiente para comprar. Não desgostei da Jangada de Pedra, tentei relê-la no início deste ano, mas fiquei pelo caminho, outros livros surgiram mais interessantes. Não achei o Memorial do Convento assim tão espectacular como muitos. Pode ser que tenha sido por causa da edição que comprei, tinha a letra muito pequena e tive muitas vezes dor de cabeça nessa época. Tenho A Caverna e o Ensaio Sobre a Lucidez. Li ambos, mas não me tocaram. Os últimos livros deixaram-me de interessar.

A forma de ele escrever não me incomoda em nada. Tem altura de humor, coisa que para quem olha para figura do senhor não consegue adivinhar. Tem um discurso fluido, muito semelhante àquele estereótipo de pessoa idosa da aldeia que vai contando uma história aparentemente curta, mas que alonga com apartes, considerações, alusões a outras histórias, mas nunca se perde. O Saramago escritor faz isso. Detalha o pormenor e é muito inventivo. Escreve simples, mas aparenta ser muito complicado.

Gosto do Saramago escritor. Evito quando o escritor escreve sobre Deus, Religião e Fé. Não gosto do Saramago cidadão. Há que separar as águas. Da mesma forma gosto bastante da música do Wagner e não aprecio a filosofia que ele defendeu e mesmo o seu feitio. Gosto da música do Paganini, mas nem quero saber se ele fez mesmo um pacto com o Diabo ou não.

A obra é a obra, o homem é o homem. Por mais que o homem derrame a sua essência na obra, acredito que a obra acabará por ser o melhor que ele fez. E tal como para o contacto com a Bíblia é preciso contextualizar, interpretar e ponderar bem o que está lá escrito, para o contacto com a obra de um qualquer artista temos que fazer o mesmo.

Como nota final. Não me sinto nada atingido com a acusação de que os católicos não lêem a Bíblia. Não sei bem há quanto tempo, talvez cinco ou seis anos, que ando a ler um capítulo por dia da Bíblia. Já deu para lê-la toda uma vez e neste momento já ter relido uns dois terços. Comecei com os Evangelhos e restante Novo testamento. Depois peguei no Antigo. Actualmente estou no livro de Eclesiates (ou Qohélet como agora chamam). Tenho pena que ninguém das minhas relações queira seguir-me...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

The Time Traveler's Wife

Enquanto muita gente comenta as parvoíces do Saramago, eu divulgo um filme. Vale a pena ver o trailer e ler aqui onde descobri o filme.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

NightChid

Mudando um pouco de atmosfera aqui do Reino, venho divulgar um projecto de música nacional. Tomei conhecimento deste projecto através de uma amiga minha que é mulher de um dos produtores.

O projecto chama-se NightChild e faz música electrónica. Pelo nome pode-se pensar que são um grupo de góticos ou de heavy metal, mas não. Esta música é da noite porque o seu ambiente natural são os clubes, discotecas ou bares.

A voz que se ouve é do Sam que colaborou com General D na década de 90 no tema Black Magic Woman. Ele é o marido da minha amiga.

Aqui fica o link para o myspace http://www.myspace.com/nightchilds

domingo, 18 de outubro de 2009

Vigésimo Nono Domingo do Tempo Comum – Ano B

À primeira vista as leituras de hoje abordam o sofrimento de Jesus para nos salvar. A palavra sofrimento aparece em todas as leituras. Mas Jesus no Evangelho dá-nos a entender que não é por aí que passa a mensagem de hoje.

Na primeira leitura do profeta Isaías, o Messias é apresentado como o Servo que irá redimir todos, pecadores e justos, antepassados, presentes e futuros. Ele carregará com os crimes/pecados de todos.

Na segunda leitura São Paulo diz o mesmo substituindo o Servo por Sumo Sacerdote. Jesus o único e verdadeiramente eficaz Sumo Sacerdote, que nos liberta do pecado de uma vez por todas. Passa pela morte, pelo sofrimento, para dar a vida em abundância.

