quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ir de férias, o drama, o horror, a tragédia, o exagero

Estou na iminência de ir de férias. Tenho-as marcadas para segunda-feira, mas como posso usufruir um dia de descanso por horas extra trabalhadas começo já amanhã. Medo.

Medo porquê? Porque sou anormal. Porque me preocupo em demasia com o trabalho que devia fazer nestes dias e não vou fazer. (até parece que carrego a empresa às costas! assim se vê a minha anormalidade).

Por outro lado preocupo-me com a viagem que vou fazer para a terra do meu pai. Nós não temos carro. Tenho carta, mas nunca conduzi depois do exame final. Tinha carta, mas morava na Baixa e era muito difícil estacionar na zona. Por outro lado não gostei da experiência de condução. Também na altura não necessitava de conduzir. O tempo passou e agora só quero um carro se trouxer motorista.

A viagem, se o meu pai não tiver algum problema de saúde, será de comboio. Seria agradável (e normalmente acaba por ser) se não tivéssemos o gato para levar, se não tivéssemos que levar a bagagem dividida por mim e a minha mãe, já que o meu pai pouco ou nada ajuda e temos que levar alguma comida para os primeiros dias (não somos pessoas de restaurantes).

Temo encontrar muita confusão no comboio. É chato ter que mudar de comboio em Tunes. Normalmente com esta mudança o gato começa a miar, protestando por o comboio não ter ar condicionado. (o gato gosta de andar de comboio, carro ou camioneta, dá-lhe motivos para miadeira). O gato é mais uma preocupação.

Depois chegando à nossa casa da aldeia, pequena e antiga, começa o meu martírio dos primeiros dias: sofrimento atroz no nariz por cauda do pó. As roupas da cama estão fechadas o ano todo protegidas por naftalina. Normalmente durmo com a cabeça sobre um t-shirt daqui a servir de fronha e com o nariz tapado por um lenço. Estou a pensar usar este ano uma máscara.

Por fim, a quebra de rotina, do conforto daqui. Costumo pensar que quando vou para lá é como ir acampar. A casa é pequenina, com uma casa de banho feita às três pancadas.

Lá terei que caiar a porcaria das paredes. Não poderei passear o que queria porque a minha mãe tem medo que a trás de cada árvore esteja um malfeitor à espera que eu passe ou um bicho tipo lobo que não há, tigre que não há, lince que está extinto e é inofensivo. Ou cães, que é um perigo real, pois existem por lá muitos e isso também me preocupa. Já não se pode caminhar pelo campo descansado.

Se fico em casa, o meu pai está sempre ao pé de mim. Não posso descansar. Não posso escrever. Não posso ler porque não posso levar livros porque não tenho quatro braços e espaço.

Lá para a segunda semana, já devo começar a apreciar a minha estadia lá e como devo ficar três semanas, talvez goste. Vou certamente sofrer com o sofrimento da minha mãe. Ela vai querer deixar a casa num brinco para ficar fechada mais onze meses. Vai queixar-se, dizer que é o último ano que vai. E eu pergunto-me: porquê que os meus pais compraram a porcaria da casa? Porquê que nunca fomos para u hotel? (sei a resposta a esta pergunta, falta de dinheiro)

Assim sendo vou estar ausente até, provavelmente dia 21 ou 22. Já tenho os textos dos domingos e dia 15 escritos e agendados. Sempre que for à cidade vou tentar ir a um cibercafé e ver os comentários que possam deixar por aqui. Podem demorar a ser publicados, mas serão. E talvez vá dando notícias.

(como podem perceber pelo que ficou dito, não vou poder levar o portátil, ainda é grande e pesado demais).

Adeus até ao meu regresso.

PS: Deixo a recomendação de sintonizarem a Antena3 nesta e na próxima semana à noite para acompanharem a transmissão dos festivais de Paredes de Coura e Sudueste. No site da rádio vão transmitir alguns concertos em exclusivo. É de aproveitar (eu vou tentar ouvir o máximo que puder, talvez me ajude a superar a primeira semana)

Vampiro de livros

Há dias disse para uma amiga minha, quando ia comprar um dos livros da saga Luz e Escuridão, que me sentia como um vampiro de livros, tal era a obcessão com que andava.


Ontem fui abastecer-me de provisões para depois das férias. Finalmente comprei os três livros da saga, Herança, escrita por Christopher Paolini, cujo o primeiro livro chama-se Eragon.











Eram estes os livros que queira comprar naquele dia na Feira do Livro, mas a chuva não deixou. Ainda bem, aproveitei uma promoção na Fnac e comprei os 3 pagando 2.

Palavras ao vento

Ontem surgiu a notícia de que os sacerdotes católicos, que prestam serviços para o Estado nos hospitais, cadeias, quarteis e escolas, vão ser desvinculados da Função Pública para receberem por recibos verdes.

Ontem o programa eleitoral do PS foi divulgado e lá no meio vem a intensão de acabar com os recibos verdes. Onde? Na Função Pública.

Ou o PS prepara-se para suprimir o serviço de apoio religioso no espaço público ou tudo são palavras ao vento...
(o programa eleitoral até pode ser muito bom, mas com exemplos destes perde toda a credibilidade)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Música e mais música para descobrir

Hoje mostro música que gosto.
Aqui fica uma música de um artista português que anda nos ambientes do reggae e hip-hop.



Se gostarem da música que se segue podem descarregá-la legalmente no site da Optimus Discos.




Por falar em Optimus discos, há lá uma escritora de canções portuguesa que está quase a entrar na minha galeria de Mulheres onde está a Rita Redshoes. Chama-se Márcia e canta assim:





Estas três últimas músicas tocam muitas vezes no meu mp3 no trabalho enquanto faço conferência de contas ou preencho mapas. Mas voltemos ao reggae aqui fica mais uma música que gosto.



Para terminar deixo um vídeo de uma banda de hip-hop chamada Nigga Poison. A partir do 1'20'' começa a música que gosto e conheço. Não está completa, mas dá para ter uma ideia.



Até Jah!!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Luz e Escuridão

Nas últimas semanas tenho andado obcecado com esta série de livros.




Tinha ouvido falar do movimento que esta saga estava a gerar e quis conhecê-la. Nestes dias tenho visto alguns destes livros circulando nos transportes públicos. Percebo perfeitamente porquê que são campeões de vendas.

O livro que mais me tocou foi logo o primeiro, Crepúsculo. E por causa dele resolvi completar a saga. O que mais me tocou? Em primeiro lugar o narrador ser a protagonista da história. Foi bastante interessante entrar na cabeça daquela rapariga, adolescente, e acompanhar a sua história, os seus pensamentos, o seu apaixonar-se por aquele rapaz misterioso. Foi bastante intenso acompanhar o nascimento e fortalecimento daquele amor, que não vemos de fora através de gesto, mas na mente dela.

(Devo confessar que estava conformado e satisfeito com o meu celibato, mas esta saga veio despertar em mim o desejo de encontrar a minha alma gémea. Aquele amor que vence todas as barreiras mexeu comigo. Espero quando a ressaca destes dias passar, volte a sentir-me bem com o meu estado actual.)

Não vi o filme, por isso não sei se é tão mágico como o livro. Já o segundo livro, Lua Nova, não foi positivamente tão marcante emotivamente. A protagonista vê-se sozinha porque o amando, vampiro, decide deixá-la livre abdicando de viver aquele amor com ela, para sua protecção. A narradora entra em depressão e isso influenciou-me. Mesmo agora nenhum dos restantes livros fez-me recuperar a magia do primeiro. Entra um novo conjunto de personagens, os lobisomens.

O Eclipse para mim foi o livro menos conseguido e facilmente poderia ter sido diluído na Lua Nova e no seguinte. Quando o li comecei a desejar acabar rapidamente a saga. Estava cansado. A narradora vê-se num triângulo amoroso a meu ver desnecessário. Ficamos a conhecer melhor o passado de algumas personagens, mas acho pouco.