Jesus no Evangelho recebe o pedido dos irmãos Tiago e João para serem os Seus mais directos colaboradores no Reino. E Ele pergunta-lhes se estão preparados para o sofrimento que aí vem, que os espera. Eles imaginando-se como generais ou chanceleres do novo governo de Israel dizem que sim. O Mestre deve ter pensado “ok vocês não fazem a minima ideia do que Me espera e vos espera”. E aqui surge o sentido das leituras de hoje. Jesus para fazer descer das alturas as expectativas dos discípulos (de todos e não só dos dois irmãos) diz-lhes que o serviço é a essência da salvação e do Reino do qual Ele é rei.

O sofrimento de per si não adianta nada. É o serviço que conta, o amor que cada um deposita no serviço prestado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Burrice



Hoje de manhã sentia-me burro ou dumb como a cantiga dos Nirvana.

Nesta semana, no trabalho, tem sido altura de trabalhar a revisão do orçamento deste ano e preparar o do próximo ano. Tem sido trabalho de sapa. Ver se os directores preencheram os ficheiros na integra e com valores aceitáveis; preparar ficheiros de resumo para serem analizados pelos directores, para posteriormente (ou seja amanhã) ser mostrado aos patrões franceses as linhas gerais do budget (como se diz lá na empresa, é isso e LE de latest estimate).

Na terça feira saí as oito da noite e ontem também. Onde está a minha burrice? Na terça avisei a minha mãe que chegava mais tarde, ontem não. Ela começou a ver que eu não chegava nem dava sinais de vida começou a ficar preocupada. Telefonava-me que dava sempre sinal de impedido. Quando telefonei às oito foi o meu pai que atendeu, pensando que eu era o irmão e dizendo que a minha mãe tinha ido à minha procura (isso ela não iria fazer sozinha, levaria sempre o meu pai com ela). Liguei para uma vizinha e nesse momento a minha mãe estava a falar com alguém lá de casa. A minha mãe tinha ido pedir ajuda ao um outro vizinho em quem mais confiança.

Ela apanhou uma carga de nervos, ficou doente para a noite e para hoje e eu senti-me muito mal por não ter telefonado mais cedo a avisar que ficava até mais tarde (apesar de não receber horas extraordinárias).

Porquê que ela não conseguiu fazer a ligação? Estou convencido que estava a marcar os números mal, faltando um. Só pode ser essa a explicação. Tenho que comprar um telefone com memória e mostrador.

A minha mãe tem pânico de ficar sozinha no mundo com o meu pai. Ela tem uma dependência tal de mim que me chocou e começa a pesar. Estamos isolados da restante família, quer física quer familiarmente (não vou explicar isso aqui, no lado materno não temos relação nenhuma de amizade com ninguém e do lado paterno há alguma amizade, mas distante). As circunstâncias da fizeram com que ficássemos isolados.

As minha colegas da sala, ao verem-me em baixo, ouviram-me, consolaram somente com a sua atenção e disseram que a minha mãe está a sobrecarregar-me com responsabilidades que não devia ter, que devíamos analizar a nossa vida para perceber como é que ficámos assim tão isolados.

Para desanuviar deixo-vos mais uma música dos Nirvana.


domingo, 11 de outubro de 2009

Vigésimo Oitavo Domingo do Tempo Comum – Ano B

Numa leitura precipitada poderia-se pensar que o assunto central da liturgia de hoje andaria à volta da Sabedoria. O Evangelho torna claro que não. Jesus chama à radicalidade um bom judeu, cumpridor dos mandamentos, que Lhe pergunta qual o segredo para alcançar a vida eterna.

A proposta de Jesus é intemporal e hoje, em mim, em ti, é colocada de igual forma. Deixa para trás tudo o que te afasta de Deus e segue-Me. Da parte que me toda esta proposta incomoda-me muito, sempre me incomodou, pois há sempre algo em mim que me prende, que não quer largar tudo, pois sente-se bem, confortável, talvez por julgar que este largar signifique ir para um país diferente. Mas não me incomoda menos pensar que posso fazer algo aqui. No fundo o problema está no fazer e não no onde.