A saga acaba com Amanhecer. Fiquei contente por ter acabado. Se esta saga tivesse sido só composta pelo primeiro e este livro, mais uns pormenores dos restante livros, seria um obra espantosa. Neste livro acontece um pormenor delicioso. O livro pode ser dividido em três partes e numa delas muda o narrador para uma personagem que dá uma perspectiva nova e refrescante aos acontecimentos. Gostei muito. Gostei da forma como a resolução dos problemas aconteceu. Acabou bem. Não me parece que seja viável a autora voltar a estas personagens e história.

Estes livros são os primeiros que leio onde aprecem vampiros e lobisomens, excepto o Drácula de Bram Stoker. Mas ao que me parece pelos filmes e séries de televisão a autora tomou algumas liberdades nas características destes seres. Achei bem.

Considero menos conseguida a escolha dos títulos. Parecem-me profundos em demasia para o estilo de escrita. Sei que o primeiro livro era para se chamar Forks, nome da cidade onde se passa a acção. Acho que seria melhor que Crepúsculo. A referência directa ao crepúsculo aparece uma vez e indirectamente não consegui descobrir. Pode ser uma metáfora. O mesmo acontece com os outros. Só se vermos o Crepúsculo como o início dos problemas, a Lua Nova com a noite escura, o Eclipse como a luta entre o sol e a lua (vampiro vs. lobisomem) e o Amanhecer como a resolução dos problemas. Pensando melhor talvez seja esse o sentido.

Ouvi falar que estes livros propunham um ideal de relação amorosa sem sexo antes do casamento. Realmente é isso que acontece, mas desconfio que deveu-se mais às contingências da história do que a uma opção consciente das personagens. A dada altura a narradora está disposta a não esperar (até porque tinha vários preconceitos contra o casamento antes de uma certa idade). Não digo porquê que não aconteceu para não estragar a leitura de algum futuro leitor.

Por fim quero realçar um aspecto que considero positivo. As personagens são chamadas a controlar os seus impulsos, desejos e comportamentos, para sua protecção, para protecção dos outros. Num mundo onde o “tanto faz”, o hedonismo (não só no sentido sexual), o desleixo e o facilitismo imperam, esta saga mostra que o esforço para ser melhor, ser mais correcto, mais honesto, é um valor a reter e será recompensado.

A ironia foi ter lido a saga obsessivamente não conseguindo controlar-me.

domingo, 26 de julho de 2009

Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum – Ano B

Hoje é o domingo da multiplicação dos pães e dos peixes. A primeira leitura conta um episódio da vida do profeta Eliseu em que acontece uma multiplicação dos pães. O que isso quer dizer à luz do cristianismo? Que o Deus de Eliseu é mesmo que o nosso, que o do tempo de Jesus.

Deus ama-nos de uma forma constante e eterna. O padre da missa onde participei deu uma imagem bastante sugestiva. Deus é como a chuva que alguém procura conservar num copo. Esse copo é o amor com que nós respondemos ao amor de Deus. Se o copo é pequeno apanhamos pouco, mas se for um tacho, um alguidar, a chuva é a mesma, mas conseguimos mais e mais amor de Deus.

Parece-me que São Francisco de Assis dizia que Deus é o Nunca Basta, quanto mais damos, mais Ele parece exigir de nós.

Jesus ao multiplicar os pães e os peixes mostra o amor de Deus a transbordar. Mesmo sabendo que aquele multidão via-O com os “óculos” errados, não pôde deixar de atender à necessidade mais básica deles, a fome. Mas com Jesus as coisas têm sempre diversos níveis. Quando sentimos fome, sentimos na realidade fome de Deus. A nossa sede de água, é sede de vida eterna.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Minhas lágrimas são bits (uns e zeros em sangue)




No ano passado, dia 23 de Abril, o meu pai foi operado às cataratas (é triste constatar que colecciona maleitas). Passei a noite com ele na clínica. Foi a primeira directa que fiz. O meu pai falou a noite toda, não consegui pregar olho. Mas o pior aconteceu depois quando voltou para casa. Durante uns quatro a cinco dias tínhamos que pôr gotas nos olhos de hora em hora. Ele não queria, perguntava porquê, não acreditava que tinha sido operado, sentia uma impressão nos olhos e queria esfregar lá. Um inferno. Para, ao menos, termos a noite mais calma começámos a dar-lhe um medicamento que o médico lhe receitou para o acalmar. A primeira vez que tomou foi um choque para mim. Num minuto estava normal, no seguinte estava a apagar-se. Mas tivemos que lhe dar.