Na primeira leitura vem uma motivação extra para a mudança: o Evangelho é a sabedoria que é mais preciosa que o ouro e a prata. Quando os discípulos dizem a Jesus que eles deixaram tudo por Ele, Jesus concorda e afirma que juntamente com o lugar no Reino Eterno eles já receberam cem vezes mais o que abdicaram, junto com perseguições. Seguir Jesus é difícil, implica passar pela morte.

Mas como aplicar isto na nossa vida sem irmos para missionários? Nas pequenas coisas, passo a passo, dando um pouco mais de nós, passo a passo, como estilo de vida estaremos a dar sempre mais de nós.

sábado, 10 de outubro de 2009

Do Amor VI

Como devo ter enlouquecido aqui fica, para terminar esta série de textos, um anúncio:

Procuro companheira

Procuro mulher solteira, disponível para relacionamento sério, da minha geração ou geração imediatamente anterior (entre os vinte e os trinta e tal), que seja católica e não se importe que eu não goste muito das tarefas domésticas.


O meu projecto de vida é ter uma família católica, com filhos naturais ou adoptados, já que não vejo com muitos bons olhos os meus genes. Quero ter abertura familiar para me dedicar à escrita, mas não pretendo exposição mediática. Preferia não ter que sair muito à noite, nem fazer muitas viagens ou andar rodeado sempre de amigos.


Quem esteja interessada prepare-se para um longo periodo de análise... e deixe o seu contacto nos comentários.



(Devo ter mesmo enlouquecido, mas o que tenho a perder? Ok, se calhar perco todos os meus leitores habituais, mas espero que não. Sim, devo ter enlouquecido.)

Do Amor V

Como se tem visto ando à espera da minha princesa encantada. Ora nisso há um problema. Tenho dois caminhos a seguir: esperar por que sei que a outra metade está aí e chegar ou partir à procura.

Como não acredito no destino pré-definido, se não não seria católico, não posso esperar que a minha cara metade apareça com certeza. Por mais que as pessoas digam que o seu parceiro estava destinado a si, que foi o destino que os juntou, que tudo isso seja bastante atractivo, há um facto que estraga tudo: nós somos donos do nosso destino, porque Deus fez-nos livres. Se somos livres de não responder ao amor de Deus como não é que somos livres de escolher o nosso destino?

Por isso só me resta procurar a minha cara metade. Claro... também posso fazer o que tenho feito, que é nada. Nas fases de depressão sinto necessidade de ter uma companheira, mas nas fases boas não. Tenho sim esperança que a encontrar, de que ela esteja ali mesmo ao virar da esquina.

Sinto que já falei demais e no entanto ainda ficou muito por dizer.


Continua

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Do Amor IV

Há uns meses li num comentário do blog do Confessionário de um Padre uma pessoa a falar da assexualidade. Fui investigar na net e descobri alguns sites sobre o assunto. Pelo que li acho que a minha história se enquadra nesse rótulo.

Realmente nunca descobri em mim um desejo sexual forte por alguém. Tive o período de descoberta do corpo que todos temos. Levei muito tempo a desculpabilizar-me disso. Foi preciso ouvir os programas Conversas com Princípio, Meio e Fim da Radio Renascença e ler os respectivos livros para isso acontecer. Há coisas que não sei como são colocadas na nossa mente de que são pecado e que afinal são fases do crescimento.

Uma pessoa assexual é alguém que não sente necessidade de sexo. Podem ter relacionamentos amorosos sem relações sexuais. Podem ter casamentos brancos, por exemplo. Vi testemunhos de quem tinha relacionamentos e que tinham sexo só porque o parceiro queria. É tudo muito estranho.

Há vários rótulos nos assexuais. Há os hetero que se apaixonam por pessoas de género diferente. Há os homo que têm a tendência de se interessarem por pessoas do mesmo género. Há os bi que podem interessar-se por pessoas de ambos os géneros.

Tenho pensado no assunto e parece-me que tenho tido uma vida assexual. Por tendência minha, por condicionamento exterior, mas não sei não poderei um dia encontrar a minha princesa encantada...


Continua

Gatos

Nas minhas férias apanhei estes gatos no meu caminho e filmei-os. Coloquei-os no youtube por causa de uma reacção de uma amiga do trabalho que tem quase repulsa aos gatos, sobretudo aos pretos.

E agora deixo aqui.





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

The 13th day - Novo filme sobre Fátima

Com base nesta notícia, descobri que vai estrear no próximo dia 13 um novo filme que narra a história das aparições de Nossa Senhora de Fátima.

Pelo que vi do trailer o filme deve ser visualmente interessante, já que quanto à história não me parece que vá ser diferente do que já conhecemos.




Aqui fica também o link para o site do filme http://www.the13thdaymovie.com/ e lá pode-se encomendar já o DVD. Provavelmente o filme terá mais sucesso neste formato do que nos cinemas.

Truque de cartas com música

Recebi este vídeo por mail e quero partilhá-lo aqui. Está simplesmente fantástico.

Já lá vão os tempos em que via todo o tipo de magia, mas este número está muito bom.

Do Amor III

Tenho tido... não sei como definir... alguns interesses estéticos por raparigas que se cruzam comigo no autocarro. Pelo menos quando andava de manhã no autocarro. A primeira que me despertou o interesse devia ser uma estudante universitária que estava cá em Lisboa a estudar, mas ao fim-de-semana voltava à terra. Como sei isto? Todas as sexta-feiras ela vinha com uma mochila de viagem, que não usava nos outros dias. Tive pena quando deixei de vê-la no autocarro. Acabei por usar alguns aspectos dela numa personagem que criei para um história minha.

Existiram outras, mas aquela foi a paixoneta platónica mais forte. Cheguei a imaginar-me a ter um livro pronto e publicado e dar-lho, mesmo antes de sair na minha paragem, com uma dedicatória apaixonada.

Actualmente algo parecido está a passar-se, mas sem a componente autocarro. Tenho encontrado uma rapariga no meu trajecto a pé para o trabalho mais ou menos no mesmo sítio. Já consegui perceber para que lado ela vai e também de onde vem. Esta tarefa de tentar descobrir informações de pequenos indícios é apaixonante.

Uma das coisas que me está a causar problemas é como devo encará-la. Ela caminha de uma forma segura, olhando em frente, sinto que olha para mim. E o que tenho feito? Desvio o olhar. O pior é que essa desculpa de que há algo de interessante para ver é fraca, já que a zona onde nos cruzamos não tem nada para prender o olhar.

Quando desvio o olhar sinto-me mal. Cobarde, estúpido, sujo. Vejam lá, sujo! O meu estado depressivo não precisava destas coisas.


Continua

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Do Amor II

Só reparei verdadeiramente numa rapariga como alvo do meu desejo no meu primeiro emprego. Ela foi atenciosa para mim e num certo dia trazia uma blusa que no decote tinha uns cordéis que não estavam a apertar muito. Nessa altura percebi que tinha uma falha no meu crescimento. Não passara pelo tempo dos namoricos, da aprendizagem da abordagem, das humilhações e dos sucessos, dos beijos e enlevos. Antes de ter tempo para descobrir uma forma de avançar, descobri que tinha namorado e poucos tempo depois saiu da empresa. Nesse mesmo emprego ainda gostei de outra rapariga, mas acabei por desistir por o encanto ter passado.

Parece-me que só poderei ter um relacionamento amoroso com quem eu tenha uma convivência prolongada. O que vai contra uma formatação que tenho. O meu ideal romântico foi formatado pelo livro Os Maias. Para o mal e a para o bem, este é o livro da minha vida. Estou sempre à espera de encontrar a minha deusa descendo do céu caminhando pelas nuvens. Aquelas inúmeras páginas que separam o primeiro encontro entre o Carlos e a Maria Eduarda à entrada do Hotel e a declaração de amor entre eles, moldou-me a visão do amor romântico de tal maneira que tal tenha me fechado o coração e a visão para outras possibilidades.

Pode ser por isso ou porque simplesmente sou uma pessoa extremamente introvertida, com uma educação fechada, sem amizades profundas, sem convívio com pessoas da minha idade. Pode-se ter ganho um escritor, mas perdeu-se uma pessoa popular, aberta, quem sabe até o fundador de uma grande família.