Um mês depois queiramos que ele fosse fazer análises e não lhe demos a metade do comprimido que andava a tomar à noite. Amanheceu a vomitar, com os diabetes altíssimos. Levámo-lo para o hospital e passou lá noite amarrado à cama, querendo ir embora. De noite caiu lá, ficou com um galo na cabeça. Uma tristeza. Só nessa altura é que li com atenção a literatura do medicamento. Era um anti-psicótico que cria habituação e é normal aquele tipo de sintomas. O meu pai não se aguentava em pé. Parecia ter tido um AVC, mas não teve.

Por causa disto não lhe damos nenhum anti-psicótico, só Valdispert e chá de tília ao deitar. Na noite passada nada disso funcionou. A minha mãe não dormiu um minuto e ele também não. Hoje estava de rastos. Eu? Eu sinto-me culpado por não ter dado conta de nada. Dormi quase oito horas esta noite! Sinto-me culpado porque não consigo aliviar o sofrimento dela. Sinto culpa por não conseguir chorar. Sinto culpa por me sentir impotente. Sinto culpa por não conseguir explicar à minha mãe os ensinamentos do frei Ignacio Larrañaga sobre o abandono. Sinto culpa por não estar a recorrer a todos os santos ou só a um para que o meu pai se cure. Sinto culpa por estar a despejar para aqui os meus sentimentos negativos. Sinto culpa por me sentir só, a fé devia ajudar-me a não me senti assim. Sinto culpa também por isso.





PS: Cheguei ao título depois do texto e admito que fui um pouco dramático demais. Peço desculpa.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Uma envergonhada tentativa de expiação

A explicação para a minha ausência por aqui deve-se a uma estranha conjugação de causas. Tenho andado algo deprimido e por outro lado obcecado.

Deprimido porque se aproximam as férias. Porque as leituras destes domingo chamam-me a algo que sinto que estou em falta. Há algo na minha maneira de ser que me impede de ser anunciador do Evangelho. Desde sempre que fui assim. Tenho um feitio esquisito, normalmente não me manifesto e quando o faço fico sempre com a sensação que a agir de forma egoísta, para brilhar. Se sou ouvido, se alguém recebe a minha mensagem, fico contente e o mundo é cor de rosa. Se não sou ouvido, se ninguém liga ao que digo, é noite escura, é depressão.

Às vezes duvido da minha sanidade mental. Penso que a minha brilhante inteligência engana tudo e todos e disfarça a minha loucura.

Não tenho tido cabeça para escrever. Ando obcecado com a leitura de uns livros, que mais tarde falarei.

Para não sucumbir à culpa que sinto procura ver o lado positivo da minha situação. Quem mais posso fazer? Digo-me: estás a aprender, daqui a uns tempos já serás capaz de fazer o que agora não és.

Peço a Deus que fortaleça a minha fé.

domingo, 19 de julho de 2009

Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum – Ano B

As leituras de hoje são a continuação lógica das do domingo passado. Jesus enviou os discípulos em missão, agora regressam. Oferece o Seu descanso. Muitas vezes parece que não há necessidade de descanso para quem vive na missão. A própria missão alimenta a fé, fortalece-se, é tudo. Mas se não houver momentos de silêncio, recolhimento, oração, de encontro com quem nos envia, corre-se o perigo de se perder o norte e a missão perder sentido.

O mesmo acontece no sentido contrário. O silêncio tem que ser direccionado para Deus e não um acomodar confortável a uma rotina. Se o missionário viaja com o corpo, o contemplativo viaja com o coração, com a alma.