Continua

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Do Amor I

Influenciado pelas leituras deste domingo, e pelo estado de espírito depressivo das últimas semanas, sinto-me levado a abordar estas temáticas, um pouco como terapia, um pouco como fruto do que tenho pensado neste assunto. Naturalmente que quando falo de amor nestes textos será da vertente humana. Sempre não perdendo de vista o Amor, que é Deus.

Comecemos, então.

Pode-se dizer que não tenho grande conhecimento do amor que não seja do amor de filho e por comparação o dos pais. A minha história amorosa é inexistente. Acreditem que é precisa alguma coragem, ou insanidade, para dizer aqui que nunca namorei. Já devo, noutros textos, ter dado essa ideia, mas agora fica claro. O que fazer? É a minha história.

Durante os meus tempos de escola, já aqui o disse, andei como que noutro mundo. Preocupava-me em passar de ano e mais nada. Viva feliz porque não tinha preocupações. O meu mundo estava habitado pela minha imaginação. Na escola fiz um amigo mais próximo na escola preparatória, continuámos amigos quando mudámos de escola e ficámos em turmas diferentes, mas a nossa amizade não passava de irmos juntos para a escola e brincarmos nos intervalos.

Não tenho grandes recordações desses tempos. Tenho a ideia de que as minhas turmas quase que não tinham raparigas. Por isso elas pertenceram sempre a um universo diferente. Ou eu é que pertenço.


Continua

domingo, 4 de outubro de 2009

Antes do tempo

Quem ouvir esta música desprevenido vai pensar que algum grupo de música electrónica pegou numa canção dos Beatles e adicionou-lhe umas batidas e efeitos modernos. Mas não esta música foi agrada assim em 1966. Ou seja, anteciparem em trinta anos o trip hop e música elctrónica actual.

Vigésimo Sétimo Domingo do Tempo Comum – Ano B

As leituras de hoje abordam a temática da família, do matrimónio e do amor humano. O Evangelho está dividido em duas partes. Na primeira Jesus é confrontado pelo fariseus sobre o divórcio e Ele aludindo ao texto, lido na primeira leitura, do Génesis afirma de uma forma vaga a insolubilidade do matrimónio. Depois em privado com os discípulos é bem mais claro.

Da homilía do meu pároco ficou-me a expressão “projecto comum”. É a existência de um projecto comum a raiz de um casamento feliz. Nunca tinha pensado nisso desta forma. A sociedade actual, os média, apregoam o amor como cimento de um relação, mas realmente deve ser mesmo o projecto comum que leva o casal a amar-se, a ser uma só carne, a ser efectivamente casal.

Gosto particularmente do salmo de hoje. É um retrato e ideal de família feliz.

Na segunda parte do Evangelho Jesus adverte e ensina os discípulos uma regra básica para a felicidade (no sentido de pertença ao Reino), acolher a vida como uma criança. Com inocência de coração, desejo de aprender, alegria sem pré-conceitos, simplicidade e humildade.

Se formos como crianças, poderemos ser irmãos em Cristo, em Deus feito homem para nossa salvação, tal como nos diz São Paulo na segunda leitura. Vem bem a propósito das leituras de hoje a celebração do santo do dia: São Francisco de Assis.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Leitura em dia

Nestes dias terminai de ler o último livro dos três que comprei antes das férias (Eragon, Eldest e Brisingr). Demorei praticamente um mês a reler os dois primeiros e a ler o terceiro. Gostei e recomendo. O autor está mais velho, mais maduro e neste livro teve oportunidade para tornar as personagens mais complexas. Chegou até a arriscar algumas conversas filosóficas.

Agora vou regressar aos clássicos. Uma colega emprestou-me O Princepezinho. Nunca o li, mas tenho ouvido muita gente falar bem dele. Tenho uma memória vaga de ver um filme de animação contando esta história e fiquei com a sensação que não gostei do filme e da história. Vamos ver…

Depois deverei embrenhar-me nessa leitura apaixonante e rica da legislação do SNC...