E tanta gente procura um pastor. São tantos. De todos os lados. E nós o que fazemos? Devia bastar-nos seguir o verdadeiro pastor. Devia bastar-nos saber que Ele é a Paz.

domingo, 12 de julho de 2009

Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum – Ano B

Neste domingo as leituras apontam para a missão. É nossa missão seremos missionários. Tal como os apóstolos foram enviados, também nós somos enviados. A mensagem é simples. O que nos (me) falta? Fé. Esta fé não é sinónimo de acreditar, mas de pôr no Senhor toda a nossa (minha) segurança. Afinal quem somos nós (eu) para nos (me) importarmos com a rejeição dos outros à nossa (minha) volta?

Basta pôr os olhos no profeta Amós. Ele teve fé e fez o que o Senhor lhe pediu. Sabia (tinha fé) que o Senhor o ajudaria, que estava a fazer o bem, o que era do gosto do seu Senhor. Respondeu ao Amor com amor. E nós (eu)?

Na segunda leitura São Paulo diz-nos para quê que devemos ser missionários: para que Cristo seja Senhor de tudo e de todos. Para que tudo e todos recebam a Salvação do nosso Senhor.

sábado, 11 de julho de 2009

Pop no feminino

Para quem estado atento às últimas (quiçá a maioria) propostas musicais que tenho posto aqui, deve ter reparado na quantidade de vozes femininas que aparecem. Pois hoje volto a propor mais duas bandas com voz feminina e uma cantora a solo.

Os primeiros são os La Roux. Comecei a ouvi-los na Radar e na Antena3. Aqui fica uma actuação ao vivo, pois o vídeo não está disponível para ser colocado nos blogs.



Esta banda chama-se Bat for Lashes e ouvi esta música também nas mesmas rádios da anterior.


Esta nova pop tem vários pontos em comum. Vozes com personalidade. Música electrónica. Ambientes de mistério.

Lili Allen já vai no segundo disco (acho eu) e tem esta música que gosto. Aqui a pop entra numa vertente mais dançável (coisa que não é para mim).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

João Calvino


Hoje uma parte do mundo comemora o nascimento de João Calvino há precisamente quinhentos anos. Ele foi o grande impulsionador no mundo francófono da Reforma. Ele deu origem ao Calvinismo uma forma de protestantismo, aos olhos de hoje, a roçar o fanatismo. Deu origem por exemplo ao puritanismo. Ou seja, nada de bom.

É necessária uma análise cuidadosa para emitir opiniões sobre esta figura. Coisa que não fiz. Ele certamente agiu da forma como agiu devido às circunstâncias da época e como reacção ao status quo da Igreja Católica.

O erro dele e de todos os que saem da Igreja é considerarem quererem mudar a estrutura de fora para dentro. Eles no fundo não conseguiram ser humildes o suficiente para deixar que o tempo e, evidentemente, o Espírito actuar. Parece-me que perderam o sentido de comunidade e do Corpo Místico.

Deixo aqui dois links que falam do aniversariante. Ambos são discutíveis, mas dá para ter uma ideia da figura.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Calvino



http://www.estudos-biblicos.com/calvino.html

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Óculos Escuros



Eu uso óculos desde os oito anos. Nunca tive nenhuma vontade de usar lentes de contacto. Por isso nunca tive óculos escuros. Nunca tive até ao fim-de-semana passado. Como a armação dos que eu tinha estava em risco de me deixar sem óculos, tive que comprar uma nova. A primeira contrariedade veio quando não foi possível aproveitar as lentes. Tive que comprar tudo de novo.

Como queira ter a possibilidade de andar com óculos de sol, comprei uma armação onde posso pôr através de ímanes umas lentes escura à frente. É só estilo.

Normalmente quando faço muito gosto em alguma coisa, mais tarde ou mais cedo fico arrependido. É o que está acontecer. Ainda não consegui adaptar-me à armação normal, pois as lentes são mais pequenas e a minha visão periférica bastante activa. Quando uso as lentes escuras o conjunto pesa e o desconforto é maior.

Para piorar a situação andar de óculos de sol não era aquilo que eu pensava que iria ser. Se apanho o sol pela frente fico encadeado na mesma. E quando os tiro, encadeado fico. Mais vale andar sempre sem eles (os de sol, claro, pois sem os outros sinto-me nu).

Estou numa constate luta comigo para resistir à tentação de voltar para os óculos antigos, mesmo correndo o risto de um dia uma das lentes ficar pelo caminho.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Metric

Esta é uma das novas bandas que descobri e que tem músicas interessantes.




E aqui fica uma versão acústica de um música que não consegui encontrar na vesão original. No site da banda pode-se transferir para o nosso computador esta versão.



Alguns textos que tenho publicado aqui foram escritos ao som desta banda no myspace.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Requiem


Hoje é o funeral do Rei da Pop. Sim, ele é o rei. Teve mérito para ostentar esse título. Se não tivesse existido, o mundo seria diferente. Então em quê que ele mudou as coisas?

Em primeiro lugar, o lugar da música negra no panorama global (apesar de ter ficado pálido ao longo dos anos, embora isso fosse lá com ele). O hip hop, o funk, a soul e o R&B não seriam o que são hoje, se ele não tivesse aberto as portas com a sua música, dança e atitude.

Influenciou a dança no hip hop e na sua aplicação nos mais variados géneros de espectáculos.
Talvez o youtube não existisse, se no Michael Jackson não tivesse dado tanta importância aos videoclips. Grande parte do seu sucesso tem por base essa parte da sua actividade artística.

E Barac Obama? Teria sido eleito se o Michael Jackson não tivesse ajudado a derrubar preconceitos durante as décadas de sessenta, setenta e oitenta nos Estados Unidos?

Teve participação activa na música we are the world, que juntamente com o Live aid contribuiu para uma tomada de consciência para os problemas no mundo.

Sonhou, lutou pelos seus sonhos, viveu-os, pagou o preço. Porventura foi a Alice que ficou do lado de lá do espelho.

Qual o seu legado?

Ter sido pioneira em várias áreas. Deixou algumas músicas. Deixou no imaginário colectivo a personagem, com todas as tonalidades de cinzento, que criou para si próprio. E deixa o título Rei da Pop vago, tal como Elvis deixou o seu de Rei do Rock.

Por isso é próprio dizer: Morreu o Rei, Viva o Rei!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Aproxima-se



domingo, 5 de julho de 2009

Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum – Ano B

Como é difícil ser profeta!
Como é difícil ser discípulo de Cristo!
Como é difícil ser Cristo para os outros!

Nas leituras de hoje somos confrontados com esta realidade. Não esperemos facilidades, pois o mundo não quer saber das coisas de Deus. O que fazer então? Viver uma relação com Deus fechada, só eu e Ele? No recolhimento da minha vida privada? Do meu quarto? Para não incomodar ninguém?

O que me diz Jesus no Evangelho de hoje? Ele foi fazer o mesmo que fez noutros sítios na sua terra. A diferença é que foi mal recebido. Ficou admirado pela falta de fé. Deu-se por vencido? Tentou impor a sua visão à força? Resignou-se e manteve-se calado? Não. Ele andou pelas aldeias nas redondezas dando oportunidade para que a fé se espalhasse. Perante esta primeira rejeição Jesus redobrou esforços, enviou os discípulos, teve uma visão clara do trabalho que era necessário fazer. Perante o insucesso fez o diagnóstico e mudou de estratégia.

Na primeira leitura Deus avisa o profeta Ezequiel que irá encontrar muita resistência à palavra que transportava. Mas Deus estava com ele. Deus é a sua força. Isso é dito muito claramente por São Paulo na segunda leitura. Nós nada podemos de fazer bom, se não for por vontade de Deus. Não devemos procurar o sucesso. O bisturi não procura o sucesso, procura ser leve à mão do cirurgião para fazer a sua função bem. O jumento que transportou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém não sentiu que aquela festa era para si, mas sim para Quem ele transportava.

Oh, como é difícil não procurar a glória pessoal! O mundo diz-nos o contrário. Temos que ser os maiores, os mais rápidos, os mais vencedores, os mais lidos...

O padre que hoje celebrou a missa (o nosso pároco está com alguns paroquianos em peregrinação a Lourdes) usou uma imagem interessante. Imaginemos um campo cinzento, cheio de espinhos, se nele surgir uma flor colorida, não passará despercebida nem ignorada. Cada um de nós é chamado a ser essa flor.

sábado, 4 de julho de 2009

Free Rice

Pegando na chamada de atenção no blog do Alma Peregrina coloquei um novo link na secção Reinos Mais Perfeitos. É um site onde podemos ir respondendo a perguntas e a cada pergunta acertada dez gramas de arroz são oferecidas pelos patrocinadores a quem tem fome.

É um jogo interessante. Tal como o Alma diz na mensagem dele, "bora lá"

The Gossip

The Gossip é uma banda especial. Pertence a uma área da música chamada de alternativa (ou seja não vende milhões de discos nem enche estádios). Conheço esta banda por causa deste tema



Do ponto musical tem a curiosidade de ter só dois instrumentos, bateria e guitarra o baixo. A vocalista tem uma presença vocal forte. Os três musicos fazem temas bastante ritmados na área do punk rock e com alguma melodia.

Este é o mais recente single, do disco que irão editar em breve.



A presença da vocalista dá que pensar. "Normalmente" vozes destas vêm com um aspecto físico politicamente correcto. A Beth Ditto mostra ao seu público que todos temos o nosso lugar no mundo, que para fazer áquilo que cada um tem talento não precisa de ter mais nada para além do próprio talento.
Ela é um exemplo.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ser Português

Ouvi no noticiário das sete da manhã que a pianista Maria João Pires ia renunciar à cidadania portuguesa em detrimento da brasileira. Fico triste e envergonhado como português.

Mais uma vez Portugal mostra ser uma incubadora de bons cidadãos de outros países. Somos maus progenitores naturais e bons adoptivos.

É triste o estado da nossa cultura e educação.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hermann Hesse

No dia de hoje em 1877 nascia Hermann Hesse, um dos escritores que mais me influenciou quando comecei a escrever prosa. Tenho vários livros dele, embora sejam uma minoria da sua obra.

Gosto particularmente do livro “Jogo das Contas de Vidro”. De vez em quando releio-o. Passa-se num universo muito particular de uma província de intelectuais de elite que praticam esse misterioso jogo e que formam uma Ordem quase monástica.

Outro livro que gostei foi “Siddhartha”. É uma viagem de crescimento espiritual, com a qual me identifiquei durante um certo tempo, mas que agora vejo não ser o meu caminho. A busca é parecida em todas as religiões, mas o resultado já não. Neste livro o ambiente é tendencialmente budista e o meu caminho é cristão.

Depois há “Lobo das Estepes”. Começa com uma fortíssima crítica à sociedade burguesa e desenvolve-se através das experiências de um homem sem raízes à beira do suicídio. A viagem ao seu interior passa pela música dos principais autores de língua alemã.

Outros dois livros que me influenciaram muito foram recolhas de contos de amor e de contos do maravilhoso. Foi ao lê-los que ganhei coragem para escrever os meus primeiros contos.

Agora sinto que o Hermann Hesse está mais longe dos meus interesses. O seu mundo é diferente do meu. As suas histórias acabam com as personagens num estado de vazio, talvez nirvana no caso de “Siddhartha”. Devo a ele o meu trajecto pelo místico e pelo espiritual, mas gosto de finais felizes (ou pelo menos com conclusões claras) ou não fosse eu cristão. Ser cristão implica esperar um final feliz, um “e foram felizes para sempre”.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Rábula genial

Eu acho esta rábula dos Contemporâneos genial, principalmente agora. Normalmente não acho grande graça a este programa, mas vi este vídeo no blog 31 da Armada e decidi colocá-lo aqui.